ENTREVISTA: Marcelo Adnet, "humor diferente"
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ENTREVISTA: Marcelo Adnet, "humor diferente"


RIO 

- Há mais de um ano na mira da Globo, Marcelo Adnet cedeu à pressão e deixou a MTV. Mas diz que não foi por dinheiro. Só queria ser mais visto. De volta ao Rio, ele encara o trânsito e o calor carioca - "O ar-condicionado do carro quebrou", explica - para chegar ao Projac, onde grava as primeiras cenas de O Dentista Mascarado, seriado de Alexandre Machado e Fernanda Young, previsto para estrear em abril, sob a direção de José Alvarenga Jr.. Na atração, ele vive um homem que arranca dentes de dia e caça criminosos à noite. Em entrevista ao Estado, Adnet, de 31 anos, afirma que não teme ver seu humor inteligente modificado na nova emissora e descarta a possibilidade de atuar em programas como Zorra Total. Por causa da mulher, a humorista Dani Calabresa, que grava o CQC em São Paulo, ele continua dividido entre as duas cidades e conta que ainda não conseguiu juntar dinheiro para comprar um apartamento.

Como é o seu personagem?
O Doutor Adalberto Paladino, apesar da pressão do pai para seguir a tradição militar da família, acaba virando dentista. O pai fica irritado com ele. Essa relação faz com que esse dentista almofadinha queira algo mais do que estar no consultório. Pressionado para ser mais corajoso e aventureiro, ele sai do consultório para mergulhar no submundo para dar uma resposta ao pai e a si mesmo.
De que maneira ele soluciona os crimes?
É um dentista de aparelho, um cara frágil que não impõe respeito. Os casos são sempre resolvidos de maneira atrapalhada. Quando ele acha que fez um grande serviço, foi um acaso. Nunca é uma solução violenta ou clássica, é sempre engraçada. Cada vilão ele vai humilhar de forma patética ou irônica. Ele vai atrás de informações sobre qualquer tipo de quadrilha. Ele tem dois assistentes, o Sérgio (Leandro Hassum) e a Sheila (Taís Araújo), e ela é meio bandida, tem conexões com o submundo, conhece os chefões das máfias.
Você já teve uma experiência ruim na cadeira do dentista?
Todas as experiências no dentista são horríveis. A sala de espera é um dos piores lugares do mundo, tem um computador velho e revistas de 1992. Nunca fiz canal, nunca arranquei dente, nem usei aparelho. Por isso, tenho a dentição estragada. Aqui, eu propus que ele usasse aparelho, pois um dentista não teria dentes assim.
Já tem outro projeto para fazer na Globo depois do seriado?
Não tem nada certo. As gravações são de segunda a sexta, não tenho tempo. Tenho planos de fazer improviso, esquete, gosto de fazer música. Tem pouca música no humor brasileiro.
Que lugar você ocuparia no humor da Globo?
Ficaria contente com um espacinho pequeno de 15 minutos, meia hora. Não preciso de um horário para entrar todo dia, nem de uma hora e meia no horário nobre. Estou chutando. Devagarzinho, as coisas acontecem.
A Globo tentou te levar muitas vezes?
Encontrei o Alvarenga em 2009, no shopping. Ele se apresentou e disse que gostava do meu trabalho, que, se eu quisesse vir, era só falar. Estive próximo do Claudio Manoel (do Casseta & Planeta), ia à casa dele para conversar, mas nunca cheguei ao ponto de vir até aqui negociar. Todo ano, tinha uma conversa, um flerte.
O que te convenceu a ir?
Três coisas. A primeira é que a MTV estava em um momento ruim. Quando você olha em volta e vê que os amigos da equipe foram demitidos, que o prédio está vazio, que a audiência que a gente dava era 0,1, isso mina para caramba. Eu estava há cinco anos lá e precisava mudar. Uma coisa fundamental na televisão é que as pessoas têm de ver o meu trabalho. Não adianta fazer na MTV um trabalho super legal, que a crítica bate palma, mas o povo não vê. Na rua, as pessoas mais ricas falam "Você é da MTV". E o povo inteiro fala "Você fez aquele comercial, né? Você foi um dia no Esquenta!."Ninguém via o que faço. Depois de cinco anos tudo cansa, chegou a uma situação limite. A primeira razão, portanto, foi a crise real na MTV. A segunda foi minha vontade de ser visto e de mudar a rotina. E a terceira foi ter um projeto legal. Sou muito abalado pelo clima. Se a gente tivesse um diretor estressado, um elenco de estrelas que pedem toalhas brancas, talvez a terceira via não estivesse aberta. Mas o clima é ótimo. 
Como é a diferença de estrutura das emissoras?
