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Dilma pode ser eleita no primeiro turno
Por Altamiro BorgesNeste sábado (20), o jornalista Ilimar Franco, do jornal O Globo, postou uma notinha que deve atormentar os comitês de Aécio Neves, de Marina Silva e dos barões da mídia. “A pancadaria da campanha da presidente Dilma para cima da adversária Marina funcionou. As pesquisas internas de ambas registraram a ampliação da diferença entre elas para cerca de 10% a 12%. O programa de TV em que Marina diz que é a favor do ‘Bolsa Família’ busca deter a sangria. Por isso, o PT vai manter o ataque e explorar a dúvida quanto a capacidade de Marina dirigir o país”. Se a pesquisa Datafolha, que apontou a ampliação da vantagem para sete pontos, já tinha feito soar o sinal de alerta, agora a tendência será a do desespero.
Na fotografia do momento, não é delírio afirmar que Dilma Rousseff pode ser reeleita já no primeiro turno. Antes da morte de Eduardo Campos, esta era a hipótese mais provável. Aécio Neves, o cambaleante tucano, não conseguia ultrapassar os 21% nas pesquisas. Já o ex-governador de Pernambuco, com sua candidatura dissidente, não viabilizava o segundo turno com menos de 10% das intenções de voto. A “providência divina” de Marina Silva deu novas esperanças às forças contrárias ao “lulopetismo”. Passada a comoção, porém, o quadro volta à razão. Na pesquisa do Datafolha desta sexta-feira (19), Dilma surge com 37%, Marina cai para 30% e Aécio subiu meteóricos “dois pontos” – de 15 para 17%.
Vitimização da Marina não colouMantidas estas tendências, a eleição poderá ser resolvida em 5 de outubro! A mídia privada, principal comitê da direita nativa, já havia percebido este risco. Não é para menos que ela criticou tanto a nova postura adotada pela candidata Dilma Rousseff, que abandonou seu jeito tecnocrático, partiu para o enfrentamento político e investiu na politização da sociedade. Em editoriais nos jornalões, em comentários na tevê e até na capa da revista ‘Veja’, os barões da mídia tentaram coibir a contraofensiva. Eles fizeram de tudo para vitimizar Marina Silva, que estaria sendo alvo da “fúria destrutiva da presidente Dilma”. A vitimização, porém, teve o efeito contrário e revelou uma candidata-atriz chorona, frágil, volúvel, oportunista.
Alguns “calunistas” mais marotos até enviaram mensagens cifradas ao comando de Dilma Rousseff. Teorizaram que a “tática agressiva” seria um desastre, que ela nunca deu certo em eleições. Relembraram surrados slogans de marqueteiros contra a polarização política. Pura malandragem para amedrontar os mais conciliadores! Reinaldo Azevedo e Demétrio Magnoli, dois pitbulls da mídia, escreveram que a “tática do medo” daria errada. O resultado do Datafolha e a notinha de Ilimar Franco deixam atônitos os inimigos hidrófobos do “lulopetismo”. Alguns colunistas até já confessam que a ofensiva politizante da campanha de Dilma foi vitoriosa. O insuspeito Fernando Rodrigues, da Folha, escreveu neste sábado:
Momento decisivo nas ruas e redesA campanha de Dilma Rousseff comemorou muito o resultado da pesquisa Datafolha que coloca a petista com 37% das intenções de voto, contra 30% de Marina Silva (PSB). Sem contar o quase ‘fora do jogo’ Aécio Neves (PSDB), com 17%... Há cerca de 20 dias, a petista iniciou a pancadaria contra a adversária direta. Houve dúvidas no PT sobre a eficácia da estratégia. Quando saiu a pesquisa Datafolha desta semana, os defensores da ‘narrativa do medo’ para desconstruir a pessebista comemoraram: ‘Funcionou, né?’. A propaganda dilmista estimulou nos eleitores um dos sentimentos fundamentais no dia a dia das pessoas: o medo do desconhecido. Agora é a mídia que está com um baita “medo do desconhecido” e vai partir para o tudo ou nada! As duas próximas semanas serão emocionantes. O comando da campanha de Dilma acertou ao apostar no enfrentamento e na politização e não pode recuar agora. É preciso investir ainda nas denúncias do risco de retrocesso que representam as candidaturas neoliberais do tucano Aécio Neves e da ex-verde Marina da Silva. O momento também é de uma pujante ofensiva da militância, nas ruas e nas redes, para liquidar a fatura destas eleições históricas já no primeiro turno. Isto possibilitará avançar mais nas mudanças num segundo mandato de Dilma Rousseff.
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