Europa e a Defesa comum - GILLES LAPOUGE
Geral

Europa e a Defesa comum - GILLES LAPOUGE


O Estado de S.Paulo - 23/12

A pergunta é: onde estão todos os soldados que os países europeus deveriam enviar à Republica Centro-Africana para apoiar os 1,6 mil dos franceses que tentam restabelecer a ordem em meio ao caos e a razão em meio ao delírio? Esquadrinhamos mares e ares com grandes lunetas, mas nada, não vimos nada no horizonte.

E não foi por falta dos regimentos europeus serem anunciados. Na terça-feira o chanceler francês, Laurent Fabius, deu a boa notícia. No dia seguinte, o ministro dos Assuntos Europeus forneceu detalhes: alemães e britânicos enviariam tropas à República Centro-Africana. O que foi retificado por outro ministro. Não. Seriam soldados poloneses e belgas.

E o que restou desse vasto Exército europeu? Nada. Um Exército de fantasmas. E os militares franceses continuarão a combater sozinhos.

Podemos multiplicar as explicações: egoísmo dos Estados, efeitos da crise, recusa obstinada da Grã-Bretanha a qualquer embrião de Defesa comum europeia. No fundo, observamos um movimento: a Europa, que durante séculos foi o continente da guerra, está farta. E uma estranha mudança ocorre: enquanto o mundo se rearma, a Europa, tranquilamente, se desarma.

Dois países ainda dispõem de uma força militar vigorosa: França e Grã-Bretanha. Mas, mesmo nestes países, os Exércitos se contraem. Depois da atuação medíocre no Iraque e no Afeganistão, os britânicos reduziram seu orçamento militar em 8% para 2013.

A França ainda mantém boa imagem. Seu Exército brilhou no Mali e mostra-se exemplar na República Centro-Africana, mas não tenhamos ilusões. Ela possui alguns regimentos muito ágeis, mas o resto é vazio. A cada ano o Exército perde subsídios, homens e material. Corre uma piada que diz que o Exército francês inteiro pode ser alojado num estádio de futebol.

A Alemanha continua resolutamente pacifista. O chefe do Estado Maior da Suécia acabou de declarar que, em caso de guerra, seu Exército poderá resistir por uma semana, mas não duas.

O contraste é espetacular com outros continentes. Nem é preciso lembrar a força em termos de material e homens dos americanos. A China tem um Exército enorme e vem modernizando suas forças armadas.

A Rússia rearma um Exército a serviço de uma diplomacia cada vez mais intransigente. O Paquistão vem reforçando sua força nuclear. Índia e Indonésia se armam.

Claro que a Europa tem a vantagem (ou o inconveniente) de ser apoiada militarmente pelos EUA desde o fim da 2ª Guerra. Sabemos que Obama recompôs os destinos do mundo sobre um novo mapa: na sua cabeça, a Europa não está mais no centro. A Ásia expulsou-a.

Tudo se passa como se a Europa, cansada de lutar, enojada com os rios de sangue que derramou, preferisse depor armas e conservar seu posto, mas em outras bases que não a militar. Um desejo que podemos compreender, mas é ilusório. A força econômica, a força política e a militar caminham juntas. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO




- O Drama Africano E A França - Gilles Lapouge
O Estado de S.Paulo - 06/12 O Conselho de Segurança da ONU autorizou ontem uma intervenção militar na República Centro-Africana, país entregue ao caos e à carnificina. Todos os tipos de armas estão sendo usados nos confrontos, desde as Kalashnikovs...

- O Irã E A Perigosa Aposta De Israel
Por Mauro Santayana, em seu blog: Não se trata mais de hipótese: os falcões americanos e o governo britânico estão dispostos a apoiar ação militar de Israel contra o Irã, embora grande parte da opinião pública israelita advirta que essa aventura...

- Correio Da Causa: Campo De Tiro De Alcochete
«(...) O país tem na região de Santa Margarida um extenso campo militar a cargo do Exército. Se bem que a opinião definitiva deva competir à Força Aérea, afirmo, sob pena de não ter percebido nada da função militar durante 36 anos, que o futuro...

- A Indispensável Europa
"Os governos europeus não podem enviar tantos soldados para uma zona tão perigosa (Líbano), e sob um mandato da ONU tão ambíguo, sem tomar a decisão de se envolver activamente na resolução do conflito que levou ao envio. (...) Na verdade, o envio...

- Momento "face""pt A Partir De Segunda, Se Assume A Direita, Nem De Centro Esquerda Podemos Mais Chamar O Pt Depois De Tal Atitude"
PT simplesmente acaba de dar o maior tiro no pé da história... Melhor, dois tiros!Vão entregar um dos nossos recursos mais estratégicos (se não o mais) para iniciativa privada estrangeira e como se não fosse o bastante, convocam o exercito para...



Geral








.