FALECIMENTO: ÍCONE DO HUMOR
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FALECIMENTO: ÍCONE DO HUMOR



A morte de Chico Anysio leia a repercussão



A morte de Chico Anysio, na tarde desta sexta, causou comoção entre amigos, artistas e comediantes, que relembraram momentos marcantes de sua carreira.
A atriz e humorista Cláudia Jimenez, que trabalhou durante seis anos na "Escolinha do Professor Raimundo", esteve agora à tarde no Hospital Samaritano, em Botafogo, zona sul do Rio, onde Chico estava internado. Emocionada, ela afirmou que seguiu a carreira artística graças a ele.

"Ele me inventou", disse Jimenez. "Eu era inexperiente, e ele me colocava em frente à câmera e dizia ´eu sou mais você´. Nunca existiu um artista maior que o Chico. Ele era completo. Um ator que fazia comédia."
O ator Marcelo Picchi contou que, nos últimos dias, visitava Chico Anysio para fazer um "trabalho espiritual" com base nos preceitos da Igreja Messiânica. "Ele foi uma grande referência para os atores. Lutou pela vida até o final com muito humor", disse Picchi.

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Claudia Jimenez em frente ao Hospital Samaritano, no Rio, onde Chico morreu
LEIA REPERCUSSÃO
"Chico Anysio foi um dos artistas mais brilhantes que o nosso país já produziu, exercendo várias funções em diversos veículos de comunicação durante mais de seis décadas. Com o seu talento e sensibilidade, criou e interpretou caricaturas inesquecíveis de tipos humanos. Trabalhou incansavelmente durante toda a vida para levar alegria e diversão aos brasileiros. Nessa hora de tristeza, quero me solidarizar com os seus parentes, amigos e com toda a legião de admiradores que conquistou com a sua criatividade."
DILMA ROUSSEFF, presidente do Brasil
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"O humor de Chico era, ao mesmo tempo, popular e cerebral. Por meio do Coronel Limoeiro e de Pantaleão, retratou o sertanejo. Vestido de Salomé, aconselhou presidentes. Pelo Professor Raimundo, mostrou ao homem comum a importância da escola e da educação. Certa vez, Chico lamentou que a vida chegasse ao fim. Legou, porém, uma imensa e valiosa obra. Minha solidariedade e do Ministério da Cultura aos parentes e amigos nesse difícil momento."
ANA DE HOLLANDA, ministra da Cultura
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"O Brasil está triste com a morte de nosso maior humorista. É com grande pesar que transmito meus sentimentos e orações a todos os seus milhões de fãs, aos amigos e familiares."
GERALDO ALCKMIN, governador de São Paulo
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"Nunca vi Chico Anysio como um comediante. Ele era um ator e um autor. Jamais um comediante, que faz pastiche da realidade. A distância entre ele e os outros era imensa. Seus personagens não eram uma peruca e uma maquiagem, eram uma maneira de sentir."
BONI, diretor-presidente da TV Vanguarda, ex-executivo da Globo e criador dos programas "Chico Anysio Especial" e "Chico City"
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"Assisto até hoje todo dia à reprise da 'Escolinha do Professor Raimundo' no canal Viva, religiosamente, para tomar aula de humor. Já me contaram, e é verdade, que quando recebia pessoas em casa ele ficava de olhos fechados, fingindo que estava cochilando, mas estava reparando nos sotaques, prestando atenção, aprendendo --já estava ali criando seus personagens. Em qualquer lugar que se vá no Brasil você encontra um personagem de Chico Anysio. Os meus preferidos são Alberto Roberto, Painho, Pantaleão e Bento Carneiro. Quando apelidei o Serra de Vampiro Brasileiro, foi assistindo a Bento Carneiro, que é a cara do Serra."
JOSÉ SIMÃO, humorista e colunista da Folha
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"Conheço o Chico há séculos. Dirigi um espetáculo dele em 1980 ou 81, no Golden Room do Copacabana Palace. Me lembro de ele dizer que era difícil fazê-lo rir. Mas, nos ensaios, contei uma história sobre uma vez ter colocado por engano uma lente de contato de outra pessoa. Como não conseguia tirá-la, grudei um durex no olho e puxei. Então, ele riu. Chico foi um dos maiores atores de caracterização do mundo, à altura de um Totó."
JÔ SOARES, humorista e apresentador
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"Ele foi meu professor. Eu era fã de Chico Anysio antes de seu trabalho na TV. Ele saiu de Maranguape (Ceará) e, aos 17 anos, já era o número 1 do rádio. Eu queria ser comediante e ficava ouvindo, babando. Chico, naquela época, era referência do Nordeste para o mundo. Eu tinha tanta admiração por ele que, quando o encontrei no Rio, em 1964, parecia que estava na frente de algo especial. Ele me ensinou muito no começou, explicou como as coisas funcionavam no Rio. Tinha um coração que não cabia no peito. Não acreditei quando ele topou aparecer em 'Os Trapalhões", mas ele foi lá e fez tudo em dois minutos. Chico era muito rápido e dono de um humor que atravessa épocas. A moda agora são esses stand-ups, certo? Pois ele fazia isso no início da carreira."
