Ilustração mostra como seria o planeta Kepler-186f (Foto: NASA Ames/SETI Institute/JPL-Caltech)
Cientistas anunciaram a descoberta do primeiro planeta fora do Sistema Solar de tamanho similar ao da Terra e onde pode existir água em estado líquido, o que, em tese, o torna habitável.O exoplaneta, denominado Kepler-186f, foi identificado por pesquisadores da Nasa usando o telescópio Kepler, segundo estudo publicado nesta quinta-feira (17) na revista científica "Science".
"A intensidade e o espectro da radiação do Kepler-186f o colocam na zona estelar habitável, implicando que, se ele tiver uma atmosfera como a da Terra, então uma parte de sua água provavelmente está em forma líquida", diz o estudo. O telescópio Kepler permite identificar planetas em sistemas distantes medindo a quantidade de luz que eles bloqueiam quando passam na frente das estrelas que orbitam, ou seja, o equipamento não "enxerga" o planeta diretamente.
O Kepler-186f, que orbita a estrela anã Kepler-186, fica na constelação do Cisne, a cerca de 500 anos-luz da Terra. Ele é o quinto e mais afastado de um sistema de cinco planetas, todos com tamanho parecido com o da Terra.
"É extremamente difícil detectar e confirmar planetas do tamanho da Terra, e agora que encontramos um, queremos encontrar mais", disse em uma teleconferência Elisa Quintana, pesquisadora do Instituto para a Busca de Inteligência Extraterrestre (SETI).
Descobertas do Kepler
Em fevereiro, a agência espacial americana anunciou que o telescópio Kepler, que orbita a 149,5 milhões de quilômetros da Terra há cinco anos, tinha acrescentado 715 exoplanetas à lista de mil corpos que orbitam estrelas a uma distância que torna possível a existência de água e, portanto, de vida.
A busca de planetas similares à Terra é uma das maiores aventuras na pesquisa espacial, e embora já tenham sido detectadas centenas de planetas do tamanho do nosso e outros menores, eles circulam em órbitas próximas demais de suas estrelas para que haja água líquida em sua superfície.
Ilustração da Nasa mostra comparação entre a Terra e o Kepler-186f (Foto: Nasa)