Organizado pela Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, o Encontro contou com a presença de representantes dos 12 sindicatos filiados, tendo um público majoritário de bancários da base, que entenderam a importância de participar das discussões que envolvem a categoria. “Este é um encontro pensado e organizado para a juventude. Durante estes dois dias de debates, nós poderemos expressar as nossas opiniões sobre os temas que interessam os jovens bancários e vamos fazer isso do nosso jeito e com a nossa linguagem”, explicou o secretário de Juventude da Feebbase, Lucas Galindo.
A relevância do evento foi destacada também pelo presidente da Feebbase, Emanoel Souza, que lembrou a importância da participação de mais jovens nos debates sobre a categoria bancária. “Agradecemos muito a presença de todos vocês. A nossa ideia aqui é que vocês possam ter contato com o fazer sindical e entendam com a atuação das entidades são fundamentais para a garantia de mais direitos e melhores condições de trabalho. Sabemos o quanto isso é fundamental, não apenas para a renovação, mas também para a continuidade das lutas do movimento sindical’.
Mobilização e renovaçãoO evento foi aberto por exposições enriquecedoras do jornalista e presidente do Centro de Mídias Alternativas Barão de Itararé, Altamiro Borges, e da presidente do Conselho Nacional da Juventude e Secretária Adjunta da Secretaria Nacional da Juventude, Ângela Guimarães, que falaram sobre a importância da participação dos jovens nas ações de transformação da sociedade brasileira.
Altamiro Borges parabenizou a iniciativa da Feebbase que começou a construir a continuidade da luta através da atração de mais jovens para os debates que envolvem a categoria e o país. Ao falar da conjuntura brasileira e mundial, ele ressaltou a importância da participação dos trabalhadores nos debates sobre os rumos do país, que ocorrem em diferentes espaços físicos, mas também, e de forma muito mais intensa nas redes sociais.
Para Borges, o ambiente de novidades e oportunidades, em que se transformou a internet, precisa ser ocupado por pessoas comprometidas com propostas que possam fazer o país avançar na luta contra a desigualdade social, evitando assim, o predomínio de grupos ligados a ideias fascistas e preconceituosas, que podem promover um grande retrocesso no país.
“Nós temos que fazer um grande esforço para mobilizar mais jovens para fazer a disputa de ideias nos locais de trabalho, nas ruas e nas redes. Se a gente não se mobilizar, a gente corre o risco de ter um grande retrocesso, não apenas na questão de retirada de direitos trabalhistas e sociais. Não estamos falando apenas da ameaça de um governo neoliberal, mas, da possibilidade de um governo com ideias fascistas. Se isso acontecer, os trabalhadores e os jovens serão os mais prejudicados”, afirmou.
Protagonismo da juventudeOutra contribuição muito importante ao debate foi dada por Ângela Guimarães. A presidente do Conselho Nacional da Juventude percorre o país para falar da situação de desigualdade ainda enfrentada pelos jovens no país, mesmo com as políticas públicas implementadas nos últimos dez anos pelo Governo Federal.
“Os jovens representam 27% da população e 30% do eleitorado. A participação da juventude no mercado de trabalho é muito importante, mas a média de desemprego entre os jovens é três vezes maior que o da população adulta, isso porque o jovem é o primeiro a ser demitido nos momentos de crise. Precisamos mudar esta situação”, disse.
Ângela falou também sobre os números da violência contra a juventude, uma vez que o Brasil é o terceiro país do mundo onde mais se mata jovens. Por isso, a violência é a maior preocupação dos jovens brasileiros, segundo pesquisa do Instituto Cidadania. O levantamento mostrou ainda que 51% dos entrevistados já perderam um familiar, amigo ou conhecido para a violência. “Em um ano no Brasil, nós perdemos mais jovens de forma violenta, que países em guerra perdem em 10 anos de conflito. Estas mortes são ainda mais comuns entre os jovens negros e pobres da periferia das grandes cidades. Estes não são dados comuns a países de regimes democráticos. Não podemos nos conformar com esta situação. Precisamos envolver a sociedade no debate sobre a violência contra a juventude e apontar saídas para evitar mais mortes sem sentido”, acrescentou.
As discussões seguiram com os debates em grupo na tarde de sábado e prossegue até domingo (23), quando as resoluções do Encontro serão discutidas e aprovadas em uma plenária final.