Estou com boas expectativas pra The Happening (Fim dos Tempos), que deve estrear nos EUA e no resto do mundo, o que geralmente inclui o Brasil, numa sexta-feira 13 em junho. Pra ser sincera, meu otimismo é mais pela história em si – adoro filmes catástrofe sobre o fim do mundo, porque sempre penso que, se a vida humana acabar, talvez eu não precise terminar minha tese – que pelo diretor M. Night Shyamalan. Eu adorei O Sexto Sentido tanto quanto todo mundo, embora tenha descoberto o final durante a sessão (o que, em se tratando de mim, é uma raridade. Geralmente não consigo descobrir o final nem depois de vê-lo). Gostei bastantinho de Corpo Fechado. Fiquei muito decepcionada com Sinais, e na época montes de almas impacientes me criticaram por isso, mas hoje é ótimo saber que, mais uma vez, eu estava coberta de razão (ou, como diriam meus detratores, redondamente certa). Ninguém mais hoje tem coragem de dizer que Sinais é um grande filme. (Aproveitando pra vender meu peixinho dourado, recomendo a minha crítica de Sinais. Tá engraçadinha. E é verdade aquilo que eu falo sobre a parte “filmada” no Brasil, em que um tal de Juan ou Pablo grita com o maior sotaque português que já ouvi). Já A Vila eu fui a única pessoa no universo, com a possível exceção da mãe do Shya, a ter apreciado. Quero até ver de novo. E aí o trailer de Dama n'Água era tão fraquinho que fiquei sem vontade de pegar o filme inteiro. Mas o consenso é que o Shya, sem dúvida um diretor talentoso, continua sofrendo porque o público espera um final-surpresa em todas as suas obras desde seu primeiro sucesso, aquele do “I see dead people”. Ele fez dois filmes que ninguém viu antes disso: Praying with Anger (aparentemente sua obra mais autobiográfica, que ele dirigiu com apenas 20 aninhos, sobre um menino indiano que vai parar nos EUA), e Wide Awake (aparentemente a busca de um menino de 10 anos por Deus).
Shya quase foi crucificado em praça pública após A Vila e Dama, então o desejo geral é pra que ele se recupere com Fim dos Tempos. Tem chance. O trailer principal é muito bom, apesar do Mark Wahlberg só conseguir fazer uma expressão (surpreso/confuso). Às vezes eu penso que a fala dele - “Temos que admitir que certas coisas acontecem sem o nosso entendimento” - tá lá apenas pra explicar seu êxito na carreira. E por que o Alan Ruck não tá creditado? Aquele professor que aparece não é o Alan, o melhor amigo do herói em Curtindo a Vida Adoidado? Enfim, o trailer gera suspense sem contar muito da trama – como deveria ser. E é sempre assustador ver uma família assistindo TV usando máscaras de oxigênio. Minha principal reclamação é com a cena dos homens voando. Isso não parece nada necessário.