Globsters: Os Monstros do Mar
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Globsters: Os Monstros do Mar



Da próxima vez que você estiver andando na praia, há uma possibilidade, ainda que remota, de que você pode se deparar com uma massa horrível, fedorenta e viscosa de vida cuspida das profundezas do oceano. Em outras palavras, um Globster. 

"Globster" é um termo técnico usado por cryptozoologistas para se referir a carcaças misteriosas que se originam em um ambiente aquoso. Os globsters vêm principalmente do oceano, embora alguns sejam encontrados em lagos, margens de rio, ou até mesmo nos estômagos de baleias mortas.

Por definição, globsters são difíceis de identificar. Se o objeto é facilmente identificado como um animal conhecido, então não é um Globster. Moradores e pescadores acabam quase sempre sendo os primeiros a encontrá-los.

Alguns globsters são identificados por especialistas após muito estudo, porém outros resistem a qualquer classificação, sendo altamente indecifráveis. A estranheza destes “objetos” faz com que os especialistas lutem uns com os outros, a fim de cataloga-los e colocar um ponto final nesse mistério. Aparentemente, eles ainda estão longe disso.



- O que são, afinal de contas?

Os globsters podem parecer tão desconcertantes que a sua natureza permanece controversa mesmo depois de ser oficialmente identificado pelos cientistas. Em alguns globsters faltam ossos ou outras estruturas reconhecíveis. No passado, eles eram freqüentemente descritos como monstros do mar.



Alguns desses globsters têm características tão estranhas que são incompatíveis com a as hipóteses sugerida. Isto naturalmente leva à idéia de que ainda pode haver espécies marinhas gigantes e desconhecidas lá fora! (Leia mais em Bloop – O Som Misterioso Vindo Das Profundezas Do Oceano)

O diagnóstico oficial de alguns destes achados são particularmente carentes, transparecendo uma necessidade de rotulação (mesmo que incorreta) a fim de manter o conforto do status quo acadêmico. É como se estivessem tão desconfortáveis com o desconhecido que preferem rotular erroneamente, em vez de admitir que desconhecem. 

Um globster que parece exemplificar esse processo é o encontrado em uma praia do Alasca, em 1956. Com cerca de 100 metros de comprimento e totalmente coberto com uma pele avermelhada de cerca de 2 centímetros de comprimento. Este globster foi oficialmente declarado uma baleia bicuda de Baird morta. Contradizendo totalmente a lógica da estrutura da espécie, que não possui essa “pele avermelhada” tal como seu comprimento (baleias de bico de Baird não são conhecidos por atingir mais de 42 metros de comprimento).




- Fósseis vivos?

Alguns pesquisadores levantam a hipótese de que os globsters mais intrigantes representam extintos animais pré-históricos que foram preservados no gelo, e depois levados para o mar em icebergs.  A ideia é interessante, mas até agora não foi confirmada. Se fosse verdade, seria de esperar que os animais terrestres seriam mais fortemente representados, mas quase todos os globsters parecem ser criaturas aquáticas.

Claro, também pode ser que as pessoas sejam mais propensas a interpretar algo como uma criatura aquática se ela for encontrada em uma praia e se o estado de decomposição for tão intenso a ponto de dificultar se o ser tem pernas ou nadadeiras. 

Listados abaixo estão algumas das descobertas registradas mais notáveis ​​de globsters e outras carcaças mar interessantes:



Também conhecido como o "Tasmanian Blob" encontrado em uma praia na Tasmânia. O organismo morto misterioso, apesar de não ter estrutura óssea identificável, foi classificado uma nova espécie de mamífero. Tentativas de explicar cientificamente tais alegações, no entanto, foram infrutíferas. A criatura não tinha olhos, não tinha boca visível e estava coberto de pelos brancos duros. O tamanho era colossal (mais de 20 pés de comprimento). 

Os meios de comunicação rapidamente transmitiram o mistério do caso, criando um estado de suspense sobre a descoberta.





No início de 1988, um pescador chamado Ted Tucker se deparou com um blob fibroso nas margens de Bermuda. O organismo foi descrito como sendo branco, com cinco membros. O blob de Bermuda compartilhou a mesma característica de outros globsters famosos, como ausência de olhos, boca, ou quaisquer outros recursos suficientes para classificá-lo definitivamente. 

Sete anos após a descoberta inicial, com a ajuda de técnicas científicas não disponíveis anteriormente, cientistas afirmam que o blob de Bermuda se trata dos restos de uma baleia doente. No entanto, não há consenso nem mesmo entre eles, isso devido aos testes iniciais terem sugerido fortemente que a criatura estava relacionada a um tubarão.





Owen Burnham explorador na Gâmbia, não esperava descobrir uma carcaça do mar tão bizarra que permanece envolta em mistério nos próximos anos. Owen decidiu fazer esboços da criatura, pois o cadáver nunca foi fotografado. O animal, chamado 'Gambo' após a localização geográfica de sua descoberta, foi transportado para uma aldeia próxima, onde Owen viveu, e foi decapitado por moradores. Estes mesmos moradores acabaram por vender a cabeça para um turista não identificado.

Em termos de aparência, a criatura foi descrita como tendo 15 pés de comprimento, com uma coloração marrom claro e pele oleosa. A cabeça semelhante a de um golfinho, embora a secção média fosse significativamente maior do que deste. Gambo parecia ter sido ferido antes da morte, devido a parte traseira estar quase decepada e seus órgãos internos estarem expostos. A localização atual da criatura é desconhecido, e os cientistas podem apenas especular sobre qual espécie Gambo verdadeiramente pertence.