RENATO ARAGÃO, humorista
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"O Brasil e o mundo perderam um artista completo e pai dos humoristas do nosso país. Chico Anysio foi um comediante e ator fantástico, com quem não tive a oportunidade de trabalhar. Ao assistir a um de seus shows, fiquei emocionado quando corrigiu o produtor que anunciava os nomes dos convidados vips. Chico disse: você esqueceu de falar do Tiririca."
TIRIRICA, deputado, humorista e palhaço
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"Grande parte do humor acabou. Esta é a maior perda do humor do Brasil. Ele era um mestre, um gênio. É só ligar a TV para constatar isso. Um mago do humor, compositor, redator... Ele era completo. Não existe nada parecido com ele nem no Brasil nem no mundo. Trabalhamos juntos por 50 anos. Meu garoto, meu pai-pai. [choro] O Brasil perde, mas ficará com sua imagem na lembrança."
CASTRINHO, ator
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"Chico Anysio foi ainda mais que o genial humorista que acaba de ir embora. Sou grato a ele. Muito grato. Porque ao lado de Jô Soares e Henfil, curiosamente outros dois humoristas extraordinários, Chico foi um dos raros apoiadores da denúncia feita pela revista "Placar" que, em 1982, revelou a existência do que foi chamado de a Máfia da Loteria Esportiva."
JUCA KFOURI, jornalista e colunista da Folha
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"Gravei com ele apenas um dia. Mas foi o suficiente para me dizer uma frase que me marcou muito: 'A grande função do artista é comunicar'. Eu era jovem, tinha conflitos com a ideia de que aquilo que era popular não tinha qualidade. Os Chicos [personagens criados pelo humorista] vão ficar como referência para os comediantes. Ele é a prova de que nem toda unanimidade é burra. Apesar de ser chamado de humorista, era primordialmente um ator, capaz de criar composições não estereotipadas, que transcendiam o simples intuito de fazer rir."
MARCELO MÉDICI, ator
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"Para mim, o Chico remete à palavra 'mestre'. Da linguagem televisiva, ele vem do rádio, passa pela TV ao vivo e quando chega o videoteipe ele sai inventando coisas que nem dava para fazer na época, misturando personagens, metendo uma gilete naquela fita magnética, coisa que nem podia fazer. Sobretudo é o mestre da criação e da interpretação. Tinha o controle criativo de todos os aspectos da produção. Nos anos 80 eu cheguei a conviver profissionalmente com o Chico [quando apresentava o "Video Show"]. As maquiadoras dele eram aulas para gente de qualidade de cenógrafos e figurinistas. Meu personagem favorito é o Painho. É um personagem muito ousado porque tocava na questão da homossexualidade e na religiosidade. Duas coisas que, se você errar a mão, a coisa pode ficar perigo. E acho que ele fez isso com brilhantismo e elegância."
MARCELO TAS, apresentador do "CQC", da Band
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"Fora as alegrias que o Chico deu a todos nós, a mim ele deu muitas mais. Mesmo agora, no finalzinho, já doente, fui surpreendida com um presente dele que me fez chorar. Uma canção linda sobre o Rio de Janeiro, onde ele cita meu nome como uma representante dessa cidade."
REGINA CASÉ, atriz e apresentadora do "Esquenta"
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"Ele era muito generoso. O dinheiro que ganhou, redistribuía para todo mundo. O Chico é um fenômeno humano irrepetível. Conheço bem a cinematografia mundial, o teatro brasileiro, a TV brasileira, nunca houve um fenômeno igual ao Chico Anysio. O inacreditável é um sujeito com esse poder ser inseguro. O ego dele era muito grande, não se satisfazia com o sucesso que tinha. Ele queria abraçar o mundo com as pernas. Queria ser respeitado como escritor, como pintor, como comentarista de futebol. Ele era, com todo o direito, uma pessoa difícil. Você não pode querer que um sujeito que era uma multidão se comporte como um bancário ou um professor. Em algumas coisas ele exagerou, como falar demais, ficar com raiva, xingar. Ele não era fácil."
ZIRALDO, escritor e cartunista
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"O Chico era um cara modesto, muito recolhido, não era de ficar indo a botequim. Uma vez, alguém da imprensa apontou a mim, a ele e ao Jô [Soares] como os maiores humoristas brasileiros então em atividade. Foram repercutir com ele, que disse: 'O maior é Agildo Ribeiro'. Fiquei muito alegre. Quis gravar aquilo em relevo e enquadrar para pendurar na parede. Tenho imensa gratidão a ele."
AGILDO RIBEIRO, comediante da "Escolinha do Professor Raimundo"
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"Não há outro humorista como ele no mundo. Eu era um desconhecido, e ele me pôs em rede nacional. Foi o pai artístico de muita gente. Sempre senti que estava bem acompanhado, como se fosse para a guerra com um general cinco estrelas. As piadas dele eram coisa de doido. Como podia alguém bater o escanteio e ainda correr para marcar o gol? Desculpe minha emoção, mas sou muito manteiga derretida [chorando]."
