Por Érika Ceconi, no site da CTB: “Nossa comunicação precisa ser mais ousada, interagir mais com a sociedade para fazer valer a opinião da classe trabalhadora”, disse a secretária de Imprensa e Comunicação da CTB, Raimunda Gomes, a Doquinha, na abertura do 3º Encontro Nacional de Comunicação da central sindical que ocorre até este sábado (31), em Salvador.
A mesa inaugural contou com a saudação do presidente, Adilson Araújo e do secretário de imprensa da seção estadual da CTB na Bahia, Emanoel Souza. Os dois destacaram a importância de o movimento sindical enxergar a comunicação como um setor estratégico para contrapor a mídia hegemônica.
Neste sentido, Adilson exemplificou com a experiência do Sindicato dos Bancários da Bahia, que possuem uma estrutura que permite usar diversas mídias. O sindicato tem um estúdio para gravação de um programa diário que é transmitido na TV aberta e uma gráfica para a impressão do jornal.
O presidente ainda sugeriu criar uma “Rede Barão de Itararé de Comunicação” para integrar as diversas ferramentas. “A CTB não pode fazer a leitura do movimento sindical como fazia antes”, disse ao referir-se na necessidade de renovação da maneira de os sindicatos fazerem sua comunicação.
Visão compartilhada pelo presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Altamiro Borges, que em sua fala na primeira mesa de debates do evento, ressaltou a importância de se incorporar às novas mídias e investir na estrutura para fortalecer a luta de ideias.
Para ele, o movimento sindical precisa tratar a comunicação como investimento, mudar a sua linguagem, criar mecanismos de sinergia, investir na juventude para que, desta maneira, se fortaleçam os próprios instrumentos. “A internet quebrou lógica dos meios de comunicação de receptor para produtor de conteúdo, como movimento sindical se relaciona com essa militância virtual?”, questionou.
Miro destacou ainda que o Brasil está muito atrasado em relação à democratização dos meios de comunicação e citou como exemplo diversos países que já tem uma lei que regulamenta a mídia
Pluralidade, democracia e diversidade na comunicaçãoDa mesma opinião comparte o diretor executivo do Instituto Mídia Étnica, Paulo Rogério Nunes, que mostrou a experiência de vários países que têm uma mídia comunitária, onde as minorias possuem sua voz e ressaltou a contradição de num país como o Brasil, em que a maioria da população é negra, mas ela não é retratada pela mídia e quando é mostrada é com racismo e exclusão.
Em sua apresentação, Paulo destacou a necessidade de se combater os oligopólios midiáticos com um lei que regulamente os meios de comunicação como já está sendo feito em vários país. Ele citou o exemplo da Venezuela que investiu mais de um milhão na mídia comunitária.
“ É o momento das centrais sindicais apresentarem ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) uma proposta de comunicação para combater a mídia hegemônica”, propôs o palestrante que também é editor do site Correio Nagô.
A atividade segue neste sábado (31), Paulo Rogério fará uma oficina onde irá apresentar o software VOJO que permite que as informações seja transmitidas para a internet sem a necessidade de ter um computador.
Também será feita a apresentação do Projeto de Comunicação da CTB, assim como a aprovação de um plano de ação para o setor. O evento será encerrado com uma oficina sobre as ferramentas do Portal CTB ministrada pelo webdesigner Láldert Castello Branco.
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