Geral
É a produtividade - EDITORIAL FOLHA DE SP
FOLHA DE SP - 13/08
Para o Brasil crescer mais, não basta criar empregos; é preciso tornar a mão de obra mais qualificada, o que passa por um salto educacional
Depois de acelerar para 4% ao ano, em média, durante o segundo mandato do presidente Lula (PT), o PIB retomou, nos últimos anos, seu enervante ritmo de tartaruga. Na administração Dilma Rousseff (PT), a alta anual será inferior a 2%.
Num aparente paradoxo, a geração de empregos manteve-se positiva até o ano passado, com razoável crescimento da renda. De 2007 a 2013, criaram-se 9,4 milhões de postos formais no país. Se o mercado de trabalho se expandiu tanto, por que não o PIB?
A série de reportagens "O Brasil que trabalha", publicada por esta Folha, ajuda a compreender a dificuldade do país para crescer mesmo num contexto de expressivo avanço do emprego e da renda.
Ocorre que, do total de vagas geradas nesse período, metade corresponde aos dez setores de menor qualificação, que têm índices baixos de produtividade. São ocupações de pouca especialização, como ajudante em construções, faxineiro, vigilante e recepcionista. Somente o cargo de auxiliar de obras, por exemplo, teve 921 mil novos postos, quase 10% do total.
Não se pode subestimar o impacto benéfico de tais empregos. A formalização das relações de trabalho viabiliza a participação do cidadão na economia de mercado; a carteira assinada representa um passaporte para a conta bancária e o consequente acesso ao crédito, inclusive ao financiamento da tão sonhada casa própria.
Outro aspecto positivo é a diminuição do fosso social. Os salários de menor qualificação foram os que mais cresceram --oito vezes mais, na comparação entre trabalhadores com até quatro anos de estudo e os mais escolarizados, com 17 ou 18 anos de instrução.
Por outro lado, houve redução de vagas em setores que demandam maior qualificação, como operador de máquinas, supervisor administrativo e pessoal ligado à pesquisa. De modo geral, as categorias com escolaridade mais alta tiveram crescimento menor.
Esse padrão de criação de empregos, concentrado em ocupações menos qualificadas, não contribuiu para acelerar a produtividade da mão de obra como um todo, que cresceu menos de 1,7% ao ano de 2010 a 2013.
No fundo, o principal obstáculo à expansão da economia brasileira --mais que outros aspectos, como ambiente internacional e falta de investimentos-- continua sendo a falta de produtividade, que deriva, entre outros fatores, da baixa escolaridade.
O foco primeiro e último para um verdadeiro salto de desenvolvimento, portanto, deve ser a educação da mão de obra, que precisa estar voltada para as capacitações exigidas pela economia moderna.
-
Paradoxos Heterodoxos - Alexandre Schwartsman
FOLHA DE SP - 08/10 Encolhimento da força de trabalho explica por que desemprego cai mesmo com redução de vagas A economia não cresce; apesar disto o desemprego tem caído, atingindo 5% em agosto nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo...
-
Grau De Trabalho - Editorial Folha De Sp
FOLHA DE SP - 26/06 Maio tem pior desempenho na criação de empregos desde 1992, e mau desempenho evidente da economia sugere que a situação se agravará O surpreendente descompasso do mercado de trabalho começa a ser corrigido, mas não de maneira...
-
Para Onde Vai O Desemprego? - Ilan Goldfajn
O GLOBO - 04/03 Não é comum ter desemprego baixo numa economia fraca. Em geral, a desaceleração da economia contamina o mercado de trabalho, pelo menos depois de um tempo. Mas nos últimos anos no Brasil o PIB tem crescido ao redor de 2%, enquanto...
-
Demografia E Trabalho Ajudam Menos O Pib - Cristiano Romero
VALOR ECONÔMICO - 07/08 O crescimento da economia brasileira se beneficiou em boa medida, entre 2002 e 2012, do fator trabalho. Tanto a demografia quanto o mercado de trabalho, bem como os ganhos de produtividade, ajudaram a aumentar a taxa de expansão...
-
14,5 Milhões De Empregos Em Dez Anos
Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual: O país criou 1,3 milhão de empregos com carteira assinada em 2012 (exatos 1.301.842), segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados na tarde de hoje (25) pelo Ministério...
Geral