Equador enfrenta monopólios de mídia
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Equador enfrenta monopólios de mídia


Por Leonardo Severo, Felipe Bianchi e Caio Teixeira, de Quito-Equador, no blog ComunicaSul:

Governos democráticos e populares como o do presidente Rafael Correa, no Equador, são “exemplo” na luta contra os monopólios da desinformação, “que se colocam como quarto poder e fazem o papel dos partidos políticos conservadores em oposição à opção demonstrada pela sociedade nas urnas”, afirmou o jornalista e sociólogo Ignácio Ramonet.

O fundador do Le Monde Diplomatique participou nesta quarta-feira (13), Dia Mundial do Rádio, do programa Enlace de Medios, onde reiterou que “a democratização da comunicação é essencial para os governos progressistas da América Latina enfrentarem a chantagem da mídia reacionária” e não virarem presas fáceis da mercantilização da informação
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“O que antes parecia secundário, hoje é central, esta é uma batalha onde se joga o futuro. Por isso a oligarquia midiática faz tanta chantagem e vive argumentando que a sua liberdade de expressão, a das empresas de comunicação, não pode ter limite. Querem dizer qualquer coisa, de qualquer modo, sem ter que se responsabilizar, sem correr riscos”, declarou Ramonet, na entrevista que teve a participação do Coletivo ComunicaSul de comunicação colaborativa, da Prensa Latina e da Agência Latinoamericana de Informação (ALAI). Comunicadores da Venezuela, do Uruguai e El Salvador também entraram em rede contribuindo com perguntas e questionamentos sobre o uso das agências internacionais e das redes de rádio, televisão, jornais e revistas em instrumento de propaganda contra a construção de alternativas ao neoliberalismo.

Logo após o programa da Associação Latinoamericana de Educação Radiodifusão Radiofônica (ALER), em entrevista exclusiva ao ComunicaSul, o jornalista franco-espanhol lembrou que como os veículos privados são os únicos que chegam ao grande público, “os governos ainda que progressistas” acabam pagando pedágio. “Acabam tendo que passar por estes meios através da publicidade, da publicação de comunicados”.

Comunicação pública

Questionado se não era um contrassenso vários dos governos da região continuarem – literalmente – pagando para apanhar, Ramonet defendeu uma política pública de investimento na disputa política e ideológica. “Acho que é muito pertinente que os governos progressistas invistam nos meios públicos. Porque os meios dominantes, como são meios de classe, não falam de todo o mundo, não falam de classes sociais, dos pobres, das culturas periféricas, dos povos originários e da riqueza que podem representar, não falam de muitos aspectos da vida que constituem a realidade cotidiana de milhões de pessoas. Falam de um mundo que somente pertence a uma pequena elite e estão tratando de transferir este universo como um modelo para a maioria da população. Portanto, quando um governo progressista investe em meios comunitários, está dando para a comunidade num bairro, aldeia ou povoado de pescadores a possibilidade de falar do seu aos seus e, consequentemente, dando a possibilidade de uma relação horizontal em termos de comunicação, não unicamente vertical”.

Falava-se dos EUA e Europa, não dos vizinhos

Segundo Ramonet, investir no aprofundamento da democratização é estimular o protagonismo: “Isso é extremamente importante e todos os governos deveriam fazer, não só os progressistas”. Por outro lado, observou, são governos que têm se preocupado em “criar laços entre todos os latino-americanos”. “Por exemplo, antes que se financiasse e criasse a Telesur não havia nenhuma televisão na América Latina que falasse de todo o Continente. Curiosamente, os únicos meios que falavam da América Latina eram norte-americanos, a CNN e outros canais. Em muitos países da nossa América se falava do país em questão, dos Estados Unidos e da Europa, mas não se falava do país vizinho. Creio que isso está mudando, tomando maior consciência da necessidade de conhecer-se melhor, efetivamente. Se te conheces melhor, te aprecias melhor, te valorizas mais e fortalece tua autoestima. Não ficas com o olhar paternalista, colonial ou condescendente que vem do exterior. A América Latina é agora um continente já adulto, bem maior, com níveis de desenvolvimento intelectual, acadêmico e, agora, político, e já não necessita um olhar neocolonial sobre suas atividades”, concluiu.

Ouça a entrevista completa de Ramonet para o programa Enlace de Medios
http://produccioninformativa.aler.org/media/aler/audios/Programas_Especiales/PROGRMA_13-02-2013.mp3




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