Demóstenes pediu grana de Cachoeira
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Demóstenes pediu grana de Cachoeira


Por Altamiro Borges

A situação do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) é cada vez mais complicada. Segundo o jornal O Globo de hoje (23), gravações da Polícia Federal revelam que o líder dos demos, que sempre posou de "ético" e de chefão dos falsos moralistas, pediu dinheiro para o mafioso Carlinhos Cachoeira, preso sob a acusação de chefiar a exploração ilegal de jogos em vários estados.

"O relatório com as gravações e outros graves indícios foi enviado à Procuradoria Geral da República em 2009, mas o chefe da instituição, Roberto Gurgel, não tomou qualquer providência para esclarecer o caso. O documento aponta ainda ligações comprometedoras entre os deputados Carlos Leréia (PSDB-GO) e João Sandes Júnior (PP-GO) com Cachoeira", informa o jornal carioca, que decreta: "O relatório escancara os vínculos entre Demóstenes e Cachoeira".

Despesas e "confidências"

O relatório foi produzido três anos antes da deflagração da Operação Monte Carlo da PF. Numa das gravações, feitas com autorização judicial, Demóstenes pede para Cachoeira "pagar uma despesa dele com táxi-aéreo no valor de R$ 3 mil". Em outro trecho, os investigadores informam que o senador fez "confidências" a Cachoeira sobre reuniões reservadas que teve no Executivo, no Legislativo e no Judiciário. "Parlamentar influente, Demóstenes costuma participar de importantes discussões, sobretudo aquelas relacionadas a assuntos de segurança pública".

O relatório revela ainda que desde 2009 Demóstenes utilizava um rádio Nextel, "habilitado nos Estados Unidos", para manter conversas secretas com Cachoeira. Segundo a polícia, os contatos entre os dois eram "frequentes". Esta informação reapareceu nas investigações da Monte Carlo. "Para autoridades que acompanham o caso de perto, esse é mais um indicativo de que as relações do senador com Cachoeira foram mantidas mesmo depois da primeira investigação criminal".

Gurgel vai engavetar o caso?

Como não pode investigar parlamentares sem autorização prévia do Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal enviou o material à Procuradoria Geral em 15 de setembro de 2009. "Caberia ao procurador-geral, Roberto Gurgel, decidir se pediria ou não ao STF abertura de inquérito contra os parlamentares. Mas, desde então, nenhuma providência foi tomada". Será que agora Gurgel vai se mexer ou também entrará para a história com o apelido de "engavetador-geral"?

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