O defensor público Adriano Moreti, preso nessa quinta-feira (19) suspeito de cobrar por serviços públicos, recebe uma salário de mais de R$ 23 mil. A informação consta no Portal da Transparência do Governo do Estado do Piauí com relação o contracheque do mês de janeiro. Segundo a Polícia Civil, Moreti cobrava até R$ 5 mil por processo para atuar como advogado da pessoa, prática ilegal, já que os serviços da Defensoria Pública são gratuitos e destinados para pessoas carentes. Em depoimento à polícia, o defensor alegou inocência e afirmou que quem cobrava dinheiro pelos serviço da defensoria era sua secretária.
O cargo de defensor público é um dos mais bem pagos do estado do Piauí. Como base de comparação, o salário do governador do estado, Wellington Dias, é de R$ 17.985. Os deputados estaduais vão receber a partir do mês de março, R$ 25 mil, já que aprovaram um reajuste de 25% na primeira quinzena deste mês.
"A Defensoria atende a pessoas carentes que não tem condições de arcar com os serviços de um advogado. Portanto, se aproveitar disso, é um golpe contra a sociedade", afirmou o coordenador da Greco, delegado Carlos César.
O advogado de defesa do Adriano Moreti, Jurandir Porto, afirmou que seu cliente é inocente e que sua prisão foi um erro. ?O decreto de prisão foi um equívoco. Os motivos alegados no decreto não se sustentam. O próximo passo vai ser provar sua inocência e fazer o pedido de liberdade?, contou.
Entenda o caso
A Polícia Civil investiga o defensor público Adriano Moreti desde julho de 2014, quando duas pessoas procuraram denunciaram que o servidor estava cobrando até R$ 5 mil para atuar como advogado em seus processos. O suspeito foi preso nesta quinta-feira (19) a pedido da polícia, já que ele continuava a desempenhar suas funções normalmente na cidade de União, a 54 de km de Teresina.
?O defensor poderia estar lesando outras vítimas em conluio com a secretária que também foi indiciada, mas não foi presa por ter confessado participação no crime?, disse o delegado Carlos César.
O coordenador da Greco afirmou ainda que extratos bancários, documentos e os depoimentos das vítimas são consideradas provas concretas contra o suspeito. "A prisão preventiva foi decretada com um segundo inquérito policial contra o suspeito. Além das duas vítimas lesadas no ano passado, chegou ao conhecimento da Polícia uma terceira vítima. Cada solicitação de entrada em ações pela defensoria pública, ele cobrava uma quantia em dinheiro no valor de até R$ 5 mil. O que é considerado crime de corrupção, por cobrar propina por um serviço público", finalizou.
Com informações do G1