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CRISE EM SJC: ?Esse problema não é só de São José?, entrevista com o economista Edson Trajano
Como o senhor analisa a situação da GM em São José, que encerrou a produção de três modelos, diz que tem excedentes de funcionários e quer readequar a sua produção?
Entre as grandes montadoras instaladas no Brasil, a GM é a que apresentou pior desempenho de vendas neste ano. A readequação da produção da montadora às vendas, em escala nacional, é o caminho mais racional para a empresa ganhar competitividade e reduzir custos.
Quais consequências para a economia da região a redução da atividade da montadora pode provocar?
Redução de empregos diretos na montadora e indiretos na cadeia produtiva automobilística. Essa redução de trabalhadores ocupados na indústria provoca a queda na renda disponível na região, comprometendo o emprego e a renda também nas atividades de comércio e serviços.
Além de São José, o impacto da redução da atividade da montadora pode afetar a economia de outras cidades?
O problema não é exclusivo de São José dos Campos. A cadeia produtiva automobilística está instalada também em outros municípios da região. Muitos trabalhadores da GM moram em outras cidades do Vale.
Com relação à questão de emprego, o que representa para a economia regional a redução do quadro de pessoal da montadora em São José?
Esses postos de trabalho que podem desaparecer estão entre os com maior remuneração. Isso provoca um efeito em cascata no emprego em outros setores por conta da redução da circulação de dinheiro na região.
O senhor acredita que a crise em São José é localizada? O mercado de veículos está aquecido.
O mercado continua crescendo, mas a taxas menores, e a GM é a que tem pior desempenho. O efeito da redução do IPI não foi o mesmo do passado e o aumento do endividamento das famílias reduz o potencial de vendas a prazo. Em relação ao custo de produção com mão de obra, das três fábricas da GM, a que tem maior custo é a de São José.
FONTE: http://www.ovale.com.br/esse-problema-n-o-e-so-de-s-o-jose-1.293084
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