CRÍTICA: EFEITO DOMINÓ / Nostalgia do walkie-talkie
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CRÍTICA: EFEITO DOMINÓ / Nostalgia do walkie-talkie


Não me lembro tão bem quanto gostaria de The Bank Job, que aqui recebeu o sofrível título de Efeito Dominó. Mas lembro que é um filme agradável, cheio de tramas políticas, com dezenas de personagens – ou seja, um tiquinho complicado demais pra minha fuça em algumas partes -, sobre um assalto a banco em Londres, nos anos 70. É baseado em fatos reais, o que significa, na prática, que os roteiristas tomaram enormes liberdades com o que aconteceu. Mas é interessante, porque inclui sósias de celebridades, como o John Lennon e a Yoko (que estavam envolvidos com grupos políticos de liberação dos negros, como o Free Angela Davis), princesas e lordes britânicos pelos quais não dou a mínima, e o Malcolm X. O mais bacana, sem dúvida, é a reconstituição dos anos 70, com a revolução sexual, Swinging London, black power, Panteras Negras...

Efeito não traz atores conhecidos, a menos que você considere conhecido o Jason Statham, ator inglês dos filmes do marido da Madonna, Guy Ritchie. O Jason só tem uma expressão, mas aqui ele até que vai bem, dentro de suas gigantescas e intransponíveis limitações. Ele é o líder do bando. Em geral, quando uma gangue entra num cofre de um banco, pega tudo logo e dá no pé. Aqui não. Aqui eles comemoram com vinho, dormem antes, ficam vendo fotos, e transam (não, não tem suruba. Tô falando do Jason com a única mulher do grupo). Pra mim, assalto classudo é como faz o George Clooney no início do ótimo Irresistível Paixão. Ele vai até a caixa e, simpático e desarmado, pede dinheiro pra moça (e lógico que a moça dá. Quem não daria pro George?). Em Efeito é bem mais complicado. Qualquer trabalhinho que envolva cavar um túnel por baixo de uma loja não pode ser fácil. O que eu não entendo bem é por que, após um assalto bem sucedido a um banco, a pessoa não deixa o país e vai prum paraíso tropical no mesmo dia. Tipo, sai do banco direto pro aeroporto e só desembarca no Rio. (Ok, nada a ver, mas a frase me lembrou uma esquete do George Carlin que vi outro dia. Ele comenta como todo mundo quer que sejam construídas mais prisões, desde que não na vizinhança, claro. E ele não compreende a apreensão do pessoal. “Mesmo que algum criminoso fuja da prisão, o que ele vai fazer? Hang around? Ficar por ali? Fazer amizade com os vizinhos?”).

Pois é, difícil entender por que os assaltantes hang around em Efeito. Mas o filme é bom. Mostra que atuar em filmes pornôs pode ser perigoso pra saúde (você vai ter que assistir pra sacar essa referência, porque nem eu sei do que tô falando). A parte mais bacana é quando a polícia, que tá ouvindo a transmissão via walkie-talkie (é anos 70!) entre o vigia do bando e o líder (e não tem a menor idéia de qual banco está sendo assaltado), decide mandar a mesma viatura pra cada localidade, esperando que o vigia avise o grupo. Só essa cena de suspense já vale o ingresso. E eu posso estar amnésica, mas não fui a única que aprovei o filme: o Rotten Tomatoes dá 77%, e o Metacritic, 69%. Embora esteja longe de ser um clássico, Efeito deve ser muito superior ao Melhor Amigo da Noiva. Quer apostar quantos milhões de libras?

- Acho que não nasci pra protagonizar um filme...





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