Entradas nas saídas - JANIO DE FREITAS
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Entradas nas saídas - JANIO DE FREITAS


FOLHA DE SP - 23/01

De uma vez, Dilma modifica os ministérios que mais produziam visões positivas para a sua administração


De uma só vez, Dilma Rousseff modifica os três comandos ministeriais que mais produziam, na fase de baixa em que está o governo, visões positivas para sua administração. A avareza informativa da Presidência da República não permite saber se a mudança concomitante é uma audácia consciente ou uma precipitação mal pensada.

As críticas ao desempenho de Alexandre Padilha na Saúde não puderam passar da superficialidade, ficaram apenas como coisa de político que precisa falar contra. Padilha trabalhou muito, dia a dia, com clareza de objetivos e maneiras bem definidas. Sua concepção de política de saúde deu seguimento àquela em que José Gomes Temporão se saiu muito bem, ao instituí-la no governo Lula. E em sentido não observado pela imprensa em nenhum dos dois, mas de grande mérito para ambos, Padilha continuou Temporão na difícil recusa ao uso do Ministério da Saúde no tráfico de nomeações, verbas parlamentares e outros desvios da política.

A pretendida candidatura de Alexandre Padilha ao governo paulista não exigia seu afastamento do ministério antes do começo de abril. Com a vigência, ainda, da proibição de propaganda eleitoral, até lá o seu aproveitamento da disponibilidade estará bastante limitado. E já no primeiro momento de sua saída o governo leva um trompaço: o noticiário inaugural do substituto foi todo negativo, por erro grosseiro da Presidência. Ou o escolhido Arthur Chioro tem resposta conveniente para a acusação que lhe faz o Ministério Público de São Paulo, e a Presidência deveria divulgá-la ao anunciar o escolhido, senão antes; ou Chioro não deveria ser ministro, até o esclarecimento necessário.

Gleisi Hoffmann se mostrou muito pouco. O oposto do antecessor na Casa Civil, o novo rico Antonio Palocci. Mas foi muito eficiente na organização do trabalho, problemático em muitas dimensões, da Presidência com seus 39 ministérios. É certo que aplicou vigilância e cobranças muito proveitosas para prevenir ou sustar problemas, técnicos e morais. E teria feito mais, se contasse, para isso, com maior apoio de Dilma. Nas privatizações, por exemplo, quando tentou e foi vencida (derrotar o cofre da Odebrecht é mesmo muito difícil). Pretendente ao governo do Paraná, Gleisi está na mesma situação de Padilha, quanto à antecipação e à pouca utilidade imediata de sua saída.

Aloizio Mercadante deixa a Educação, pela Casa Civil, sem haver satisfeito a imprensa, porque "não deixa marca", ou coisa que o valha. Deixa, sim, sobretudo se considerado o pouco tempo que ficou no ministério, apenas desde a saída de Fernando Haddad para candidatar-se à prefeitura paulistana no ano passado. Deixou várias complementações em programas já encontrados e fez avanços importantes em política educacional, como nas vagas universitárias e no ensino técnico, entre outros.

Mas o que Mercadante leva para o Planalto nem é isso. É a dedicação ao trabalho, ao estudo e a seriedade que fizeram dele um parlamentar de primeira. Desde seu início na Câmara, com as iniciativas determinantes, ao lado do excelente (ex-)senador gaúcho José Paulo Bisol, para o desfecho obtido pela CPI de Collor/PC Farias.

Aloizio Mercadante, aliás, é um tipo interessante. Não é muito gostado na cúpula do PT, ou pela firmeza posta na defesa de convicções, ou pela franqueza excessiva para um político. Mas uma conversa calma com Mercadante revela abertura intelectual e informação inesperadas, inclusive em atualidades literárias. A Casa Civil pode trazer uma perspectiva nova para Aloizio Mercadante e, ao que muita coisa sugere, é assim que Dilma Rousseff recheia a sua escolha.

E a Educação, como ficará? Até a hora em que escrevo, voltou a ser só uma espera. Seu velho hábito.




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