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Crazy Creuza
Oi, eu sou uma farsa!
Lembram quando escrevi esse post falando sobre o quanto o guri tava mimado e dificil? Ok, vocês nao lembram. Mas eu escrevi. Pois bem, o guri mudou. Mudou e virou a coisinha mais fofa!, comportada! e inteligente! desse mundo. Ele ja começa a falar e entende tudo o que dizemos a ele (seja em português, seja em francês). Ele vai fazer dois anos e ja caga no sanitario, minha gente. Eh mesmo um prodigio. E ha tempos ja come de garfo! Claro que eu sempre fico esperando que um dia eu o encontre com o garfo enfiado no olho, mas se a mae libera, nao sou eu que vou castrar o garoto. Tou super orgulhosa e curiosa com o desenvolvimento dele. O trabalho de babah acabou se tornando a melhor atividade da semana. Mas...
Mas.
Um professor anunciou, no começo do semestre, que os horarios da sua aula estavam errados e que passariam a ser na sexta-feira, o unico dia que eu tinha pra trabalhar. Ou seja, além de nao poder mais acompanhar o pequeno, eu fiquei desempregada. A rua da amargura me espera. E, como gostamos de situaçoes extremas, Camilo se demitiu também e daqui a alguns dias seremos um casal de desempregados. Nosso objetivo agora é mostrar ao mundo que um casal pode sim viver de amor. Vamos comer carinho no café da manha e amor no almoço. As cinco da tarde faremos um lanchinho de afeto e, à noite, comeremos ternura. Dinheiro pra que, nao é mesmo?
Mas antes do trabalho acabar, a mae do guri perguntou se eu poderia trabalhar como babysitter durante três segundas-feiras seguidas. Eu topei, apesar de ter durante a segunda dez horas de aula seguidas (com apenas um intervalo de 15min a cada 1:45h de aula). Mas eu precisava de dinheiro e so tomaria conta do guri, a irma dele (de cinco meses) ficaria na casa de uma vizinha (porque eu nunca tomei conta de um bebê tao novinho antes). Soh que, no terceiro e ultimo dia de babysitter, a mae perguntou se eu me garantiria de tomar conta da bebê também. Eu disse que sim, mas somente porque, nessa noite, Camilo iria comigo pra conhecer os pais do guri e me fazer companhia (ja que eu trabalharia até meia-noite).
Tudo certo.
A mae começa a dar as instruçoes e a explicar os habitos da guria. "Ela nao gosta de ficar no berço e provavelmente soh vai dormir nos seus braços. As vezes, quando a gente tenta coloca-la no berço, quando ela começa a dormir, ela acorda. E acorda cheia de energia". Em outras palavras: você vai segurar sete quilos das 20h à meia-noite, beijos.
Posso adiantar logo? Foi a pior noite de trabalho da minha vida. Aquele bebê nao é de Deus, minha gente. Assim que a mae saiu, ela começou a chorar e nao-parou-mais. Eu e Camilo colocamos um desenho infantil, esperando que ela se distraisse e deu certo! Deu certo durante sete segundos e meio. Depois de meia hora chorando, ela começou a mastigar um brinquedo e se acalmou durante incriveis 20min. Mas o brinquedo deixou de exercer seu efeito magico sobre ela e o choro voltou.
Como ela estava sempre nos meus braços, o choro era beeem dentro do meu ouvido. Eu fiz de tudo: falei, sorri, a sacudi, a coloquei no berço, mostrei a ela todos os brinquedos da casa, dancei mas... nada. Nada acalmava aquela menina. Era aquele choro constante e agudo. As 22:30h, quando a mae disse que, provavelmente, ela dormiria, eu a coloquei no berço. Minha nossa senhora. Essa menina começou a chorar de um jeito que... Olha, nem sei explicar. Ela gritou e chorou ainda mais. As veias do pescoço dela saltaram e ela ficou roxa. Os olhos, esbugalhados. Achei que os pulmoes dela fossem voar pela boca. Temendo que ela explodisse, peguei ela de volta, mas ela continuou a chorar. Corri pra Camilo e entreguei o pacote, porque tendências homicidas começaram a nascer em meu ser.
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Luci |
As 23h, Camilo começou a assoviar e a dar tapinhas nas costas dela pra que ela arrotasse. A menina parecia um pedreiro arrotando. De repente, ela começou a se calar e eu comecei uma oraçao. Quando Camilo ja nao sentia mais os proprios braços, ela começou a dormir. Eu sentei no sofa completamente perturbada, ainda escutando o choro da menina. Trinta minutos depois, os pais chegaram e ela... acordou. Acordou sorrindo! E eu la, dura.
A mae perguntou se ela tinha chorado muito e eu narrei a noite (deixando de lado a parte em que eu quis matar a filha dela). Ela pediu desculpa e explicou que Creuza tah acostumada com a mae e que costuma estranhar as pessoas que ela nao conhece. Depois, ela disse que, agora que Creuza me conhecia, seria mais facil nas proximas vezes. Minha senhora, agora que eu conheço a sua filha, nao havera mais proxima vez. Mentira, eu sorri nervoso.
Depois ela disse "espero que vocês nao estejam traumatizados e ainda pensem em ter filhos he-he-he". Querida, no primeiro ataque de choro dela, eu tentei arrancar meu utero com as unhas! Sério, imaginem isso todo-santo-dia. Deus me livre! A menos que eu tenha certeza de que meu filho sera um bebê Anne Gueddes, nao parirei. E eu bato na primeira que deixar comentario dizendo que eu soh tive uma experiência ruim e que bebês sao fofos!
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