Por Altamiro Borges
Um estudo do "Estadão Dados" talvez ajude a explicar a postura cada vez mais raivosa, de extrema-direita, do PSDB. Ele aponta que o eleitorado nos chamados redutos da legenda está diminuindo no país. Entre 1994 e 2014, número de eleitores aumentou 51% nos Estados em que petistas venceram as últimas três disputas presidenciais, enquanto o crescimento foi de 40% nos locais onde os tucanos ganharam. Desesperado, o jornal Estadão conclui: "Se os padrões geográficos de voto não mudarem, o PSDB, principal partido de oposição, terá na demografia mais um adversário a superar".
Pelas projeções do "Estadão Dados", nos 15 Estados onde o PT venceu todas as últimas três eleições presidenciais, o eleitorado deverá crescer 16% nos próximos 16 anos. No mesmo período, nos sete Estados hegemonizados pelo PSDB o crescimento será de 13%. "Os efeitos eleitorais dessa tendência são pequenos a curto prazo, mas crescentes, e podem afetar o resultado de uma disputa apertada. A presidente Dilma Rousseff (PT), por exemplo, teria obtido 1,2 milhão de votos a menos de vantagem sobre Aécio Neves (PSDB) se o eleitorado de cada Estado em 2014 fosse, em termos proporcionais, o mesmo de 1994", alerta, novamente, o jornalão da famiglia Mesquita.
Ainda segundo o estudo, desde 2006 um padrão geográfico de voto vem se consolidando no Brasil. O PT ganha nas regiões Norte e Nordeste, além da parte mineira e fluminense do Sudeste. Já o PSDB conquista São Paulo, a Região Sul e os dois Estados da fronteira oeste, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O que mudou neste período, porém, foi a distribuição do eleitorado nas regiões. Em 1994, 46,7% dos brasileiros que compareceram às urnas eram do Sudeste. Desde então, a participação dessa região vem caindo, até chegar a 43,3% neste ano. Em 2030, a fatia deve ser próxima de 42%. O Sul, que hoje é um reduto tucano, também encolheu: de 16,7% em 1989 para 14,7% atualmente.
Já a participação do Nordeste, no mesmo período, subiu de 25,1% para 26,9%, e o Norte passou de 5,2% para 8,7%. O próprio Estadão reconhece, sem citar Lula e Dilma e sem dar qualquer destaque à questão, que estas mudanças no eleitorado decorrem das políticas públicas implantadas nos últimos 12 anos. "Os ritmos distintos de crescimento se devem a fenômenos migratórios e a variações nas taxas de natalidade e mortalidade". Se dependesse da decadente e oligárquica famiglia Mesquita, o movimento fascista pela divisão territorial do Brasil ganharia ainda mais adeptos!
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