Dez dias depois de eu escrever o parágrafo acima, um blogueiro decidiu pegar todas as listas de críticos americanos dedicadas aos piores filmes e fazer uma compilação geral. Então vamos comparar a lista dos americanos com a minha, que nem ousa colocar os filmes em ordem. Adivinha quem ganhou de lavada entre os críticos?
1. “Norbit”, óbvio. Espero que o Eddie Murphy se lembre com carinho desse troço que tirou dele o Oscar de coadjuvante por “Dreamgirls” (a votação da Academia e a estréia da catástrofe ocorreram na mesma época).
2. “Minha Mãe Quer que eu Case”. Realmente, é horrível. Faz tempo que não via a Diane Keaton tão constrangida. Já em abril, falando de “Ratatouille”, escrevi que “Minha Mãe” não podia ser melhor que qualquer outra coisa feita no planeta (é que não sou masoquista e tinha pulado “Norbit”).
3. “Licença para Casar”, aquela em que o Robin Williams faz um padre. Como tenho muita experiência, acho que vou passar a fugir de qualquer filme cujo título contenha as palavras “Casamento”, “Casar” e variações. Eu já evito toda e qualquer comédia sobre o Natal, e só tenho a ganhar.
4. “Número 23”. Eu falei, eu falei. Tadinho do Jim Carrey. E esse foi o único filme que ele fez no ano.
5. “Albergue 2”. Escapei deste. Há um termo pra essas produções sádicas, “torture porn”, algo como “tortura pornográfica” ou “pornô torturístico”, sei lá. Mas que tem sérias aproximações com o gênero pornô, isso tem. Por incrível que pareça, vi “Turistas” na TV a cabo outro dia e constatei que ele não se enquadra no gênero “torture porn” nem na minha lista dos piores de 2007. É apenas um filme ruinzinho, como tantos outros. E que fala muito mal do Brasil.
6. “Eu os Declaro... Marido e Larry!”. Ahn, eu defendi essa comédia. Ela não é engraçada, mas gostar ou não dela tem mais a ver com considerá-la homofóbica ou uma defesa dos gays. Pra mim a mensagem final é “tudo bem ser gay”. Preconceituoso é o público adolescente que comparece pra ver esse filme, não o filme em si.
7. “A Volta do Todo Poderoso”. Graças a Deus só vi o trailer (uma pá de vezes). Além de ser a comédia mais cara da História, tem o Steve Carell, que considero um gênio por causa do “The Office”, como um Noé atual. Duas pequenas considerações: um sujeito tentou viver seguindo a Bíblia à risca, o que incluiu deixar crescer uma longa barba, e escreveu um livro sobre o assunto. Gostaria de lê-lo. A outra consideração é que 10% dos americanos pensam que Joana d'Arc foi esposa de Noé, por causa da arca, sabe? Esta comédia foi dirigida a esse público, imagino.
8. “300”. Sim, soa meio injusta a inclusão desse megasucesso na lista. Não tenho nenhum grande amor pelo filme, mas não o colocaria entre os piores jamais. É um bom entretenimento ver tantos homens com barriga-tanquinho ao mesmo tempo. Só me preocupa que adolescentes aprendam História através desses épicos.
9. “Antes de Partir”. Até agora só vi o trailer desta comédia com Jack Nicholson e Morgan Freeman. Parecia bastante ruim, mas os produtores ainda tinham esperança que sobrasse alguma indicação ao Oscar pro Jack. Pelo jeito danou-se.
10. “Southland Tales”. Não vi. Havia um ou outro crítico falando bem quando a ficção científica foi lançada, mas mantive distância ao notar que um dos atores principais era o The Rock. Cruzes.
E finalmente, outros que quase ficaram entre os top ten, segundo os críticos americanos: “Piratas do Caribe 3”, “Maldita Sorte”, “Hannibal – A Origem do Mal” (não é mau!), e... “Juno”! Ufa! Ainda bem que não fui a única alma no universo a não gostar de “Juno”.
Resta saber se as Framboesas de Ouro trarão alguma surpresa. Mas uma coisa você pode apostar: TODOS os piores chegam ao Brasil. Todos. E não só ao Brasil, mas ao resto do mundo também. Vários dos melhores só passam nos EUA. Será que fazem de propósito, só pra me enervar?