DOUTORA LOLINHA RESPONDE DÚVIDAS DE SUMA IMPORTÂNCIA
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DOUTORA LOLINHA RESPONDE DÚVIDAS DE SUMA IMPORTÂNCIA


Sessão nostalgia: prepare-se pra voar um pouquinho no tempo.

Faz muito tempo, mais ou menos na época em que os primeiros peixinhos se aventuraram a sair da água e desenvolveram patinhas, eu tive a brilhante ideia de bolar uma seção de perguntas e respostas. O negócio não foi pra frente. Eu até anotei várias indagações de vocês, mas fiquei com preguiça de escrever. Mas agora que sou Doutora Lolinha, suponho que qualquer resposta que eu dê será encarada como verdade absoluta, então decidi me aventurar. Ok, ok, na realidade são mais comentários interessantes de leitoras(es) que eu decidi colocar aqui e desenvolver. Começando por uma pergunta da Priscilla (oi, tudo bem, Pri? Lembra de mim? Ainda lê este blog?):
“Lola, você assiste novela?”
No momento não assisto nem televisão, quanto mais novela. Mas já vi muitas. Quando eu era menina, a Globo tinha quatro novelas, e não três, por noite. A das dez era a melhor, a mais “adulta”, a mais ousada. Era a década de 70, e eu via - e adorava - Saramandaia e O Bem Amado. Também nunca vou esquecer o primeiro capítulo de Sinal de Alerta, que mostrava um linchamento (tá, eu era fã no. 1 do Dias Gomes). Foi traumático pra mim, porque eu era criança e nem imaginava que coisas assim podiam acontecer. Mas não arrisco contar muitos detalhes porque minha memória é falha. Eu jurava que Nina tinha como protagonista a Nívea Maria. Aí a Suzana me mandou o vídeo da abertura da novela, com o nome da Regina Duarte em primeiro plano. Estou ciente que foi montagem da parte da Suzana e que eu jamais estaria errada em relação a algo tão importante, mas mexeu um pouquinho com as minhas estruturas (agora não encontrei o vídeo). Ahn, é que eu tinha fixação pela Nívea Maria desde Maria, Maria (por favor, não digam que não era com ela!). Acho que aquela era uma novela das seis, mas foi um trauma pra mim também. Não começava com um pai pobre vendendo a filha dele no sertão nordestino?
Eu lembro do sucesso de Roque Santeiro. Um sucesso tão grande que, em 1986, o cursinho que eu estava fazendo (fiz três meses de cursinho; acabei prestando vestibular no meio do ano) cancelou as aulas porque ia ser o último capítulo da novela e ninguém iria aparecer mesmo.
Depois, sinceramente, não lembro de muita coisa. Nunca entrei nessas neuroses de quem matou Salomão Ayala ou Odette Roitman ou sei lá quem mais.
Praticamente a única novela completa que vi em vários anos foi Mulheres Apaixonadas. Foi durante o mestrado, em 2003: eu estava morando sozinha em Floripa (aluguei uma quitinete nos fundos de uma casa perto da UFSC), só voltava pro maridão em Joinville no final de semana, e não fazia nada além de estudar. Depois de um dia inteiro me matando de ler teoria, eu só queria desligar a cabeça. Aí eu ligava a TV, e era impressionante o efeito terapêutico que isso tinha. Eu sentia mesmo um botão de off clicar na minha mente. Não posso dizer que lembro da novela em si. Lembro que apareceu um ator que eu nunca tinha visto antes, e sua intensidade me impressionou. Era o Dan Stulbach, que fazia um personagem que perseguia sua ex e batia nela. Assustador. Infelizmente, essa novela pôs a perder qualquer mensagem anti-violência quando, num dos últimos capítulos, mostrou o pai surrar sua filha adulta (aquela que era desrespeitosa com os avós). Todo mundo aprovou. Ninguém viu absolutamente nada de errado em um pai bater na filha (ainda mais adulta!). “Ela mereceu”, o pessoal dizia. Não entendo como, com o poder que a TV tem, não fazem novelas que possam afetar a sociedade. Afetar pra melhor, não pra pior. Geralmente novela só mantem o status quo.
Ah lembrei! Depois de Mulheres eu vi a Escrava Isaura, que passou na Rede Record entre 2004 e 2005. Achei a novela ótima, sinceramente. Não me recordava direito da original com a Lucélia Santos, que eu logicamente vi na minha infância. Mas no remake o Leopoldo Pacheco como Leôncio esteve tão marcante, tão vilão sem redenção (os olhos dele faiscavam de maldade), que eu o considerei melhor ainda que o Rubem de Falco, o Leôncio de quase três décadas atrás. Pra mim, Leôncio é o principal atrativo da história. E a atuação do Leopoldo foi memorável. Foi triste vê-lo depois, na Globo, como o carinha bonzinho e sem sal de Belíssima. Eu só vi alguns capítulos, e nem o reconheci. Talvez porque eu e todas as outras mulheres do Brasil só tivéssemos olhos pro mecânico do Reynaldo Giannechini (seu melhor papel na TV, disparado). De lá pra cá, não tenho visto nadica de nada.

Vamos pra próxima. Um leitor anônimo perguntou: “Lola, tu pretendes escrever sobre os melhores filmes da década no fim do ano?”
Ahn, não sei. Sempre me confundo com essas datas. Afinal, a década iria até o final de 2010, não? Ou acaba em 2009 mesmo? Nem comecei a pensar numa lista dos melhores, mas claro, pretendo sim. Aceito sugestões. E pros piores filmes da década também!
E podem mandar perguntas. Já tenho várias na fila pra responder. De repente é sobre alguma opinião que eu ainda não manifestei, que você não tem a menor ideia de como penso a respeito, e gostaria de conhecer minha visão iluminada, digna de uma doutora, sobre aquele determinado assunto.




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