ENTREVISTA COMIGO SOBRE ESTE BLOGUINHO
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ENTREVISTA COMIGO SOBRE ESTE BLOGUINHO


Euzinha no meu escri

Enquanto sigo indecisa se continuo ou não o bloguinho (não parei de atualizar diariamente desde que anunciei que o blog subiu no telhado), publico uma entrevista bem simpática que dei em dezembro pra Julia, da Tanara FunA revista é produzida em Porto Alegre e tem circulação nacional. Trata de temas como moda, beleza e entretenimento. 
Como boa parte das entrevistas que já dei, depois de responder às perguntas, e enviar as fotos pedidas, nunca mais ouvi falar da revista. 
Não sei se a entrevista saiu, se não saiu, como saiu, porque a maior parte dxs jornalistas não me manda um link depois, apesar de eu sempre pedir. [Opa! Agora fiquei sabendo que a entrevista não foi publicada e que a revista saiu de circulação -- não por minha culpa!].
Entrevista pra TV ou vídeo, então, é certo que eu nunca mais terei notícias. É chato, porque a gente passa a não ter controle algum sobre a própria imagem (e também, porque preciso incluir tudo que faço no meu relatório de progressão funcional pra faculdade). 
Bom, tá aqui a entrevista. Publicando-a aqui, pelo menos não sinto que minhas respostas foram uma perda de tempo.

J: O que te motivou a começar a escrever no escrevalolaescreva?
O que me motivou a começar o blog foi a vontade de ter um espaço próprio, só meu, onde eu tivesse total liberdade editorial. Contribuí durante anos para um site de fotografia. Toda semana eu mandava pro site minhas crônicas de cinema, mas não havia retorno nenhum, não havia feedback de leitores. Em 2007 passei a colaborar também com um blog sobre quadrinhos e filmes de ação. Mas meu estilo não tinha nada a ver com o público-alvo do blog, e o feedback era fraco. 
Além do mais, depois que o editor recusou uma crônica minha -- que não era sobre cinema, era sobre o último dia do ano --, e o outro site deu um ultimato ("ou vc publica só com a gente, ou com o outro blog"), eu pensei: putz, não recebo absolutamente nada pra escrever nesses lugares, e ainda tenho que aturar broncas? Ah não, vou começar meu próprio blog. Só havia um problema: eu não tinha a menor ideia de como fazer isso.
Foto que tirei da tela do computador
Contei com a ajuda do meu marido, que também não sabia, mas aprendeu o suficiente, o básico do básico, pra me ensinar a tocar o barco. Até hoje o que eu sei sobre blogs é o básico do básico. Mas vem dando certo. Nas primeiras duas semanas do meu próprio blog eu já tinha recebido mais comentários de leitoras e leitores que em anos em outros espaços. Esse retorno é fundamental pra um blogueirx. 

J: Como você descreveria seu blog?
Bom, meu blog é pessoal. Está no nome: Escreva Lola Escreva, que é um trocadilho com o filme alemão Corra Lola Corra. Então não é um portal, não é um site de notícias. É um blog de opinião. E é um blog feminista, sem dúvida, porque eu sou e sempre fui feminista. Não tem como eu fazer um blog pessoal que não reflita quem eu sou. Sou também uma pessoa irônica e que adora rir. Então eu tento escrever de um jeito leve, nada formal, talvez até divertido, dependendo da ocasião. Às vezes o assunto é tão deprê que não dá pra ser leve e divertida, mas muitas vezes dá. 
Casa TPM agora em agosto
Também descreveria meu blog como um blog com uma excelente caixa de comentários. Quase todo post gera um debate intenso, é quase um fórum, com pessoas muito inteligentes comentando. Considero meu blog privilegiado em matéria dxs comentaristas que atrai. E também atrai gente ótima interessada em compartilhar suas histórias, suas experiências, suas visões, suas especialidades, sobre diversos assuntos. São os guest posts.
Publico dois guest posts por semana. Eles ampliam muito o alcance do blog, porque nessas horas deixa de ser apenas a minha visão e o meu conhecimento. É gratificante. Já publiquei 235 guest posts nesses cinco anos de blog, e sei que meu blog não seria o mesmo sem eles. [Vocês devem ter notado que hoje publico cerca de quatro guest posts por semana, e mesmo assim ainda tem uma fila imensa aguardando publicação].

