Do site Vermelho:Já era previsível, porque são inexoráveis as leis do pragmatismo em disputa eleitoral polarizada e numa conjuntura em que a derrota da oposição é o resultado mais previsível. A coalizão PSB-Rede-PPS de Eduardo Campos decidiu mandar Marina Silva bater no PSDB e em Aécio Neves.
Era de fato uma questão de tempo. Depois de as duas pré-candidaturas oposicionistas terem passado quase todo o mandato da presidenta Dilma Rousseff combinando um discurso comum, está chegando a hora da guerra intestina.
Com os fatores da disputa praticamente definidos e com a campanha já em curso – apesar de curiosamente a legislação obrigar a usar a expressão “pré-campanha” – Aécio Neves e Eduardo Campos começam a brigar, na disputa por um eventual direito de disputar o segundo turno, se houver, contra a presidenta Dilma Rousseff, candidata à reeleição.
Segundo o jornal online Brasil 247, Marina Silva esteve em Palmas nesta quarta-feira (7) para participar de uma palestra a estudantes da Universidade Federal do Tocantins sobre Sustentabilidade. Em entrevista antes do evento, a ex-senadora atacou o senador tucano Aécio Neves (PSDB-MG).
Segundo ela, Eduardo Campos é a única alternativa real de vitória contra Dilma em 2014, porque o PSDB tem o "cheiro da derrota". "O PSDB sabe que já tem o cheiro da derrota no segundo turno. E o PT já aprendeu que a melhor forma de ganhar é contra o PSDB."
Segundo Marina, Campos seria um nome à esquerda de Aécio. "Campos protagoniza uma agenda progressista de respeito aos direitos sociais, de não ir pelo caminho mais fácil de reduzir a maioridade penal e as conquistas dos trabalhadores."
Anti-DilmaPara que não fique dúvida sobre o lado que a candidatura Eduardo Campos-Marina ocupa no espectro político e não tem nada de progressista, a ex-senadora acriana abriu suas baterias contra a presidenta Dilma Rousseff. Disse que a CPI da Petrobras comprova que o "mito da gerente" não existe mais. “Na campanha de 2010, estabeleceu-se um embate entre o Serra e a Dilma para saber quem era o melhor gerente. Pelo que está acontecendo com a Petrobras, esse mito já foi embora”, disparou.
“A sociedade brasileira está preocupada com o que está acontecendo com o Brasil. Escândalos sucessivos, um completo distanciamento do que acontece em Brasília com a realidade das pessoas. Estamos com o risco da inflação, o crescimento baixo, aumento de juros e as pessoas sabem no que isso vai dar. Obviamente que se as pessoas disserem que isso está bom, referendando as pesquisas, só se nós gostássemos de apanhar”, acrescentou.
Em entrevista ao jornal paulistano Folha de S. Paulo, a candidata a vice de Eduardo Campos foi enfática ao explicitar o objetivo da dupla. Para ela, o ex-governador de Pernambuco é o único candidato capaz de derrotar a presidenta Dilma Rousseff, cujo governo, segundo ela, é “a marca do retrocesso”.
Serra para vice?A guerra verbal iniciada por Marina contra Aécio Neves não é a única dificuldade que assola as duas candidaturas oposicionistas. Discurso negativo, falta de ideias, programa superficial orientado por marqueteiros, ausência de visão estratégica sobre a necessidade de reformas estruturais progressistas no país – são estas as maiores dificuldades de Aécio e Campos.
A estas, agrega-se para Aécio uma dificuldade ainda maior: a divisão interna entre os caciques tucanos, com o surgimento de especulações em torno da indicação do eterno derrotado José Serra.
Aécio é o único dos três principais candidatos que não tem ainda um vice definido, o que mostra dificuldades internas e para compor alianças.
Reformas estruturaisPor outro lado, as forças que apoiam a reeleição da presidenta Dilma Rousseff intensificam o debate programático. O Partido dos Trabalhadores aprovou diretrizes nesse sentido em seu 14º Encontro Nacional, realizado em 2 e 3 de maio.
No próximo sábado (10), o Partido Comunista do Brasil realiza um seminário com especialistas em política, movimentos sociais e economia, para atualizar as questões pertinentes a uma plataforma de luta por reformas estruturais democráticas.
A esquerda tem um programa de reformas. Neste terreno as candidaturas oposicionistas não têm com o que competir, porquanto sua plataforma é de contrarreformas e retrocesso.
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