CRÍTICA: POR ÁGUA ABAIXO / Abaixo crítica de cinema ver filme pra criança
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CRÍTICA: POR ÁGUA ABAIXO / Abaixo crítica de cinema ver filme pra criança


Não resisti ao trocadilho e digo que a programação pra adultos em Joinville segue por água abaixo. Pois é, tive que ver “Por Água Abaixo”, mas só senti olhar de pena e solidariedade quando revelei a amigos que eu talvez tivesse que comparecer a “O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili” (a estréia de “Eragon” me salvou). Quase me desejaram os pêsames. Sobre a animação por computador do mesmo estúdio de “Wallace e Gromit”, eu podia dizer que a história nunca deveria ter saído do esgoto, que começa e termina com arrotos, que abusa das pancadas nas partes pudicas masculinas e tem aventura de sobra, mas até que “Abaixo” não é tão ruim. Se eu tivesse quatro anos de idade, provavelmente teria amado o filme. O problema é que não tenho. E não venha me dizer que basta ter alma de criança. Meus interesses e gostos são diferentes dos de alguém que acabou de aprender a falar (lembro sempre do protagonista do livro “Um Grande Garoto” ouvindo pais corujas narrarem as últimas peripécias do rebento de três anos, e o cara pensa, “O que eles vão contar? O guri tem três anos!”).

A animação da vez fala de um rato de estimação que cai na privada e descobre uma cidade subterrânea no esgoto, que é bem limpinho. Só tem uma barata no filme inteiro, e ela lê “A Metamorfose” do Kafka, algo que os pequenos não vão pescar. Pelo menos “Abaixo” não tem nenhuma mensagem muito ofensiva. Bom, talvez apenas uma: até em animação infantil tem insinuação de tortura? A lição de moral é que é melhor estar cercado de amigos e familiares do que viver sozinho como um rei. Claro que ajuda você estar cheio de amigos num mundo altamente civilizado como Londres. Mesmo que uma Londres de ratos. Imagino que a vida dos ratos em Calcutá não deve ser tão maravilhosa. Outra meditação filosófica que tive se referia a quem possui ratos como animais de estimação. Hamsters são bonitinhos, mas ratos? Tá, sei que eles são praticamente iguais e é pura hipocrisia minha. Meus gatos não saberiam distinguir um rato de um hamster. Acho que eles prefeririam ratos porque têm a cauda pra brincar. Ah sim, os vilões do desenho são sapos, que eu nem sabia que tinham dentes. Essa não é uma mensagem legal, porque sapos são mais úteis aos humanos que ratos.

Em “Abaixo” os ratos vestem roupa (um rato usa uma camiseta que gostei, escrito “Peste Bubônica”), andam em duas patas, e falam, obviamente. Ou seja, eles não se parecem com ratos de verdade de jeito nenhum. Podiam ser qualquer bicho. O maridão disse que os bonecos de pelúcia à venda graças ao filme tampouco se parecem com ratos, então tudo bem. Seu argumento definitivo foi: “Ou você acha as lesmas da vida real umas gracinhas?”. Bom, embora “Abaixo” não seja o fim do mundo, se me convidassem pra vê-lo de novo, eu teria que responder: nem sob tortura.





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