Gaza: 110 pessoas morreram nas últimas 24 horas devido a bombardeios
Israel e o movimento palestino islâmico Hamas não deram ouvidos ao novo pedido do Conselho de Segurança da Onu de cessar-fogo imediato. Desde a madrugada desta terça-feira (29), a Faxa de Gaza vive um dos dias de bombardeios mais intensos desde a eclosão da chamada Operação Margem Protetora, que teve início no início de julho. De acordo com autoridades palestinas, citadas pelo jornal britânico The Guardian, ao menos 110 pessoas morreram nas últimas 24 horas. Oficialmente, em 22 dias de confrontos, morreram 1.116 palestinos, a maioria deles civis, além de 53 soldados e três civis israelenses.
No escuro
Pra quem conseguiu sobreviver, a vida está cada dia mais difícil. Muitos já perderam suas casas. Agora, os palestinos estão também no escuro. Literalmente. Um dos bombardeios aéreos perpetrados pelo Exército de Israel destruiu o depósito de combustível da única usina de energia elétrica da Faixa de Gaza. Cerca de 1,8 milhão de habitantes da Cidade de Gaza e de outras partes do enclave palestino estão sem luz. A usina já havia sido atingida na semana passada e operava com apenas 20% de sua capacidade, o que garantia apenas algumas horas por dia de eletricidade para os moradores de Gaza. "Agora, a usina de energia se foi", afirmou seu diretor, Mohammed al-Sharif.
Madrugada difícil
Durante a noite de segunda (28) e as primeiras horas desta terça-feira (29), aviões militares israelenses, com o apoio de tanques, iluminaram a escuridão com explosivos luminosos sobre a Faixa de Gaza, principalmente contra a Cidade de Gaza. Pelo menos 16 palestinos morreram e 65 ficaram feridos. Um dos alvos era a casa do líder do Hamas no território palestino, Ismail Haniyeh. A residência foi completamente destruída. Haniyeh saiu ileso.
O governo de Israel afirmou, em comunicado, que atacou 150 alvos "terroristas", como armazéns de armas escondidos em mesquitas e plataformas para o lançamento de foguetes. Mas entre os locais bombardeados está também um campo de refugiados de al Bureij, no centro do território palestino, uma escola da ONU que abriga desalojados pelos bombardeios, no sudoeste da Cidade de Gaza, e um hospital. Israel nega que tenha disparado mísseis contra esses locais. Na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, uma das bombas lançadas pelo exército israelense atingiu uma casa, matando sete (sim, sete) pessoas da mesma família.
Em um pronunciamento na segunda-feira (28), o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel está preparado para uma longa campanha de bombardeios. "Precisamos estar preparados para uma campanha prolongada. Vamos continuar a agir com força e cuidado até que nossa missão esteja cumprida."
Operação Margem Protetora
A nova onda de violência na Terra Santa começou em junho, após três jovens israelenses terem sido sequestrados e mortos por militantes islamistas na Cisjordânia. No dia seguinte, um jovem palestino foi encontrado morto, com sinais de tortura, provavelmente como forma de represália. No dia 8 de julho, Israel iniciou a chamada Operação Margem Protetora, com intensos bombardeios aéreos à Gaza. Do outro lado, a resposta palestina tem sido o lançamento de foguetes contra cidades ao sul de Israel.
Dez dias depois, Israel iniciou uma incursão terrestre à Faixa de Gaza, envolvendo as unidades de infantaria, artilharia blindada, artilharia e unidades de inteligência coordenada com a Marinha de Guerra e a Aviação. Israel diz que a intervenção terrestre tem dois objetivos: acabar com a capacidade ofensiva do movimento palestino islâmico Hamas e localizar e destruir túneis construídos na Faixa de Gaza, que dão acesso ao território israelense.
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