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DORINETE E EQUIPE VÃO A CÂMARA PRESTAR CONTAS DA PASTA
Obedecendo a uma lei municipal que cobra a presença do secretariado para prestar contas à câmara legislativa a cada seis meses, a secretária municipal de Saúde, Josefa Dória (conhecida com Dorinete), foi à Casa legislativa nesta terça-feira (29) para cumprir o regimento. Dorinete apresentou-se aos vereadores e deixou a função de explanar a cargo da equipe formada por Roberto Santos, o enfermeiro Eduardo, a coordenadora da Atenção Básica, Érica e a coordenadora da Vigilância epidemiológica, Valdiana. Por meio de um powerpoint, foram apresentados o organograma da secretaria e o relatórios das atividades em toda a área da saúde. A princípio, o grupo foi bastante técnico na informação e teórico no tocante às funções de suas pastas. Um interlocutor disse à CNNPV que se a secretária tivesse relatado o que havia dito na rádio um dia anterior certamente teria obtido maior sucesso. No entanto, foi obrigada a ouvir as reclamações do líder da oposição, João Ramalho/DEM e de outros vereadores.
Ramalho criticou a demora da visita à Câmara e indagou se a secretária e a equipe tinham realmente visitado os postos de saúde no interior pois na Lagoa do Junco, o teto estava desabando, o lavatório no chão além de outros equipamentos em completo abandono (fotos). Afirmou que a construção do posto de saúde do povoado Saco do Camisa, por exemplo, continua paralisada e apontou outras dúvidas: como anda a marcação de exames?, qual a localização da ambulância para atender a comunidade do S.José?; por que uma das Amaroc está sucateada? e, finalmente, que fosse tratado sobre a prestação de contas acerca de convênios realizados com ONGs, por exemplo.
Durante a plenária, o vereador Rivan Francisco/Pros quis saber como a secretaria tem lidado com essas deficiências com a devolução da clínica ao Estado. Já o vererador Luciano Araújo/PT elogiou o papel da secretaria. Instigou apenas a respeito do papel do programa "Mais médicos" no município. O colega Jaci de Silvino foi incisivo repetindo a crítica feita numa sessão anterior sobre a situação em que se encontra o município em outras áreas. Foi ele quem demonstrou por meio de slides o resultado da visita dos vereadores aos povoados. "Estamos mostrando o que de ruim e de bom tem no município!", disse num determinado momento da apresentação.
Em resposta a tudo que foi problematizado, Eduardo foi o primeiro a seguir a pauta da noite de explicações da equipe de Saúde. Ele concordou que o atraso dos médicos é um problema recorrente. Citou ainda números que representam bem o atendimento diário, semanal e até anual da unidade de atendimento e emergência do município. E concluiu sua fala afirmando que "é melhor ter um médico chegando atrasado do que não ter. Se a gente descontar do salário, ele não vem. Pelo menos, Poço Verde é muito bem servido na área de enfermagem" para dar suporte à equipe de atendimento médico.
Sobre a indagação do vereador Luciano, a enfermeira Érica argumentou que o município não foi contemplado pelo programa "Mais médicos". Sobre a marcação de exames, ela afirmou que "isso não é um problema apenas de Poço Verde. Quem deveria ofertar as especialidades são os municípios de Lagarto e Aracaju" pois são eles que atendem a média e alta complexidade. Quanto à falta de recursos para o PSF da Fazendinha e Rio Real, Érica assegurou que "as comunidades receberiam esse dinheiro do programa o valor baseado em lei".
Contrariando a denúncia do vereador João Ramalho outro dia sobre a demora na declaração de nascido-vivo a uma parturiente, a enfermeira Valdiana fez questão de ressaltar que o vereador não entendeu bem a explicação. A clínica da saúde não pode fazer parto, pois isso é de alçada de uma maternidade, porém no caso de um parto expulsivo (em que a criança está praticamente nascendo no local), a clínica providencia a declaração para que a mãe possa registrar o filho gratuitamente. Toda vez que uma situação dessa ocorre, "nós mandamos para o Estado e o Estado manda pra gente. Naquele dia em que a mulher pariu, houve quatro partos. Obviamente uma delas iria atrasar. Não é por conta da Secretária de Saúde, é por conta do Estado. A gente cobra. Nós somos de baixa complexidade. Tem regras que só quem preenche é a equipe que esteve presente. Como enfermeira, eu preenchi (mesmo sem estar presente). Nós temos regras e somos fiscalizados por isso e não fazemos tudo aquilo que as pessoas querem. Eu ajudei aquela e tantas que vierem. A declaração é para ser preenchida pela equipe que viu o parto. Às vezes, tem parto que nem a mâe vem buscar a declaração!".
Seguindo o rol de explicações, Roberto esclareceu que a respeito do abandono do posto de saúde da Lagoa do Junco, o caso foi encaminhado ao jurídico e que será levado à Secretaria municipal de Obras para tomar as providências. Quanto à paralisação das obras de construção dos postos no Saco do Camisa e Tabuleirinho, a culpa seria do governo que falhou ao liberar um recurso abaixo do orçado atualmente; e mais, dos vereadores que não fiscalizaram o principal - a empresa contratada. "Não é deficiência do município. Sempre que a gestão pode marca reunião em Brasília para que o recurso venha a Poço Verde. A parte da gestão foi feita. O município pleitou a construção das unidades. Agora o que ocorre é que muitas das vezes muitas empresas querem abarcar o mundo para fazer muitas obras e o governo pode atrasasr os recursos. Daií, não têm dinheiro para fazer as obras e abandonam. Sendo o maior prejudicado as pessoas. Quem deveria fiscalizar culpa o munícipio. Já se perguntou ao construtor por que largou a obra no meio do caminho? Sobre o convênios com a Cactus vem sendo executados em parceria com a UFS para promover as práticas integrais da saúde. Alunos de Massoterapia e Acunpuntura são benficiados por meio desse convênio". Roberto ainda concluiu a explanação que a Casa de Apoio em Aracaju atende 60 pessoas por dia e a prefeitura ainda dá tratamento aos pacientes fora do domícilio como os hemofílicos, oncológicos e renais.
Educada e serena como sempre, a secretária municipal, Dorinete encerrou a visita respondendo ao vereador Jaci que "na secretaria a gente atende de segunda à sexta. Todos têm acesso para marcar sua passagem. A secretaria está aberta ao senhor quando quiser marcar sua viagem com seus pacientes. Não temos distinção de cor, nem de partidos. A saúde lá é para todos".(fotos:Thiago,JR)
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