J: A carreira como professora influencia no que você escreve no blog e/ou vice-versa?
Até um certo ponto, influencia. Quando eu comecei o blog, em janeiro de 2008, eu não estava atuando como professora. Eu morava em Detroit, e estava lá pro doutorado-sanduíche. Em agosto de 2009, com o doutorado já terminado, prestei concurso pra UFC. Foi meu único concurso, e narrei tudo no blog, passo a passo. Foi interessante, porque as pessoas ajudaram, deram sugestões, torceram pra que eu passasse, me parabenizaram quando passei. E tinha candidato no concurso que conhecia o blog! 
Hoje tenho alunos que acompanham o blog, que vem comentar determinado post. Mas o blog nunca foi acadêmico, e continua não sendo. Ele está bem longe de ter qualquer rigor científico. Por outro lado, eu vejo um pouco meu blog como uma atividade de extensão do meu trabalho na universidade. Não deixa de ser uma forma de popularizar o feminismo, de levá-lo pra quem não está na academia, e de suscitar debates pra quem já está. Até agora, eu não tive pudores do tipo "Como uma professora universitária pode escrever isso?!". Espero nunca ter, porque a liberdade editorial continua sendo importante pra mim.

J: Seus textos são bastante polêmicos e recebem vááários comentários, nem sempre positivos. Como você lida com isso?
É, pelo jeito eu sempre fui polêmica. Mas é sem querer, não é pensado. Às vezes eu sei que o assunto é polêmico, e já aviso no post. Mas muitas vezes eu me espanto com a polêmica, porque não era pra ser! Por exemplo, um post recente foi sobre Amanda Todd, uma canadense de 15 anos que se suicidou, depois de ter deixado mensagens no YouTube pedindo ajuda. Ela tinha passado a sofrer bullying quando, com 13 anos, mostrou os seios rapidamente pra um estranho na internet. 
Eu pensei: nesse post não tem discussão, todo mundo vai empatizar com a menina e condenar o bullying. Que nada! Veio um monte de gente chamá-la de vadia e vagabunda, dizer que foi ótimo que ela se matou, dizer que ela foi fraca, porque não aguentou a dor. Fiquei pasma: como é que pode? 
Mas enfim, quando um blog passa a ter muitas visitas, passa também a ter muitos trolls. Acho que é inevitável. Os primeiros dois ou três anos do meu blog foram uma total calmaria em matéria de trolls. Hoje é ridículo e, desde junho deste ano [2012], passei a moderar comentários, porque não dava mais. Os trolls estavam matando a caixa de comentários. Tinha muita ofensa, muito comentário repetido de propósito, muito lixo. Agora que eu modero e deleto dúzias de comentários de trolls a cada hora, a situação melhorou. 
Há uma diferença enorme entre fazer um comentário crítico, contra o que eu digo no post, mas fazê-lo de uma maneira que não insulte ninguém, e simplesmente entrar pra xingar e perturbar, que é o que 99% dos comentários deletados faz. Então eu lido com essas ofensas deletando-as. Os trolls não me atingem de forma nenhuma. Nunca me atingiram. Eu gosto de rir deles, mas quando vem junto com palavrões mil e ameaças de morte, fica um pouco mais difícil rir.

J: Qual é, em sua opinião, o propósito do seu blog?
Sinceramente, não sei ao certo. Ele começou sem nenhuma pretensão, e é chocante vê-lo chegar a 250 mil, 300 mil visitas por mês e passar a ter alguma influência, a ponto de eu ser convidada para dar palestras e participar de mesas redondas em universidades de todo o Brasil. Não era algo que eu esperava de jeito nenhum. Mas sei, pelas pesquisas internas que realizo, e pelo retorno que recebo, que meu público é muito jovem. 75% do meu leitorado tem menos de 30 anos. É incrível, porque eu tenho 45 [46 desde junho], então certamente não escrevo pra minha faixa etária. 
Recebo muitos emails de gente que diz que se descobriu feminista por causa do meu blog, ou que decidiu assumir seu feminismo, ou que reviu preconceitos e passou a ser uma pessoa melhor. E também tenho amplo retorno de gente que não aceitava bem o seu corpo, e agora se gosta. É uma maravilha ouvir coisas assim. E às vezes até vem um aluno bonitinho, que não é feminista e nunca teve problemas de auto-aceitação, dizer, com os olhos brilhantes, que entrou no blog pela primeira vez e adorou. 
Então cria-se uma comunidade de gente idealista como eu, gente que luta pra combater preconceitos, que quer ter voz, que quer mudar o mundo. E não sei se é porque escrevo todo dia em primeira pessoa, e por ser sempre muito sincera, mas cria-se um vínculo. E aí muitas dessas pessoas vêm as minhas palestras, quando eu vou à cidade delas, e várias vem falar comigo depois da palestra. E algumas até trazem chocolate pra me presentear. Então talvez o propósito subconsciente do blog seja esse: ganhar chocolate. 




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