ENROLAÇÃO E DOCE DE CAJU
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ENROLAÇÃO E DOCE DE CAJU


Sábias palavras: "Não há limites para o que vc pode fazer quando vc deveria estar fazendo outra coisa".

Eu explicando pro maridão como funciona minha enrolação: “É horrível. Não tem dia em que eu acorde e diga 'Hoje não vou fazer nada'. Antes fosse assim. Seria ótimo ter dias de folga pra descansar e ler um pouquinho e não fazer nada mesmo. Mas nunca é assim. Eu acordo todo dia como se fosse a personagem obcecada da Carolyn no Beleza Americana: 'I will sell this house today'. Mas é como se eu nunca vendesse a casa, entende?"
Eu, continuando: "Queria saber como funcionam outras mentes de grandes enroladores, master procrastinators. Lembro sempre de uma amiga dizendo que até ia correndo limpar o banheiro quando sabia que deveria escrever a tese de doutorado. Sei que estou fazendo errado, e nesse caso é que nem comer chocolate. Eu decido comer tudo prometendo que esta será a última vez, que eu nunca mais vou comer chocolate. E é desse jeito com a enrolação. Eu vou enrolando de manhã até decidir que a manhã tá perdida. Aí eu juro que depois do almoço eu começo. Então depois do almoço eu penso 'Só até às 3'. E vou gastando o dia assim. Nos dias bons eu pelo menos escrevo textos pro blog”.
Maridão: “Dá pra ver que vc ainda tem muito que amadurecer pra ficar como eu. Olha só, outro dia fui no supermercado e peguei um doce de caju. E fiquei vinte minutos andando no supermercado com o doce de caju na mão.”
Eu: “Amor, o que isso tem a ver com a fina arte de enrolar?”
Maridão: “Não é questão de enrolar, é de prioridades. Então, enquanto eu andava com o doce de caju, eu pensava: 'É isso mesmo que eu quero pra minha vida?'”
Eu, engasgando de rir com a água que estava tomando: “Cof ahauahauaha cof. É assim que vc decide se vai comprar alguma coisa? Fica andando com o troço pra cá e pra lá e se perguntando se vc quer aquilo na sua vida?”
Maridão: “Às vezes. Mas eu não comprei. Devolvi o doce de caju pra prateleira e peguei o doce de goiaba”.
Eu: “Ahahauauah. E lá se foram mais vinte minutos da sua vida decidindo se vc precisava do doce?”
Maridão: “Não, com o doce de goiaba foi mais rápido. Eu não levei. E o pior é que o doce de caju tava barato, dois reais.”
Eu: “Amor, eu acho que quando vc vê uma coisa que vc quer e que custe bem baratinho, tipo dois reais, vc tem que comprar.”
Maridão: “Mas eu não quero. Se eu comprar vou ter que comer. E é doce demais”.
Não me lembro como terminou a conversa. Mas as conversas com o maridão costumam ser desse jeito.  

Outros diálogos entre meu amor e eu: desejo, beijos, apelidos, exercício, loteria, herança, cheiros, educação, sensualidade, mais sensualidade, engano, canela, energia, nova fonte de energia, dominó, romantismo, mini-kabongs, autoestima, reflexos, fidelidade, comunicação, efeito isidoro, dar razão, amolação, bebida alcoólica.




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