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De @Serra para Valdemar Costa Neto
Por Altamiro Borges
No midiático julgamento do “mensalão” no STF, o ministro revisor Ricardo Lewandowski acompanhou ontem o voto do ministro relator, Joaquim Barbosa, e condenou o deputado federal Valdemar Costa Neto pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Com seis mandatos, o parlamentar é o principal cacique do PR, partido que possui 36 deputados e integra a coligação que apoia José Serra à prefeitura de São Paulo. A mídia, por razões óbvias, deu pouco destaque a esta informação.
Diante da condenação do seu aliado, o tucano bem que poderia enviar um e-mail de solidariedade. Nada de twitter, que é público. Na mensagem ele poderia explicar que os seus raivosos ataques aos chamados “mensaleiros” é puro marketing eleitoral. Serra não tem nada contra Valdemar Costa Neto nem contra outras figuras acusadas de corrupção. Na disputa presidencial de 2010, ele até cogitou ter como vice o ex-governador José Roberto Arruda, o demo preso por corrupção. “Vote num careca e leve dois”, afirmou.
Telhado de vidro do tucano
No e-mail, Serra poderia lembrar que ele também tem o telhado de vidro. O livro “A privataria tucana”, do premiado jornalista Amaury Ribeiro Jr., apresentou farta documentação comprovando que sua filha, seu genro e seu ex-tesoureiro desviaram dinheiro das privatizações no reinado de FHC para paraísos fiscais. O livro, “um lixo”, inclusive serviu de base para o pedido de instalação da CPI da Privataria – que ainda não vingou graças à cochilada de alguns deputados governistas.
Prova de que não tem nada contra os “mensaleiros”, Serra podia citar ainda o tucano Eduardo Azeredo de Minas Gerais – estado onde nasceu o “valerioduto” – ou o amigo Paulo Preto, que “não se abandona na estrada”. Na sua mensagem de solidariedade ao condenado, o tucano explicaria que apenas se traveste de paladino da ética para ver se consegue garantir sua ida ao segundo turno da eleição paulistana. A coisa está difícil e é preciso apelar para o marketing. Serra concluiria: depois da eleição, a gente esquece tudo isto!
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