É espantoso, mas não pode nos enganar. A produção não é tudo. Acho que a ideia é mais importante do que qualquer produção. Se você tem uma boa ideia e um fundo branco, é mais interessante do que uma ideia média super produzida.
Em um dos esquetes do Adnet Viaja, em Portugal (2012), um dos personagens era você mesmo, já velho, dizendo que não havia aceitado o convite da Globo. Você já sabia que mudaria de emissora?
Sabia que a gente estava chegando no ponto. O personagem largava a profissão, a Dani ia morar em Portugal para vender compotas. Eu falava: "Quando a Globo me convidou, em 2013, não fui. Achava melhor não e hoje estou aqui com as minhas compotas, abandonado e triste." É um Marcelo que escolheu largar tudo. Era uma piada sobre uma escolha que não fiz.
Tem medo da lenda de que quem sai da MTV para outro canal não faz sucesso?
Não acredito nessas coisas. Se eu ficar pensando nisso, vou perder meu tempo. Se é uma maldição, ela está aí, não posso fazer nada contra ela.
Acha que vai ter a vida mais exposta na Globo?
Já perdi minha privacidade. Eu trabalho bem, mas não sou amigo da mídia. Você não vai me ver no camarote nem malhado exibindo o abdômen na praia do Leblon. Não quero ser celebridade, não quero a fama. Não sou ator para ter fama, sou ator para atuar. Eu me incomodei no passado. Tudo bem até o terceiro ano consecutivo disso. A paciência vai baixando. Se você anda na rua e ninguém nunca falou com você, pode ser legal. Para quem vive isso não é legal. Eu não fico p... quando alguém vem falar comigo. Fico até feliz, é um sinal de que está tudo dando certo. Estranho seria eu fazer televisão e ninguém tentar falar comigo. Sempre fui à praia e mostrei minha barriga. Se quiserem me fotografar e falar que estou fora de forma, podem falar. Eu estou mesmo e tenho orgulho de estar. Acho importantíssimo existirem pessoas fora de forma, pessoas feias, pessoas imperfeitas. Isso é fundamental, é verdade. Nós somos feios. As pessoas não são lindas com a pele maravilhosa no HD. Eu não me cobro para estar maravilhoso. É uma liberdade. Hoje aprendi a lidar.
A Dani grava em São Paulo e você está no Rio. Como organizam a agenda?
Vamos dizer que ela trabalhe de segunda a quarta e na quinta ela vem. No domingo, volta. Agora, estou indo para lá toda sexta.
Você faria uma novela ou um programa sem ser de humor?
Tem muito talento aqui. Quando olho em volta, não estou preocupado com o futuro. Um dia a dia de um protagonista, talvez não aguentasse. Até conversei com o pessoal do jornalismo, pois amo esporte. Não descarto nada disso no futuro. Mas acho que é errado eu não fazer humor, não focar nisso.
Por ter um público diferente do da MTV, você teme ficar mais limitado no humor na Globo?
Essa coisa da censura não existe. Não existe uma pessoa que diz o que não pode ser dito ou o que não pode ir ao ar. Se eu estivesse na Record, não ia falar de pastor nem citar religião. No SBT, não poderia bater com o Silvio. Você tem adequações ao lugar que você está. Na MTV, por se tratar de uma empresa pequena e esquecida pelo Grupo Abril, você pode fazer mais coisas. Não tem rabo preso com ninguém. A censura não é real, é um senso, ver onde você está e para quem você está falando. Aqui é um público mais amplo e mais velho, não são os descolados da MTV. Sinceramente, acho que é possível fazer humor fresco, crítico e ácido para a classe C.
Faria o Zorra Total?
Não teria nada a ver. Se estou aqui para trazer um raciocínio e uma linguagem diferentes, seria errado eu fazer um programa que já está consolidado e com a linguagem dele. 
Apesar de a MTV ser uma emissora menor, você fazia as mesmas campanhas publicitárias de atores de novela. Ficou rico?
Para os meus padrões, sim. Não tenho grandes aspirações nem um padrão de vida caro. Sobrevivo com YouTube. Meu carro é velho e tem o ar-condicionado quebrado. Lá em casa, nunca recebi mesada. Tinha uma gaveta no quarto dos meus pais com dinheiro. Até os 15 anos, eu abria a gaveta e pegava o quanto precisava. Eu pegava o necessário e voltava com R$ 5. Nunca passamos fome, mas nunca tivemos dinheiro para jogar fora. Você nunca vai me ver com cordão de ouro ou um relógio caríssimo. Só vim bem vestido porque ia tirar foto. Para mim, comer o que quero é ser rico. Não estou podendo esbanjar, não tenho apartamento próprio. Hoje, não posso comprar apartamento no Rio.
http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,eu-nao-quero-a-fama,1009618,0.htm




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