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CRÍTICA: CONDUTA DE RISCO / Advogado margarina
Tem quem viva reclamando das traduções pros nomes de filmes, mas vamos admitir que fizeram muito bem em trocar “Michael Clayton” por “Contuta de Risco”. Por mais genérico que seja “Conduta” (pode se referir a qualquer filme, de “Superbad” a “Encantada”), pelo menos não é nome de margarina. Juro que gostaria de ter apreciado mais “Conduta”, porque ele discursa contra as grandes corporações. Mas não consegui. Nada me cativou muito. Não é ruim, mas também tá longe de ser bom. Dos cinco candidatos ao Oscar de melhor filme, é o mais fraquinho depois de “Juno”.
Todo mundo que não seja de direita adora o George Clooney, e é óbvio que ele tá bem na margarina. Mas fica a impressão que “Conduta” é um projeto pra ele ganhar Oscar. Como ele foi indicado, já é meio caminho andado. Por esse ângulo, o filme tem validade (alguns analistas crêem que ele seja o maior obstáculo pro Daniel Day-Lewis levar seu segundo Oscar). Mas quem rouba todas as cenas é o Tom Wilkinson, que concorre a coadjuvante e tá condenado a perder pro Javier Bardem.
Um dos pouquíssimos críticos que não gostou tanto de “Conduta” o chamou de “Erin Brokovich sem peitos”. Mas pra mim o filme mais parece acompanhante de “À Procura da Felicidade”: um carinha cheio de problemas tenta ensinar lições de moral pro filho. Tá certo, tô sendo injusta. A margarina é o oposto da celebração do capitalismo que é “Felicidade”. O problema é que “Conduta” não é exatamente contra as grandes corporações, mas contra as decisões erradas tomadas por uma só pessoa. Assim, não é bem a corporação a vilã da história, e sim um de seus empregados. No caso, uma mulher (a Tilda Swinton, que fez a bruxa em “As Crônicas de Nárnia”). É incrível que ela seja a única pessoa a usar saia na empresa, inclusive a única no filme, e seja a vilã. Pruma produção que se considera liberal, não é exatamente uma mensagem positiva insinuar que ter uma mulher na diretoria seja uma péssima idéia.
E tem mais: que negócio de crise de consciência em advogados é essa? O sujeito com nome de margarina é advogado do tipo faz-tudo há vinte anos, e só agora começa a questionar a profissão? O mais marcante de “Becoming Jane” é quando um juiz diz pra um aluno de Direito qual será sua função ao tirar o diploma: assegurar que a propriedade privada dos ricos não caia nas mãos do populacho. Crise de consciência em advogado? Só em filmes hollywoodianos como “Justiça para Todos” e “Ausência de Malícia” (que adoro, mas não são lá muito realistas). Margarina vem se juntar à coleção.
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