Forbes: Conheça os pastores evangélicos mais ricos do Brasil

De olho nas fortunas que brotam "milagrosamente" das igrejas evangélicas, a revista Forbes fez um ranking para mostrar a quantidade de dinheiro dos bem aventurados pastores brasileiros. Entre os nomes estão o roto Edir Macedo e o mal lavado Valdemiro Santiago, inimigos de morte na "honra do Senhor".

Junto a lista, o blogueiro da publicação estadunidense Anderson Antunes lembra que no Brasil, um dos países mais religiosos do mundo, o catolicismo perde adeptos, mas o número de evangélicos protestantes sobe de forma exponencial -ainda que a religião declina no mundo inteiro-. Estimam que, até 2030, os católicos representarão menos de 50% dos fiéis, hoje são 64,6%.

Uma das explicações para este crescimento no país se deve ao fato de que, enquanto o catolicismo prega um olhar conservador sobre as riquezas terrenas, para o evangélico ser próspero e rico é um favor de Deus. A doutrina, conhecida como "teologia da prosperidade", é o que marca o sucesso das igrejas evangélicas de maior sucesso no país.

Anderson acredita que o crescimento econômico verificado ao longo dos últimos anos tirou milhões de brasileiros da pobreza e elevou as expectativas de uma nova classe média, a "classe C", onde se encontram a maioria dos evangélicos protestantes.

- "...encontraram na religião uma forma de agradecer por sua boa sorte, assim como uma desculpa para desfrutar de seu novo status na sociedade sem culpa", escreve Anderson.

Ele ainda ressalta que os pastores da "indústria da fé" detêm um grande poder, principalmente devido ao número de fiéis que arrebanham. Junte-se a isto o negócio altamente lucrativo -igrejas são isentas de impostos no Brasil- mais a crença cega e teremos uma máquina de fazer milionários.

A reportagem da Forbes é um pouco consentida com os pastores e não entra no mérito por exemplo de explicar que o dinheiro obtido dos fiéis é conseguido por meio de falsas promessas e ameaças de que o alívio espiritual e físico só chega àqueles que se sacrificam economicamente pela igreja, com declarações tão absurdas como "Quem não paga dizimo, rouba a Deus".

Em outras palavras, a teologia da prosperidade prega que se o sujeito não vai bem economicamente é porque ele é pecador, que tem um demônio no corpo e o tal favor divino só chegará se estiver disposto a doar tudo que tem aos representantes de Deus. Mas a doação não é a única mostra de fé e vontade: as igrejas também vendem produtos milagrosos como água benta, toalhinhas sagradas, óleo bento, sabonetes para limpar os demônios e toda sorte de porcaria que um viciado na droga ideológica possa acreditar.

Edir Macedo, para quem não sabe, trabalhava como caixa da empresa de loteria de Rio de Janeiro nos anos sessenta, quando se uniu a uma Igreja pentecostal chamada "Nova Vida". Em 1974, ao ver que tinha grande talento para enganar gente tonta, fundou uma igreja com o RR Soares, mas todos sabem que pessoas com desvio de caráter nunca confiam em outro como ele, e depois de uma disputa terminaram a sociedade e cada um fundou sua própria empresa.

O império da IURD conta já com cerca de cinco mil templos em todo mundo, 23 estações de televisão, 40 emissoras de rádio, companhia de seguros, uma lista notável de deputados comprados no Congresso, em uma mostra que parece muito mais de astúcia comercial do que dom divino e milagroso.

O que sim é um milagre é que este pastores, com esses expedientes criminosos de charlatanismo, sigam livres e enganando novos incautos.

A lista da revista Forbes ficou assim composta:
Edir Macedo - R$ 1.900.000.000,00;
Valdemiro Santiago - R$ 438.000.000,00;
Silas Malafaia - R$ 298.000.000,00;
Romildo Ribeiro Soares (RR Soares) - R$ 248.000.000,00;
Estevam Hernandes Filho e "Bispa" Sonia - R$ 129.000.000,00.
Por mais ridícula que seja a estética e a teatralidade da evangelização que tomou contas das madrugadas da TV aberta brasileira, não se pode negar sua proliferação e suas operações, dando falsas esperanças, estimulando a superstição, impedindo que as pessoas desesperadas busquem ajuda profissional. Isto é delicado especialmente em casos de patologias mentais como a esquizofrenia ou em casos de abuso sexual.

Insisto, a lei sobre associações religiosas e cultos públicos deveria ser reconsiderada com maior rigor, principalmente com a inclusão de uma cláusula de abstenção de fins lucrativos para o seu funcionamento. Ademais deveriam reavaliar os padrões pelos quais uma entidade pode ser considerada religiosa, na atualidade tem mais igreja do que buteco. A questão não é proibir religião, não, deixem que as pessoas acreditem no que quiser se isto faz bem a elas, mas sim e principalmente de organizar este circo que se tornou.