Editorial do site Vermelho:Os partidos de esquerda e os movimentos sociais organizados iniciaram nos últimos dias o que se pode considerar uma contraofensiva ao brutal ataque das forças de direita. Nesta terça-feira (31), ocorreram plenárias em diversas capitais, num gesto de resistência e luta, mobilização e unidade. O mais significativo de todos esses atos foi a Plenária Nacional dos Movimentos Populares por Mais Democracia, Mais Direitos e Combate à Corrupção, em São Paulo, que contou com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Sob a liderança das centrais sindicais CUT e CTB e de entidades como a UNE e o MST, cerca de cinco mil militantes, representantes de mais de uma centena de organizações populares, além de vereadores e deputados, debateram a situação política do país, sintonizaram pontos de vista e chegaram à conclusão madura de que é preciso resistir e lutar contra a ofensiva da direita e garantir as conquistas democráticas e sociais, cujo pressuposto é a defesa do mandato da presidenta Dilma Rousseff, contra o qual se volta a ira golpista da oposição neoliberal e conservadora.
Foi notável a presença dos partidos de esquerda, lado a lado com os movimentos populares, numa demonstração de que é possível a unidade, em torno de bandeiras comuns. Ali estavam as suas principais expressões, desde o Partido dos Trabalhadores e o Partido Comunista do Brasil, que formam o núcleo principal da esquerda no governo, no Parlamento e nos movimentos populares, até o Partido Comunista Marxista-Leninista e o Partido da Causa Operária.
Tudo indica que os partidos de esquerda e as organizações do movimento popular tomam consciência da gravidade da situação, que está em curso uma escalada reacionária, que a democracia está em risco, o governo sob ataque, as conquistas sociais ameaçadas de liquidação.
Calou fundo o alerta feito por Lula, que chamou a atenção para o que está de fato em jogo no Brasil de hoje. “Ganhamos as eleições, geramos expectativas, assumimos compromissos, vencemos agressões. É isto que não aceitam, é isto que tentam reverter. Querem tirar a Dilma porque querem tirar o povo do governo”.
Efetivamente, o objetivo das forças direitistas com toda essa ofensiva é encerrar o ciclo democrático e progressista iniciado em 2003, com a eleição de Lula para a Presidência da República, como assinalou o presidente do Partido Comunista do Brasil, Renato Rabelo, que na Plenária falou pouco antes de Lula. A direita não suporta que as forças progressistas tenham retirado da miséria extrema 36 milhões de brasileiros, assegurado conquistas sociais, fortalecido a nação, contribuído para a paz mundial e a integração soberana da América Latina.
Em posição de vanguarda, pondo a política no posto de comando, o maior líder popular brasileiro indicou aos dirigentes sindicais o caminho da negociação com o governo sobre os termos do ajuste na economia proposto pela presidenta Dilma Rousseff, partindo do pressuposto de que a mandatária tem “compromisso político e ideológico com os pobres e os trabalhadores”.
Na conjuntura de crise e ameaças à democracia, nada é mais importante do que a mobilização popular e a unidade mais ampla possível entre as forças democráticas, progressistas e patrióticas, a constituição de uma ampla frente de partidos, setores partidários progressistas, organizações do movimento popular e sindical, personalidades independentes e sem partido, em torno de bandeiras amplas. Os partidos, os movimentos sociais, os sindicalistas, os democratas e patriotas mostram-se dispostos a fortalecer as agendas estaduais de luta programadas para os meses de abril e maio, notadamente para o dia 7 de abril e as celebrações do 1º de Maio, Dia do Trabalhador. Estas mobilizações têm a perspectiva de desaguar em grandes manifestações de rua, em data ainda a ser marcada.
A hora é de unir o povo e avançar na luta em defesa da democracia e do mandato legítimo e constitucional da presidenta Dilma, em defesa da Petrobras, da economia nacional e da engenharia nacional, pela reforma política democrática, combatendo a influência do poder econômico nas campanhas eleitorais, pelos direitos dos trabalhadores e do povo e por reformas estruturais.
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