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Escritor afirma que Jesus de Nazaré foi meramente uma fabricação dos romanos do século I
Joe Atwill deixou cristãos e historiadores putíssimos na semana passada, o que é compreensível, considerando que ele anda fazendo afirmações que minam as fundações da crença dos primeiros e as verdades amplamente aceitas dos segundos. Joe diz ter descoberto provas de que Jesus de Nazaré, o homem sobre o qual a gente leu nos livros de história e no Novo Testamento, foi meramente uma fabricação dos romanos do século I, que criaram seu evangelho como uma maneira de aplacar o fervor messiânico dos judeus. Joe, que escreveu e autopublicou Caesar's Messiah: The Conspiracy to Invent Jesus [O Messias de César: A Conspiração Romana para Inventar Jesus] em 2006, prometeu revelar novas pesquisas no final de semana. Para Joe, essas revelações farão até seus mais ardentes críticos aceitarem a teoria de que Jesus foi uma ferramenta de guerra psicológica para fazer com que os judeus parassem de criar problemas e amassem seus senhores romanos.
Pessoalmente, não dou muita bola para se Jesus foi ou não um cara com superpoderes, ou mesmo se ele existiu. Culpo a religião organizada pelas coisas mais horríveis que os humanos fazem uns com os outros e só vou à igreja no Natal e no Dia das Mães – estritamente em respeito à minha mãe. Então, estou aberto a qualquer crítica aos aspectos de fanatismo do cristianismo. No entanto, apesar de ser um pagão orgulhoso, acho as afirmações feitas pelo Joe – de que uma farsa romana teria sido o centro do cristianismo – tão ridículas quanto as afirmações de que foi o governo norte-americano que jogou os aviões contra o World Trade Center no 11 de setembro. Não que eu ache que os romanos ou o governo americano não seriam capazes disso, só acho que eles não conseguiriam sair dessa sem ninguém ficar sabendo.
Joe fomentou essa intriga pela internet durante anos, com suas descobertas bizarras e astutos comunicados à imprensa, e agora ele fez um grande simpósio no último final de semana, em Londres, para revelar sua nova pesquisa. Então, achei que essa seria uma boa hora para descobrir se ele é um doido total ou um visionário que desvendou um mistério que vinha iludindo estudiosos e historiadores durante séculos. Aqui está o que ele tem a dizer.
VICE: Você pode dizer quais são suas credenciais para criar teorias que desafiam crenças generalizadas de proeminentes religiosos e estudiosos?
Joe Atwill: Sou um estudioso independente. Não tenho treinamento acadêmico tradicional no estudo da Bíblia.
OK. Como você começou a estudar as origens de Jesus?
Frequentei uma academia militar jesuíta quando criança e estudei o evangelho. Apesar de ter me afastado da igreja mais tarde em minha vida, mantive o interesse pelo personagem de Jesus Cristo.
O que intrigou você com relação a Jesus?
Jesus tinha uma visão muito mais pacifista e cosmopolita das coisas do que o movimento messiânico da época dele, que era muito xenofóbico. A perspectiva dos judeus da época era que eles queriam os romanos fora da região para poder ter um estado religioso.
Como você sabe disso?
Para ter uma perspectiva mais informada dos evangelhos, você precisa ler um cara chamado Flávio Josefo. Ele viveu na Judeia, escreveu a história da época e do lugar onde Jesus supostamente viveu e documentou a guerra entre romanos e judeus. Se você ler o trabalho dele, vai notar que há paralelos entre os eventos da guerra e os eventos no ministério de Jesus, que ocorrerem na mesma sequência.
Não faço a menor ideia sobre o que você está falando. Você pode dar alguns exemplos, por favor.
Por exemplo, Jesus disse a seus seguidores: “Sigam-me e vocês serão pescadores de homens”. Na guerra, um general romano disse a suas tropas “Não tenham medo. Sigam-me” e em seguida os mandou para o Mar da Galileia, onde eles afundaram navios de pesca judeus. Os pescadores judeus tentaram nadar para a praia para se salvar, mas os romanos os “pescaram” com as lanças, de acordo com Flávio.
E, na sua opinião, o que essas coisas significam?
O Flávio foi a base para o ministério de Jesus. Jesus tinha a perspectiva política que os romanos esperavam que os judeus adotassem.
Por que os romanos iam querer doutrinar os judeus em uma nova perspectiva política?
Os romanos estavam sempre lutando contra os judeus sobre quem deveria ser chamado de Deus. A guerra entre romanos e judeus é realmente uma guerra pelo divino, porque os césares queriam ser adorados como deuses e os judeus se recusaram. Então, eles criaram um personagem, Jesus Cristo, para encarnar o que eles queriam num messias para os judeus.
