Dois dígitos - EDITORIAL FOLHA DE SP
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FOLHA DE SP - 29/11

Elevação da taxa de juros para 10% vem acompanhada de sinais acertados do Banco Central de que futuras altas serão menos íngremes


O Comitê de Política Monetária elevou a taxa básica de juros de 9,5% para 10% e sepultou a meta da presidente Dilma Rousseff de encerrar seu governo com a Selic em patamar menos distante da média internacional --a sexta alta seguida neste ano consolida a posição brasileira no topo das listas de custo do dinheiro.

A novidade, que não deixa de ser bem-vinda, é a indicação de que futuras altas, se houver, serão menos íngremes --sinal do Banco Central de que pode estar perto do fim o ciclo iniciado em abril, quando a Selic passou de 7,25% para 7,5%.

Verdade que, antes disso, a taxa chegara a 12,5%, em julho de 2011. A forte redução a partir de então foi uma malsucedida tentativa de impulsionar a economia. Juros baixos barateiam o crédito e põem mais dinheiro em circulação.

Para a estratégia funcionar, o Planalto deveria comandar com maior austeridade as contas públicas, no intuito de conter pressões inflacionárias e consolidar o novo patamar da Selic.

Como é sabido, o governo Dilma não fez a sua parte. Incomodado com o crescimento anêmico em 2011 e 2012, mudou a linha de conduta e apostou na gastança pública. Engajou-se, além disso, em truques contábeis para mascarar o balanço. Apostou que a economia recuperaria o vigor.

Não foi o que se viu. O PIB sofre para chegar perto de 2%. A inflação mantém-se alta, e poucos creem que ficará abaixo de 5,5% no ano que vem. Míngua o poder de compra das famílias e soçobra a confiança das empresas, que passaram a conter investimentos.

Era há muito visível o círculo deletério para a economia, mas o governo ainda assim demorou para reagir. Apenas neste ano o Banco Central procurou puxar as rédeas da inflação. Só recentemente a administração Dilma mudou o discurso econômico, na tentativa de impulsionar as concessões de infraestrutura e restaurar o ânimo do setor privado.

São sinais incipientes que apontam para a direção correta. Mas ainda há muito a fazer para recuperar um mínimo de credibilidade na gestão das contas públicas.

Há vetores contraditórios. Celebra-se um pacto de austeridade fiscal com o Congresso, de um lado, mas ninguém sabe ao certo, já quase em dezembro, qual é a meta de superavit primário (economia feita para pagar juros da dívida) que o governo persegue. Difícil esperar que empresários e investidores demonstrem confiança.

O Banco Central escolheu um curso acertado. Manterá o cuidado necessário para enfrentar o risco inflacionário, mas sem usar uma dose cavalar de juros capaz de jogar o país numa recessão.




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