Editorial do site Vermelho:Ufa! A vitória da presidenta Dilma Rousseff, ao ser reeleita neste domingo (26) para mais um mandato na Presidência da República, desperta em primeiro lugar uma confortante sensação de alívio. A nação e o povo estão salvos da restauração conservadora e neoliberal e da regressão civilizacional que representaria o retorno do poder às mãos de uma coligação reacionária liderada pelo PSDB e seu candidato derrotado, Aécio Neves.
Ninguém duvida, porque afinal a radicalização do debate entre posições que se polarizaram in extremis na fase final da campanha eleitoral obrigou o candidato derrotado e seus apoiadores a abrirem o jogo, que se Aécio vencesse a disputa, o governo central da República cairia nas mãos de uma camarilha golpista, revanchista, sôfrega e voluptuosa, pronta para liquidar as conquistas que ao longo dos últimos 12 anos fortaleceram a democracia e abriram o caminho para o progresso social.
Esta ameaça de regressão é plena de significados, num país que, tendo sido ao longo de toda a sua história, à exceção de uns poucos hiatos, governado por classes dominantes retrógradas e subordinado ao imperialismo estadunidense, parecia eternamente fadado ao atraso, ao subdesenvolvimento, à dependência externa e à injustiça social mais perversa.
Em momentos como este, vale lembrar as expressões dos sábios líderes políticos da esquerda – João Amazonas, do PCdoB, e Miguel Arraes, do PSB, que há 25 anos, ao lado do então candidato presidencial Luiz Inácio Lula da Silva, criaram a Frente Brasil Popular. Durante o governo do PSDB [1995-2001], o velho comunista chamava a atenção para a dramática encruzilhada histórica e para o perigo de uma tragédia nacional caso não se interrompesse o ciclo de entreguismo, opressão social e corrupção percorrido por aquela administração. Por seu turno, o velho socialista pernambucano advertia para o perigo de liquidação da independência nacional e até mesmo da integridade territorial se o governo persistisse naquele caminho.
A intentona golpista por meio do monopólio dos meios de comunicação na 25ª hora da campanha eleitoral e as manifestações hostis a tudo o que é progressista, reformador e revolucionário promovidas pelos partidários do candidato derrotado são reveladoras das perigosas tendências e do rumo aventureiro em que embarcou a nova direita brasileira, nucleada pelo PSDB.
A vitória da presidenta Dilma desperta sensação de alívio também porque a restauração conservadora e neoliberal implicaria o retorno do Brasil à condição de vassalo das potências imperialistas, com uma política externa de subordinação aos Estados Unidos e à União Europeia e alinhamento com as posições sionistas, o abandono do papel de construtor de uma nova ordem de integração solidária da América Latina, de cooperação internacional e de paz.
Para além da sensação de alívio, a reeleição da presidenta Dilma Rousseff desperta imensa alegria e indescritível entusiasmo popular. Uma grande festa nacional, de norte a sul, leste a oeste, expressão do sentimento da vitória compartilhada pelos trabalhadores, a juventude, as mulheres, todo o povo brasileiro, as forças democráticas, patrióticas e progressistas, os partidos da coligação Com a Força do Povo e toda a militância, que deu tudo de si para vencer uma das mais acirradas disputas eleitorais de toda a história republicana.
Durante mais de cem dias, enfrentaram-se, de um lado, as forças comprometidas com a emancipação nacional e social, com a construção do Brasil democrático, soberano e progressista, uma grande nação desenvolvida e forte, apanágio da justiça social e, de outro lado, as forças da opressão, da dependência e do entreguismo. Nesse enfrentamento, não houve lugar para hesitação, meio termo nem neutralidade. Tratava-se de uma opção pela salvação nacional, do prosseguimento com êxito de um caminho aberto com a primeira vitória, a 27 de outubro de 2002, quando Lula foi eleito.
Na conquista desta vitória pesou favoravelmente o valor do povo e da militância, a energia investida no embate político, a força persuasiva de milhares de homens e mulheres imbuídos da inabalável convicção de que é indispensável para o futuro de liberdade, independência e justiça do Brasil perseverar no caminho democrático-popular hoje sob a liderança da presidenta Dilma.
Na verdadeira saga que foi a luta pela reeleição, também teve influência ponderável a aliança ampla em torno da defesa das conquistas alcançadas e da decisão de realizar mais mudanças.
A vitória deste histórico 26 de outubro de 2014 é indissociável da liderança da presidenta Dilma, personalidade reta e luminosa que conquistou o carinho do povo, da sua lucidez e firmeza, da força emanada por aquilo que foi simbolicamente chamado de coração valente, da sua capacidade de aglutinação, da confiança e esperança que soube infundir nos partidos da coligação, na militância e em dezenas de milhões de eleitores. Dilma sai do embate político-eleitoral fortalecida como uma liderança de grande envergadura, capacitada a realizar um bom governo, consoante as expectativas do povo brasileiro.
Dilma Rousseff tem diante de si grandes desafios a enfrentar. Num cenário internacional marcado pela crise, por ameaças à soberania das nações, aos direitos dos povos e à paz; e num quadro nacional em que as forças conservadoras e neoliberais sinalizam com torpes manobras golpistas e anunciam que tudo farão para impedir que a presidenta governe, as forças progressistas que acabam de liderar a quarta vitória eleitoral consecutiva do povo brasileiro estão chamadas agora a tomar em suas mãos a bandeira das reformas estruturais democráticas e da intensificação das mudanças.
O caminho está aberto para, através da unidade de amplas forças democráticas, populares e patrióticas e da mobilização do povo, o Brasil avançar na sua caminhada histórica e abrir novas perspectivas para construir uma nação progressista.
Editorial do site Vermelho: As crises são reveladoras. Já se tornou um aforisma a afirmação de que toda crise tem um lado bom. É na crise que aparecem as oportunidades e alternativas, é quando as forças comprometidas com as transformações sociais...
Editorial do site Vermelho: Reunida no último fim de semana (14 a 16) em São Paulo, a direção nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) emitiu uma clara mensagem sobre o quadro político nacional e adotou resoluções que contemplam tarefas...
Editorial do site Vermelho: O resultado do primeiro turno da eleição presidencial, depois de várias mudanças bruscas nas intenções de voto captadas pelas pesquisas, expressa com clareza a real polarização de forças no Brasil. Dilma alcança o...
Editorial do site Vermelho: A campanha eleitoral chega ao seu momento decisivo. As próximas três semanas serão repletas de embates definidores da posição majoritária de mais de 140 milhões de brasileiros, que irão às urnas escolher presidente...
Editorial do site Vermelho: A reunião realizada no início desta semana pela Comissão Política Nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) foi um fato auspicioso da vida política nacional neste momento de pré-campanha eleitoral e acirramento...