EUA formam internautas na Síria e Líbia
Geral

EUA formam internautas na Síria e Líbia


Por Iroel Sánchez, no blog cubano La Pupila Insomne:

Em 29 de novembro de 2011, o blog postou uma matéria intitulada “O que Alec Ross fazia a caminho de Damasco? Escrevemos:

*****

Há exatamente um ano, Alec Ross, principal assessor de Hillary Clinton para a internet, disse, sem querer, que havia estado na Síria treinando diversas pessoas para as redes sociais. Ele também ministrou conferência para autoridades estadunidenses em Santiago, Chile. O motivo de tal experiência evangelizadora era, segundo contou Ross, ensinar os sírios a denunciar o suposto castigo corporal nas escolas.

Perguntamos por que Ross não se preocupa com as vítimas de torturas em Guantánamo, que há muito tempo precisam de ajuda. Mas os acontecimentos precipitados na Síria, onde os alvos da administração Obama estão sendo cumpridos, como indica o “novo método” de intervenção na Líbia, revelam o verdadeiro motivo da presença do experiente jovem em Damasco.

O pesquisador canadense Mahdi Darius Nazenroaya afirma que tanto na Síria como na Líbia “foram utilizados o facebook, twitter, celulares e youtube para divulgar notícias dos dois governos. CNN, BB, Al Jazeera, Fox News, Sky News, France 24, TF1, entre outras, recorreram a estas fontes sem, ao menos, checar as informações”.

Segundo Nazenroaya, “desde o início dos acontecimentos na Síria e na Líbia estes meios de comunicação foram mobilizados e manipulados a partir do exterior. Preenchiam páginas do facebook e twitter sobre o que estava ocorrendo com milhares de inscritos desconhecidos. Os autores destas páginas são, portanto, discutíveis: todos escritos em inglês e outros idiomas e muito bem argumentados. Não tem aparência de espontaneidade e as contas não eram no idioma sírio ou líbio, isto é, em árabe”.

Um exemplo foi a escandalosa fraude em torno do blog ‘A gay girl in Damascus’ (uma lésbica em Damasco), cujas informações eram replicadas por diversos órgãos de imprensa e que se provou que o blog era de um estadunidense que estudava na Escócia. Assim como o ‘gay girls’, vários sítios foram criados sobre a Síria a partir de fevereiro de 2011 – eles previam os protestos, divulgando informações falsas.

Mahdi Darius Nazenroaya cita o caso de ‘The Syrian Revolution 2011’, que incentivava um ‘dia de ira’, em 4 de fevereiro de 2011, sexta-feira. O pesquisador salientava que ‘o nome desta página no facebook estava em inglês e o número de inscritos não foi traduzido igualmente na mobilização física.

Por outro lado, “as contas registradas pertenciam a pequenas áreas onde há um número reduzido de pessoas com acesso à internet”. O autor acrescenta que, “além disso, o treinamento de pessoas da oposição é realizado pelo Departamento de Estado com o pretexto de promover a democracia. Esta situação fica mais evidente quando conhecemos como o Pentágono e a Otan têm procurado enfatizar a estratégia militar para o ciberespaço”.

“As mídias sociais estão sob controle do SMSC (Social Media in Strategic Comunication) do Pentágono, cujo objetivo é utilizar os meios de comunicação como um instrumento militar”. O acadêmico menciona também a utilização destas mídias contra o Irã, assim como na Bolívia, Cuba, Venezuela, Bielorússia, Rússia, Sérvia, Equador, Armênia, Ucrânia, Líbano e China.

Sem dúvida, Ross preparava o terreno para que sua chefe voltasse a dizer, entre risadas, no melhor estilo do império romano ‘We came, we saw, we died’ (original em latim Veni, vidi, vici - Eu vim, eu vi, eu conquistei), após a tortura e linchamento de Muamar Kadafi, por seus aliados do Conselho Nacional de Transição. Porque se Bush dizia que falava com Deus, não há dúvidas de que Hillary e Obama falam com os césares mais sanguinários.


*****

Na conferência em Santiago, em que o Sr Ross explicou como treinou pessoas na Síria para difundir imagens na internet, estava Ernesto Hernández Busto, que é um dos principais “ativistas” da estratégia dos Estados Unidos contra Cuba na rede. Coincidentemente, Hernández Busto – que foi o responsável em conceder o prêmio Ortega e Gasset, do diário El País, a Yoani Sánchez – solicitou por escrito a intervenção militar dos EUA na Ilha.

Em Havana, Yoani Sánchez e um fotógrafo que têm os mesmos desejos de Hernández Busto anunciavam os premiados de um concurso de fotografia digital para “captar a futura imagem de nosso presente nacional”. E já sabemos a “futura imagem” que os aliados dos Estados Unidos captaram na Líbia e os dados fornecidos pela Otan, mas Cuba não é a Líbia, muito menos Afeganistão, por mais que os candidatos esperem fotografar os marines urinando em cadáveres e estátuas em Havana.

* Tradução de Sandra Luiz Alves




- Armas Quimicas: Mundo Espera Um Posicionamento Dos Eua Em Relação A Síria
  O Pentágono mobiliza forças para uma possível ação militar contra a Síria caso o presidente Barack Obama decida por esta opção, revelou nesta sexta-feira o secretário americano de Defesa, Chuck Hagel.Diante dos apelos para uma intervenção...

- No Mundo: Eua Consideram Intervenção Militar Caso A Síria Use Armas Químicas
WASHINGTON - O presidente Barack Obama afirmou, nesta segunda-feira, 20, que o pensamento dos Estados Unidos sobre uma intervenção militar na Síria pode mudar em caso do uso de armas químicas ou biológicas nos confrontos sírios. Obama acredita...

- Brasil-síria: O Que Quer Hillary Clinton
Editorial do sítio Vermelho: A declaração da secretaria de Estado dos EUA, Hillary Clinton, de que “o Brasil é uma voz muito importante para tentar resolver a crise" na Síria, na quarta-feira (24) a jornalistas em Nova York, depois de uma reunião...

- Danny Glover E Os Cinco Cubanos
Por Iroel Sánchez, no blog cubano La Pupila Insomne: Em um vídeo de 3:06 minutos de duração, dois célebres atores norte-americanos, Danny Glover e Peter Coyote, reproduzem o diálogo entre o general James R. Clapper, diretor da Agência Nacional...

- As Trombetas Midiáticas Trombeteiam
Por Georges Bourdoukan, em seu blog: Síria é acusada... Síria é acusada... Síria é acusada... Mas só a Síria? Já não se fala de Israel? Israel ocupa 3 países. Palestina, Líbano e a Síria. E ninguém fala nada? O racismo e a crueldade israelenses...



Geral








.