Isso me parece um grande salto. Esse plano romano está escrito explicitamente em algum texto antigo?
O que você tem é chamado de prefiguração. A vida do personagem Jesus tem todos esses eventos que vieram do Antigo Testamento. A história de Jesus descreve José indo ao Egito, o faraó massacrando os meninos, depois ele retorna do Egito, é batizado, vai para o deserto por 40 dias e tem suas três tentações. No Velho Testamento, no Gênesis, José vai para o Egito, o faraó massacra os meninos, ele retorna do Egito para Israel, onde ele é batizado. Depois ele vai para o deserto por 40 anos, quando você vê o padrão, isso é tudo ficção.
OK. Você não está dizendo unicamente que os superpoderes de Jesus eram parte de uma fábula ou algo assim. Você está dizendo que Jesus foi inventado como uma conspiração dos romanos. Há algum texto que corrobora isso explicitamente?
Sim. Isso está em “Maria Canibal”, uma passagem famosa de Josefo. O trecho contém uma alegoria sobre Jesus Cristo. Para entender isso é preciso fazer certa análise. Quer dizer, não posso sentar aqui é contar a você como isso se trata de uma alegoria. Mas posso garantir que não levaria tanto tempo assim.
Podemos tentar.
De acordo com o Novo Testamento, Jesus é o cordeiro da Páscoa. E, na passagem da Maria Canibal, eles afirmam que o cordeiro é um mito para mundo, que sua morte será vista como uma atrocidade por gentis e que isso criará um ódio amargo contra os judeus. É uma descrição nítida da invenção e da intenção do cristianismo, que foi uma maldição que os romanos colocaram nos judeus por suas rebeliões constantes. Na verdade, isso é uma confissão.
OK, e como os romanos conseguiram doutrinar os judeus nessa falsa religião? Um plano dessas proporções parece meio absurdo.
Os autores teriam sido os intelectuais judeus e os césares romanos. Os romanos tinham os maiores intelectuais judeus em sua lista de pagamento. Os testemunhos de todos os discípulos são falsos e todos os nomes são falsos.
Parece que o tiro saiu pela culatra – ainda tem um monte de judeus por aí. E se isso era um plano, como os cristãos estão adorando um judeu, e não Tito Flávio, hoje em dia?
Bom, na verdade, estão. Papa é outro título para caesar. O Vaticano é localizado onde os césares tinham seu palácio. A questão importante é que você precisa ter algum tipo de explicação para quem é o filho do homem. Algumas pessoas dizem que esse é Jesus, que ele está falando sobre si mesmo, mas o problema é que ele não volta da guerra depois de ter feito esses pronunciamentos. Haveria algum registro disso, então o único candidato para esse retorno depois da guerra é o césar romano. No final da guerra, Tito Flávio tentou fazer os judeus o chamarem de Deus. Na época, Tito era conhecido como o “filho de Deus”. Esse título foi gravado em sua arca sagrada em Roma. Eles queriam que os judeus pensassem que esse filho do homem que Jesus tinha previsto era na verdade um césar. Só que isso não pegou.
Você está dizendo que Jesus, um homem que a maioria dos estudiosos concorda que existiu de fato, na verdade não existiu?
Jesus é um personagem fictício. Por exemplo, um cara tinha um vizinho que tinha um pato chamado Donald, aí esse cara inventa um personagem chamado Pato Donald. Esse cara é um historiador? Bom, não quando ele diz que o pato estava falando. Há vários indivíduos que poderiam ter sido Jesus Cristo. Mas o Jesus histórico, seja lá quem ele tenha sido, não era um cara cosmopolita passivo. Ele era um guerreiro messias judeu que queria expulsar os romanos da região. O cara sobre o qual você lê agora é uma prefiguração – um personagem fictício. E apesar da crença popular, o “filho do homem” que foi previsto é o césar romano Tito Flávio.
E por que você acha que essa perspectiva do evangelho nunca foi comentada antes?
Essa é uma pergunta para um psicólogo. Os paralelos que apontei já foram estabelecidos por outros estudiosos, eles apenas não notaram que eles ocorriam na mesma sequência. Essa é a chave. Sequência é a coisa mais importante. Você nota que esse exato padrão vai ficando cada vez maior e que todo o ministério de Jesus veio da guerra. Não é preciso ser um estudioso da Bíblia; você só precisa de senso comum para compreender.(Fonte: Vice)
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