A estudante Adriene Silva de Souza, de apenas 12 anos, morreu afogada enquanto nadava na praia da Ponta Negra, na Zona Oeste de Manaus, no início da tarde desta segunda-feira (12), quando é comemorado o Dia das Crianças. Ela, que estava acompanhada da mãe, de outros três irmãos e de uma vizinha adolescente, estava conhecendo o complexo turístico e nadando no rio Negro pela primeira vez.
A dona de casa Valdira Silva de Souza, 40, que mora no bairro Nova Vitória, levou os quatro filhos para conhecer a Ponta Negra como presente pelo Dia das Crianças, já que ninguém da família conhecia o local. De acordo com Valdira, todos estavam tomando banho na área permitida da praia, perto das barracas. Foi só por volta das 11h que ela sentiu falta da filha mais nova.
De acordo com a vizinha, Salete da Silva, de 19, elas pediram ajuda dos guarda-vidas que ficam de prontidão na praia, mas, segundo ela, eles disseram que só poderiam ajudar se soubesse o local exato do desaparecimento da criança.
Por volta de 13h15, um vendedor ambulante encontrou o corpo da menina, boiando no início da parte proibida da praia, que ainda não foi liberada para o público e é fechada por tapumes. O Corpo de Bombeiros foi acionado mas, quando a equipe chegou ao local, ?a vítima já se encontrava em estado de enrijecimento?, conforme a ssessoria de comunicação da corporação.
De acordo com a Guarda Civil Metropolitana, a família estava na área proibida, que é sinalizada apenas pelas boias que formam um círculo de contenção. A versão, no entanto, é constestada por Valdira, que afirma que eles estavam na área liberada, mas admite que apenas a filha mais nova pode ter ido para a parte mais longe e fechada, ocasionando o afogamento.
O óbito foi atestado pelo médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o corpo foi removido pelo Instituto Médico Legal (IML).
Área interditada e em obras
Após o afogamento de Adriene, a comissão da Ponta Negra e os Guardas Municipais orientaram um grupo de aproximadamente 100 banhistas a saírem da área da praia interditada, está passando por obra e não está liberado para banho, neste domingo. A Prefeitura dará assistência à família da vítima e volta a informar que a área está interditada, inclusive com barreiras de proteção para evitar o acesso.
Cerca de 3 mil pessoas estavam na praia nesse horário, segundo o Corpo de Bombeiros. A Guarda Municipal conta com o efetivo de 24 servidores no fim de semana na praia da Ponta Negra e de hora em hora orienta algumas pessoas que não respeitam a interdição. A Polícia Militar também está agindo para coibir a situação.O Corpo de Bombeiros, no fim de semana, atua no local com 19 salva-vidas.
A segunda etapa da praia perene da Ponta Negra ainda não foi entregue, uma vez que os trabalhos de monitoramento da cheia estão em andamento. A Secretaria de Infra (Seminf) aguarda a vazante máxima do rio Negro para concluir o aterro da área.
Segundo o subsecretário de obras públicas, Antônio Nelson, não tem como precisar uma data exata para conclusão do aterro. Com isso a liberação dessa etapa da praia será programada somente após essa vazante. Seguindo a determinação do prefeito Arthur Virgílio Neto, a administração pública só irá liberar o local quando forem realizados todos os testes necessários à segurança. Enquanto isso, o uso da praia e o acesso ao local não estão permitidos, estando fechado por tapumes.
Até às 17h, o balneário tem a estrutura do Corpo Permanente, definido inclusive em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado entre a Prefeitura e o Ministério Público, que mantém no local salva-vidas, bombeiros e equipes de atendimento à saúde, de plantão. Depois desse horário, para a própria segurança do usuário, é proibido entrar no rio.
Nota de pesar
Em nota, a Prefeitura de Manaus manifestou profundo pesar pela morte da menina Adriene, de 12 anos. A prefeitura informou que, desde os primeiros momentos do ocorrido, realizou todos os esforços para oferecer à família da vítima a assistência necessária, inclusive com os serviços do SOS Funeral.
Conforme a prefeitura, na praia há uma comissão permanente com a presença de agentes municipais, Corpo de Bombeiros, salva-vidas e atendimento à saúde. Ainda nesta manhã, a comissão e a Guarda Municipal retiraram um grupo de aproximadamente 100 pessoas que tomava banho na área interditada.
A prefeitura reiterou que a 2ª etapa da Ponta Negra não está liberada porque as obras não foram finalizadas, e o que não tem previsão para acontecer já que é necessário que se complete o ciclo de vazante do rio. A prefeitura reforçou o apelo para que banhistas e frequentadores respeitem as regras de uso e circulação da praia.