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Cristina muda governo, mas não o modelo - EDITORIAL O GLOBO
O GLOBO - 05/12
Alterações que a presidente faz em sua equipe, a dois anos do fim do governo, até agora não indicam mudanças importantes que possam tirar a Argentina do isolamento
A presidente Cristina Kirchner voltou à ativa na Casa Rosada, após a licença médica, apresentando aos argentinos novidades para os dois anos que lhe restam de mandato. Mudaram alguns rostos, mas não o modelo baseado no intervencionismo estatal. É muito pouco provável, portanto, que haja solução a curto prazo para três grandes problemas: a inflação, o déficit fiscal e a queda das reservas internacionais.
Uma das mudanças mais importantes foi a designação de Axel Kicillof para ministro da Economia, no lugar de Hernán Lorenzino. O que supõe o aprofundamento do modelo descrito como de ?inclusão social?, que se baseia na aplicação de medidas populistas, que ajudaram a levar a inflação aos 25% anuais, embora o governo não o reconheça.
Aos 42 anos, Kicillof é um economista de esquerda ligado ao movimento Cámpora, de setores jovens do kirchnerismo Foi o artífice da expropriação da participação majoritária da espanhola Repsol na argentina YPF, que a retomou para o Estado. A boa notícia para o governo Cristina é o acordo que vem de ser firmado com a Repsol, para encerrar um longo contencioso com a empresa espanhola em torno da expropriação. Ele abre a perspectiva de o país voltar a atrair investidores externos para seu setor energético, algo de que necessita para poder explorar, por exemplo, as reservas de gás não convencional de Vaca Muerta.
Mas o aprofundamento do modelo kirchnerista pode pôr tudo a perder. Alguns economistas duvidam que o governo enfrente o problema da inflação, por entender que ela é produzida por suas políticas de gastos descontrolados. Os mercados reagem, o dólar continua a subir e alimenta mais a inflação. O mais provável, apontam, é que a Casa Rosa continue tentando manter o crescimento econômico via mais consumo, o que não é sustentável. Num reflexo das tensões sociais, saques se espalharam ontem por Córdoba, segunda maior cidade argentina, devido à greve dos policiais por melhores salários.
Medida vista com bons olhos foi o afastamento do polêmico subsecretário de Comércio Exterior, Guillermo Moreno, executor truculento de intervenções do governo. Com sua saída, é de se esperar alguma mudança no estilo, mas há pouca esperança de que a substância mude. Em outros setores, nada mudou. Artigo de Martín Dinatale, do ?La Nación?, publicado pelo GLOBO, mostrou a perseguição ideológica que os kirchneristas impõem a diplomatas e funcionários na Chancelaria argentina.
Enquanto não restaurar sua relação com os credores externos, a Argentina tudo fará para adiar a importação de produtos até de seu maior parceiro ? o Brasil ?, para não agravar a situação da balança comercial. Inclusive sabotar as negociações do Mercosul com a UE, em prejuízo dos demais parceiros. Devido às manobras do kirchnerismo, a nação corre o risco de agravar seu isolamento internacional.
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