PEDRO BISMARCK, o Nerso da Capitinga, ator e humorista
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"Comecei a trabalhar com ele em 1949, dois anos antes da televisão brasileira. Desde então, não nos largamos mais. Tudo culminou em 1989, com a 'Escolinha', onde ele reinava absoluto para todo o país. Mais do que um colega, Chico foi um grande amigo. Nunca senti nada tão horroroso quanto a essa morte. Lembro de quando criamos o Seu Peru, meu personagem mais famoso. Era para outro ator, um estudante de medicina. Quando ele descobriu que era para fazer uma bicha, saiu correndo. Chico então mandou me chamar. Peguei naquele peru e nunca mais larguei!"
ORLANDO DRUMMOND, 92, o Seu Peru, humorista e dublador
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"Chico Anysio foi um dos maiores atores que esse país já produziu, independente de gênero. Participei do quadro do Alberto Roberto [um dos personagens mais conhecidos do comediante] e, se ele não tivesse me chamado, me ofereceria para fazer. Ele era uma pessoa fácil e a brincadeira só me engradeceu. Lembro que não pude receber o prêmio no Festival do Rio junto com a equipe do longa 'A Hora e a Vez de Augusto Matraga' e o Vinícius [Lima, o diretor] me ligou e disse: 'Você não vem? Até o Chico Anysio veio e você não vem?'"
JOSÉ WILKER, ator
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"Chico foi o primeiro homenageado do [festival] Risadaria, há dois anos. É uma perda monumental para o humor brasileiro. Uma perda do tamanho de sua obra. Ele fez com muita propriedade a transposição do humor do rádio para a televisão, e liderou uma grande geração de artistas. A quantidade de tipos que ele criou é impressionante. Ele enxergava com muito humor e respeito os tipos brasileiros. A "Escolinha" tirou do ostracismo vários comediantes e celebrou seu talento."
MARCELO MADUREIRA, humorista do "Casseta & Planeta"
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"A grande contribuição de Chico Anysio como humorista consagrado foi o espaço que eleabriu para os novos artistas. A 'Escolinha do Professor Raimundo' era o YouTube daquela época, revelando comediantes do interior do Rio Grande do Sul ou do Ceará. Se não fosse pela 'Escolinha', eu não teria conhecido vários humoristas."
DANILO GENTILI, humorista e apresentador do talk show "Agora É Tarde"
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"Chico Anysio foi a minha primeira referência de um humor nacional diferente. Os Trapalhões eram mais circenses e Jô Soares, espetaculoso. Mas Chico, com todos os personagens que criou, fazia textos que fugiam das piadas de salão. Suas piadas tinham mensagens subliminares engraçadas."
ANTÔNIO TABET, criador do site humorístico Kibe Loco
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"Sobre a importância dele para o humor brasileiro, eu vou começar a minha resposta puxando a orelha de muita gente que está esperando o Chico Anysio morrer para poder conhecê-lo ou valorizá-lo. E foram décadas de carreira, um sujeito que não era só ator e intérprete, mas era também escritor, autor, diretor e produtor. Ele criava um universo paralelo. Ele trabalhava muito em equipe. Foi plataforma de lançamentos de novos talentos do humor e abrigou vários comediantes que já estavam em fim de carreira ou se aposentando, basta lembrar da 'Escolinha do Professor Raimundo'."
PAULO BONFÁ, comediante e idealizador do Risadaria
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"O Chico Anysio fez uma vida boa. Ele fez, desde muito tempo, algo que como ator pra mim, quando criança era muito surpreendente. Se eu for 10% do que ele foi, já tá bom. Desde que comecei, sempre tive o Chico como referência maior. A vida foi passando, acabei amigo de filhos dele, como o Bruno [Mazzeo]. Há dois anos atrás fui chamado para um show com o Chico em 2010, mas já tinha outro agendado. Deixei tudo de lado. Foi muito emocionante. Ele entrou de cadeira de rodas, foi andando até o palco. Era o sonho realizado. Era tipo o Neymar jogando com o Ronaldinho. Para mim foi isso. Eu não esperava de estar sofrendo tanto hoje.
PAULINHO SERRA, do Comédia MTV
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"Considero uma bênção ter a honra de ter trabalhado com Chico em seu último filme no cinema. Rodamos em setembro de 2009 e não foi uma participação fácil para ele. Eu me surpreendi com a sua força de vontade, porque precisou pegar avião para Belo Horizonte, mais seis horas de carro para Diamantina e 45 minutos de furgão para as filmagens no campo. Chico foi o único ator que permiti mudar o texto de Guimarães Rosa, porque ele fazia com muita propriedade e entendia o sentido do roteiro. O talento de Chico Anysio estava além da minha compreensão."
VINÍCIUS COIMBRA, diretor de "A Hora e a vez de Augusto Matraga", último longa de Chico, ainda inédito no circuito




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