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Foto: Douglas Mansur/MST |
Por Luiz Felipe Albuquerque, no sítio do MST:América Latina,
Quatro e Zamponhas
Cordilheiras e florestas,
Uma América que sonha
Mescla de tanta gente,
Lutadores e idealistas,
Nesta terra de Guevara
Por um sonho socialista
Venezuela segue em frente,
Nossa voz e nossa vez,
O Brasil está contigo,Chávez, Chávez!Pedro Munhoz, cantor e compositorÉ por meio desta forma lúdica que movimentos sociais, partidos políticos e entidades brasileiras demonstraram o apoio e a solidariedade ao presidente venezuelano Hugo Chávez, que disputará eleições no dia 7 de outubro.
Durante o encontro realizado nesta terça-feira (24/7) – aniversário de Simon Bolívar – diversas organizações se reuniram na sede do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) para manifestar apoio à chamada Revolução Bolivariana e discutir iniciativas de apoio o presidente Chávez no embate nos próximos meses.
Para João Pedro Stedile, da Direção Nacional do MST, o processo venezuelano é o centro da disputa dos projetos políticos em jogo no continente latino-americano. Ele avalia que o Império, representado pelos Estados Unidos, colocam toda sua energia e se utilizarão de todas suas armas para derrotar Chávez.
“Uma vitória do Chávez é uma vitoria de todo o povo latino-americano. Mas o contrário também é verdadeiro: uma derrota de Chávez seria uma derrota de todo o processo que está em curso nos últimos 12 anos na América Latina”, disse Stedile.
De acordo com Valter Pomar, secretário-executivo do Foro de São Paulo, que reúne organizações de esquerda do continente, as organizações progressistas precisam se empenhar para mobilizar a opinião pública contra o descrédito que constantemente é construído para prejudicar o projeto político de Chávez, organizar ações de solidariedade à Revolução Bolivariana e alertar a opinião pública sobre o plano posterior às eleições da direita para desmoralizar o processo eleitoral.
O encontro definiu a criação de um comitê para a construção da campanha Brasil está com Chávez. A primeira atividade desse fórum é a organização de um grande ato, no dia 31 de julho, em frente ao Palácio do Planalto, para receber Hugo Chávez e manifestar apoio à entrada da Venezuela no Mercosul.
As entidades discutem a construção de um ato político-cultural da campanha no final de agosto em São Paulo e prometem fazer um esculacho se o candidato Henrique Capriles, da oposição de Chávez, visitar o Brasil.
Carlos Ron, do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), agradeceu o apoio das organizações brasileiras. “O poder popular é que pode acabar com a pobreza, a exclusão, a desigualdade, cujo processo latino-americano em curso significa a alteração das relações de poder em favor da maioria”, disse.
Articulação da direitaAs organizações denunciaram que existe uma articulação das forças da direita continental para barrar ou mesmo destruir os avanços progressistas em curso na América Latina.
“Quando dizemos que a vitória do Chávez é a nossa vitória, não é um mero slogan. O que está em jogo é correlação de forças na geopolítica da América Latina”, colocou Ioli Ilíada, secretária de Relações Internacionais do PT.
Um exemplo dessa articulação, de acordo com Ioli, é a tentativa de Henrique Capriles se associar à imagem do ex-presidente Lula, que foi frustada com a divulgação de vídeo de apoio de Lula ao Chávez (veja aqui). “Não podemos subestimar a força da direita e a falta de escrúpulos que algumas forças podem ter. Tomemos como exemplo o Paraguai (ao referir-se ao golpe de estado sofrido pelo Fernando Lugo)”, atentou a dirigente do PT.
Stedile alertou que a direita brasileira já tem seu comitê. Segundo ele, os setores conservadores da Venezuela tinham como fonte de notícias veículos de comunicação de Miami (Estados Unidos) e Madri (Espanha) para deslegitimar o governo de Hugo Chávez. A partir desta ano, o difusor central de informações contra o governo é o Brasil.
“A direita daqui coloca na imprensa brasileira uma noticia, que às vezes nem tem tanta repercussão interna, mas imediatamente a direita venezuelana amplifica essa notícia colocando como fonte a imprensa mundial”, disse.
Duas campanhas eleitoraisRicardo Abreu, secretário de relações internacionais do PCdoB, ressaltou a importância de Chávez para o fortalecimento da integração solidária sul-americana. Com a recente entrada do país no Mercosul, setores da direita brasileira usaram os meios de comunicação contra a adesão e decretaram uma suposta morte do bloco econômico. “O que morreu foi o projeto de Mercosul que eles propunham. No entanto, nós dizemos viva o Mercosul”, disse.
Para Gilberto Maringoni, do Partido Socialismo e Liberdade (Psol), a esquerda brasileira tem duas frentes de batalha nos próximos meses: derrotar a direita no Brasil e contribuir para Chávez vencer as eleições na Venezuela. “A tarefa muito semelhante ao que passa Chávez é derrotar a direita aqui dentro. A maior solidariedade que podemos oferecer é derrotá-la”, disse Maringoni.
JuventudeCaio Santiago, do Levante Popular da Juventude, disse que os jovens vão organizar um esculacho se Capriles vier ao Brasil. “A juventude não pode ficar alheia a essa disputa, já que é um dos setores mais afetados dentro do outro modelo proposto. Por isso, o papel da juventude em contribuir nas ações para levar o debate a toda população, com ações, agitação e propaganda”, defendeu.
“A mídia bate forte, apresenta o Chávez como inimigo do Brasil, e precisamos dizer à população que a vitória dele é também uma vitoria do povo brasileiro”, propôs Ismael Cardoso, da União da Juventude Socialista (UJS).
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