Geral
Do silêncio ao vazio - EDITORIAL FOLHA DE SP
FOLHA DE SP - 22/02
Declarações da presidente sobre o caso Petrobras preocupam pela fraqueza argumentativa e pelo descompasso com a realidade
Poderiam ter sido apenas patéticas, mas são preocupantes as declarações da presidente Dilma Rousseff (PT), após várias semanas de silêncio, sobre o caso Petrobras.
Repetiram-se, na sua entrevista de sexta-feira (20) --a primeira desde que começou seu novo mandato--, considerações já conhecidas de quem se recorda dos debates travados na campanha eleitoral.
Dilma voltou a insistir na tecla de que os casos de corrupção agora são investigados com mais rigor, dada a independência do Ministério Público e da Polícia Federal.
Ao reproduzir essa tática argumentativa na atual conjuntura, todavia, a presidente agrava a impressão de que nunca teve nada de efetivo para apresentar à sociedade diante da crise na Petrobras; nada, a não ser a quase envergonhada demissão de Graça Foster e a indicação de Aldemir Bendine para o comando da estatal.
Nessa troca de nomes, feita como que a contragosto, sem nenhuma afirmação verbal de liderança, sem nenhum sinal de que tomasse a condução política dos fatos, Dilma colocara-se como espectadora, reagindo diante do inevitável.
Esse seria o lado patético de sua entrevista: a falta de outro discurso além daquele, pífio, proposto pelos publicitários nas últimas eleições e a permanência de uma atitude inerte, passiva, diante do episódio.
O lado preocupante, todavia, chama mais a atenção. Transparece, na entrevista de Dilma, a expectativa de que ainda possa estar convencendo alguém quando projeta para 1996 ou 1997 a raiz da atual crise na Petrobras (talvez nem mesmo nos ambientes do petismo a tese ganhe credibilidade).
Se houvesse investigações sobre corrupção naquela época, "nós não teríamos o caso desse funcionário da Petrobras que ficou durante quase 20 anos [atuando no esquema]", disse a presidente.
Como se, depois de transcorrida a gestão de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), não tivesse havido o primeiro e o segundo mandatos de Lula, seguidos dos anos de governo da própria Dilma.
Pode-se, sem dúvida, discutir quando começou a corrupção na Petrobras. Mas o espantoso no raciocínio presidencial está em sugerir que Lula, Dilma e toda a camarilha são vítimas de irregularidades cometidas 20 anos atrás. Assim, PT, PMDB e PP, partidos que delatores apontaram como beneficiários de bilhões desviados, seriam meros bodes expiatórios.
Levando adiante o que sustentou a presidente, se Lula tivesse ganho as eleições em 1994, levando Dilma ao conselho da Petrobras, a rapinagem nunca teria chegado ao ponto a que chegou.
O cinismo, às vezes, confunde-se com a estultice; entre a falta de sensibilidade política, a fraqueza argumentativa e o desgaste de sua liderança, a presidente Dilma Rousseff rompe o silêncio para criar somente uma sensação de vazio ainda maior à sua volta.
-
Aldemir Bendine, Do Banco Do Brasil, é O Novo Presidente Da Petrobras
Aldemir Bendine é o novo presidente da Petrobras. O nome dele foi escolhido pessoalmente pela presidente Dilma Rousseff, que depois da demissão coletiva da diretoria da estatal teve apenas dois dias para fazer a escolha. Ele é o atual presidente do...
-
Graça Foster Está Fora Da Petrobrás
A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, já teria sido avisada pela presidente Dilma Rousseff de que deixará o cargo, informou hoje o jornal Folha de S. Paulo. A saída de Graça, devido às denúncias de corrupção feitas na...
-
Quem é O Inimigo? - Marcelo Agner
CORREIO BRAZILIENSE - 04/01 O tom eleitoral do discurso de posse da presidente Dilma em seu segundo mandato reciclou promessas da campanha e repetiu a necessidade de o país priorizar a educação - um lugar comum entre os políticos e que raramente termina...
-
No Limbo - Editorial Folha De Sp
FOLHA DE SP - 13/12 Seria irônico se, na esteira dos desmandos em série que vêm à tona na Petrobras, a tese da "herança maldita" se voltasse contra os anos Lula Desde a vitória no segundo turno, e apesar do acerto que representou a nomeação da...
-
Lula Pode Ser Candidato A Presidência Em 2018, Vai Votar?
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (28), em entrevista para a rádio Itatiaia, em Montes Claros (MG), que, "se necessário", vai entrar na disputa das eleições em 2018. Ele deu a declaração após ser questionado se...
Geral