Por Altamiro BorgesO Ministério do Trabalho divulgou na sexta-feira (17) os dados sobre o desemprego no país. Eles são bem preocupantes para a presidenta Dilma Rousseff, que enfrenta violento tiroteio político em várias frentes – mas que pode ser alvejada exatamente pela piora das expectativas entre os trabalhadores. O levantamento aponta que o emprego formal perdeu 345,4 mil vagas no primeiro semestre deste ano. Somente em junho, foram fechados 111,2 mil postos com carteira assinada, o pior resultado para o mês em 23 anos. A agricultura foi o único setor da economia que gerou empregos no mês passado.
Conforme aponta a Folha tucana, que não esconde sua torcida pela piora do cenário econômico, "esse foi o terceiro mês consecutivo de redução de vagas com carteira assinada, o que ressalta o momento frágil da economia brasileira. A taxa de desemprego, medida pela Pnad Contínua, do IBGE, alcançou 8,1% no trimestre encerrado em maio. O fechamento de vagas formais em junho é semelhante ao observado em maio, quando a redução foi de 112,4 mil empregos celetistas... Dentre os principais setores nos quais houve perda de vagas estão a indústria da transformação (que diminuiu 64.228 postos), serviços (retração de 39.130) e o comércio (menos 25.585)".
O jornal evita dar destaque para um fato curioso. O Estado de São Paulo, administrado pelos tucanos há mais de 20 anos, foi o que teve a maior perda de vagas com carteira assinada. "A redução chegou a 52.286 postos, a mais acentuada do país", registra de forma tímida a Folha. "Rio Grande do Sul aparece em seguida, com o fechamento de 14.013 vagas. Depois vêm o Paraná, que perdeu 8.893, e Santa Catarina, com 7.922. Destaques positivos para Minas Gerais, que criou 9.746 vagas, Mato Grosso, com 3.602 novas oportunidades com carteira assinada, o Maranhão, com 2.001, e Goiás, com 3.602".
Além do aumento do desemprego, o Cadastro-Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, também apontou a preocupante queda do rendimento dos assalariados. Os salários médios de admissão sofreram retração real de 1,63% em relação ao mesmo semestre de 2014. O valor médio inicial para contratação foi de R$ 1.271, em 2014, para R$ 1.250, em 2015. A soma destes dois fatores negativos, alta do desemprego e queda da renda, tende a se refletir nas próximas pesquisas. Dilma Rousseff já está com a sua popularidade em baixa, inclusive entre os trabalhadores. Caso não ocorram mudanças nos rumos da economia, o quadro tende a piorar ainda mais.
Em 5 de julho, a mesma Folha publicou mais uma das suas fofocas com o título "Levy na geladeira". Segundo a jornalista Natuza Nery, "ele tem recebido pouca atenção da presidente. Recentemente, um funcionário notou que nem os incontáveis e-mails diários ela anda respondendo. Nas reuniões internas de governo, o ministro da Fazenda passou a ser constantemente questionado pelos colegas e pela própria chefe. A discordância aumentou à medida que a crise econômica acelerou a queda na popularidade de Dilma Rousseff. Auxiliares definem o 'climão'. Há apenas seis meses no cargo, Levy foi parar na 'geladeira'". Pode ser pura especulação do jornalão, que sempre apostou na cizânia para implodir o governo. Mas que o ortodoxo Joaquim Levy merecia uma geladeira, isto é fato!
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