Cresce repúdio ao terrorismo de Israel
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Cresce repúdio ao terrorismo de Israel


Saadet Yalçin. Cartunista com Gaza. Turquia
Por Altamiro Borges

A mídia colonizada, que sofre forte influência da “diplomacia” sionista, dá pouco destaque, mas as manifestações em solidariedade ao povo palestino crescem no mundo inteiro. Na semana passada, ocorreram protestos em vários países da Europa e do Oriente Médio. Já neste domingo (27), cerca de 4 mil pessoas voltaram às ruas de São Paulo para exigir o fim do genocídio em Gaza patrocinado pelo exército israelense. Inúmeras entidades da sociedade civil também têm se pronunciado, a maioria delas elogiando a postura do governo Dilma diante do terrorismo e da arrogância dos “anões” sionistas e propondo ações ainda mais incisivas, como o rompimento das relações comerciais e militares do Brasil com Israel.

Segundo reportagem de Moara Crivelente, no site Vermelho, “milhares de manifestantes, que já haviam protestado de forma massiva no sábado anterior (19), pediram ao governo que rompa imediatamente as relações comerciais, militares e até diplomáticas com Israel. Os vários oradores rechaçaram veementemente a resposta da chancelaria israelense, com ofensas ao Brasil, e pediram ao governo Dilma que aprofunde as medidas condenatórias da política sionista de ocupação e de repetidos massacres dos palestinos”. Durante a semana, também foram articulados várias ações de repúdio ao genocídio em Gaza e produzidas inúmeras notas. Reproduzo abaixo duas delas pela sua importância:

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Nota oficial das centrais sindicais
O mundo assiste, aterrorizado, mais uma onda de violência perpetrada pelo Estado de Israel contra a população palestina da Faixa de Gaza. Os bombardeios e a invasão terrestre pelas forças armadas de Israel já resultaram em centenas de mortes civis – fundamentalmente crianças e mulheres indefesas – e a destruição da já precária infraestrutura urbana de Gaza, onde vivem mais de 1,7 milhão de palestinos.

Fica cada dia mais evidente que a ação do Estado de Israel visa, antes de tudo, inviabilizar a unidade nacional e a construção do Estado da Palestina, reivindicação apoiada pela esmagadora maioria dos países membros da Organização das Nações Unidas e pelas forças democráticas e amantes da paz de todo o mundo.

Frente aos horrores ocasionados pela ofensiva israelense, as Centrais Sindicais brasileiras que assinam a presente nota condenam duramente mais esta agressão contra o povo palestino, e exigem um imediato cessar-fogo e a retirada das tropas da Faixa de Gaza como forma, inclusive, de possibilitar atendimento humanitário à população civil.

Solidários à luta do povo palestino pela sua autodeterminação e independência, conclamamos à comunidade internacional a adoção de medidas efetivas no sentido de garantir a retomada das negociações entre Israel e a Autoridade Palestina para, com base no princípio de dois povos, dois Estados, assegurar uma paz justa e duradoura na região.

Vagner Freitas - presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT)

Miguel Torres - presidente da Força Sindical

Ricardo Patah - presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT)

Adilson Araújo - presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)

José Calixto Ramos - presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST)


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Carta aberta à presidenta Dilma Rousseff
Dirijo-me mui respeitosamente a Vossa Excelência como cidadã brasileira que exerce ativismo pela paz mundial e acompanha com consternação a recente ofensiva lançada pelo governo de Israel contra a Faixa de Gaza. O número de mortes entre os palestinos é elevado e cresce em ritmo acelerado, vitimando principalmente civis e inúmeras crianças inocentes, com a devastação visível da infraestrutura básica para a sobrevivência e de tantos lares.

Embora o discurso do governo israelense busque formas de justificar a agressão contra os palestinos, são flagrantes as violações do Direito Internacional Humanitário, apontadas por diversas organizações de defesa dos direitos humanos e, de forma ainda insuficiente, pela Organização das Nações Unidas.

Saudamos a Declaração de Fortaleza emitida pelos líderes do BRICS, sob a liderança de Vossa Excelência, que contém um posicionamento claro sobre o ocorrido na Palestina. A assimetria de poder e a "punição coletiva" dos palestinos - termo empregado pela ONU - precisa ser esclarecida. Considero necessário que a comunidade internacional condene em peso o massacre sistemático dos palestinos. Não se trata de uma guerra enquanto os palestinos, já submetidos a um bloqueio persistente que empobrece e agrava a sua situação humanitária, são alvos diretos dos bombardeios realizados por ar, terra e mar, e a sua resistência é deslegitimada por Israel enquanto "terrorista".

Apelamos ao governo do Brasil para que tome medidas diretas neste momento de extrema urgência, assim como temos apelado, enquanto parte de um movimento mundial, massivo e extenso, a todos os governos, no esforço para contribuir com a pressão global sobre as autoridades israelenses que comandam a ofensiva e são responsáveis pelas mortes de tantos civis, de tantas crianças, mães e pais.

Sugerimos ações para demonstrar a nossa oposição à agressão, enquanto nação que defende a soberania dos povos, o respeito ao direito internacional e à diplomacia, para condenar de forma prática a agressão já preenchida de flagrantes crimes de guerra. Entre as medidas, destacamos a suspensão de negociações no âmbito do Mercosul para o estabelecimento do livre comércio, assim como o rompimento dos acordos de cooperação militar com Israel. Não podemos permitir que o governo israelense saia novamente impune de mais uma ofensiva tão virulenta contra os palestinos; precisamos fazer o que estiver ao nosso alcance para deter imediatamente esse massacre. As manifestações pelo mundo e inclusive dentro de Israel elevam a voz de uma grande parcela da população do planeta que rechaça a contínua impunidade frente à opressão dos palestinos, levada a cabo há tantas décadas, enquanto o mundo negligencia sua responsabilidade com esse povo martirizado.

Contando com o firme posicionamento do governo brasileiro neste momento trágico, renovo meus protestos da mais elevada estima e consideração.

Cordialmente, Maria do Socorro Gomes Coelho


- Presidenta do Conselho Mundial da Paz e do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz)

São Paulo, 22 de julho de 2014


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