Fundo de Estabilização do Euro vai ser flexibilizado ou não?
Geral

Fundo de Estabilização do Euro vai ser flexibilizado ou não?


Os apelos dos Presidentes Mário Soares, Jorge Sampaio e Eanes, entre outros, para um entendimento partidário sobre o PEC IV têm o objectivo de salvaguardar o interesse nacional - permitindo ao Governo apresentar-se no Conselho Europeu depois de amanhã a reiterar o compromisso que assumiu quanto às metas do PEC IV (Metas que o PSD, num comunicado em inglês que ontem emitiu, diz que subscreve).
E têm um pressuposto - é que esse compromisso garantirá ao país acesso ao Fundo de Estabilização Financeira do Euro, nas anunciadas condições de maior flexibilização já pré-acordadas. Condições que deverão permitir a Portugal comprar divida pública no mercado primário e dessa maneira aliviar as condições de financiamento, sem ter de recorrer a um resgate nas condições desastrosas a que foram sujeitas Grécia e Irlanda; isto é, com uma ajuda financeira que não nos obrigue a sair do mercado.
Mas será que essas condições estão mesmo pré-acordadas, vão materializar-se e aplicar-se já a Portugal?
Wolfgang Munchau, o reputado especialista financeiro, num artigo ontem publicado no "Financial Times", diz que NÃO. E exemplifica concretamente com o nosso país:
"Quando foi anunciado que o Mecanismo de Estabilização do Euro (MEE) seria autorizado a comprar títulos do tesouro nos mercados primários, isto parecia uma grande concessão alemã. Até eu me deixei enganar durante algum tempo. Mas acontece que o argumento do mercado primário era uma fraude. O MEE não está em posição, por exemplo, de apoiar Portugal nos próximos meses, quando o país precisa de refinanciar grandes parcelas de dívida. Se Portugal não se puder refinanciar, não terá escolha senão aceitar um programa-padrão de apoio ao crédito no quadro do actual esquema de resgate. Só depois de alguns anos, quando um Portugal mais magro e transformado emergir da austeridade e planeie voltar aos mercados de capitais, é que o MEE poderá querer ajudar intervindo num pequeno número de leilões de bilhetes do tesouro como comprador de última instância".
A leitura deste artigo alarmou-me. Levantou-me dúvidas. Saberia o Governo disto? Que fundamentos terá Wolfgang Munchau? É essencial que o Governo esclareça, até para não deixar avolumar acusações de que foi o Primeiro Ministro quem escolheu desencadear a crise política agora.
Deixei já esta manhã o pedido ao Governo, no comentário que fiz na rubrica Conselho Superior da Antena UM




- Espectro Da Moratória Ronda A Europa
Por Alejandro Nadal, do La Jornada, no blog RS Urgente: Muito simplesmente, o plano de resgate para a Grécia não funcionou. Era lógico: os pacotes de resgate de tipo neoliberal conduziram a uma contração brutal da economia: o PIB reduziu-se 7,3%...

- Êxito
Depois de ter garantido o cumprimento da meta do défice orçamental para o ano passado, o Governo averba o notável sucesso de voltar aos mercados da dívida, muito antes da data prevista. É certo que uma parte importante deste sucesso deve ser imputado...

- Ue: O Império Da Direita Burra
No Conselho Superior na ANTENA UM esta manhã, comentei os cortes de notação determinados na passada sexta-feira 13 à divida soberana de 9 países europeus e hoje, por tabela, ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira. Sem desvalorizar que o novo...

- Maltratar A Grécia Afunda A Ue
A crise das dividas soberanas resulta da falta de governação económica na UE e consequente falta de sustentabilidade do Euro. Por isso, Portugal poderá ser tremendamente afectado (e será certamente o primeiro país da zona Euro a ser afectado), se...

- Portugal E O Euro
Tenho muito respeito pelo Prof. João Ferreira do Amaral como economista. Reconheço a correcção de muitas advertências e críticas que fez à forma como Portugal entrou no Euro. E concordo com o essencial da sua análise (na SIC NOTICIAS, em entrevista...



Geral








.