Sendo um dos primeiros, e talvez o mais famoso dos casos Globster, o Monstro St. Augustine causou um enorme frenesi da mídia sobre sua descoberta por um grupo de crianças. Inicialmente acreditou-se ser uma nova espécie de lula-gigante, dada a pele rosa opaco que é característica desses animais. Esta teoria foi desmentida mais tarde. 

Em termos de aparência, o globster foi descrito como tendo sete tentáculos, todos os quais  muito longos em proporção ao corpo, e muitos dos quais cortados e espalhados sobre a praia. Ao contrário de muitos outros globsters, a cabeça era claramente identificável e tinha a forma de um leão-marinho. 





O monstro de Montauk foi encontrado em uma praia no estado de Nova York, recentemente em 2008. O animal parecia ter a cabeça de uma ave, apesar de ter dentes visíveis no maxilar inferior, com o torso de um canino, apesar de ser completamente sem pêlos. 

Ainda hoje em dia os biólogos ainda estão especulando sobre a origem do monstro de Montauk. Uma teoria popular é que a criatura é um guaxinim doente que perdeu seu cabelo, antes de decompor seu maxilar superior no mar, dando a aparência de um bico. No entanto, esta teoria tem sido amplamente descartada devido as pernas de um guaxinim serem significativamente menores do que a do ser encontrado.



O Blob Chileno se diferencia por uma série de peculariedades significativas. Talvez o mais óbvio é o seu tamanho, a criatura media doze metros de diâmetro e pesava mais de treze toneladas. A textura da carcaça era parcialmente translúcida, levando muitos biólogos para identificar erroneamente a criatura como uma espécie desconhecida de polvo gigante. Por esta razão, a carcaça foi manchete em todo o mundo após a sua descoberta inicial. 

Alguns crentes mais entusiastas apresentar alegações de que o Globster era os restos parciais de um leviatã (criatura mitológica de grandes proporções considerada pela Igreja Católica durante a Idade Média, como o demônio representante do quinto pecado, a Inveja). O blob tem sido considerado como sendo uma carcaça de baleia, embora muitos biólogos contestam essa visão, devido a ausência total de ossos no espécime.





A carcaça de Zuiyo-maru foi descoberto por uma equipe de pesca japonesa a bordo de uma traineira chamada a Zuiyo-maru. O corpo em decomposição foi arrastado para fora do oceano depois de ser pego na rede de arrasto, para a surpresa da tripulação, que estava convencida de que tinham descoberto um plesiossauro pré-histórico. 


Apesar do entusiasmo inicial, a tripulação optou por despejar a carcaça de volta ao oceano, como a carne podre representava um elevado risco de estragar o peixe já capturado. Foram tiradas fotos e coletadas amostras da criatura, incluindo ossos, pele e gordura.

Hoje, a carcaça de Zuiyo-maru permanece não classificada.  Enquanto alguns cientistas afirmam que a cabeça da criatura teria a mesma forma da cabeça de um plesiossauro, outros dizem ser somente um tubarão-frade em decomposição.




Surpreendentemente, o Trunko é a única globster que foi avistado, enquanto ainda vivo. De acordo com testemunhas, Trunko lutava para escapar de duas baleias da costa, utilizando a cauda para afastá-los por mais de três horas. Encontrado em uma praia, por um Sul-Africano, dias a mais tarde, foi assim chamado por causa do tromba de elefante característica.


A suposta aparição do Trunko é bizarra mesmo para os padrões globster, visto que o tronco se projetava estranhamente de nenhuma parte específica do tronco, e o próprio torso estava coberto de pele branca (acreditava-se inicialmente ser um urso polar). Além disso, o Trunko tinha uma cauda semelhante a um crustáceo, sem rosto visível ou estrutura óssea, totalmente desprovido de sangue. 
Apenas quatro fotos foram tiradas, porém, elas foram completamente ignoradas pelos pesquisadores até 2010.





Depois de uma tempestade na ilha de Stronsay, em 1808, localizado nas Ilhas Orkney, uma criatura gigantesca, em forma de serpente foi encontrada em terra. Nos dias atuais, mais de duzentos anos após a descoberta, a criatura permanece totalmente sem explicação a partir de biólogos. 

Em termos de aparência, ela compartilhava características muito semelhante ao do chamado monstro do Lago Ness -  pescoço e  cauda  extremamente longos e finos, com um torso mais amplo, com três pares de patas curtas unidas. A criatura tinha uma juba de cerdas que continuaram a descer desde o pescoço até a parte inferior das costas.

Indicações falam de 55 pés comprimento da cabeça à cauda. Talvez tivesse sido ainda maior, devido a grande parte da cauda estar decomposta. 
Durante o período, a Sociedade de História Natural de Edimburgo tentou classificar a criatura, mas não conseguiu. No presente, muitas estudiosos têm tentado explicar o enigma da Besta de Stronsay, mas dada a ausência de fotografias, é provável que o mistério jamais seja resolvido.



Quem sabe quais mistérios o mar profundo ainda nos guarda? Um território tão vasto e inexplorado, que em seus pontos mais profundos a luz do sol nunca tocou. Este que foi o berço da vida em nosso planeta e onde ela ainda fervilha. Um ambiente de abundância. Tanto de recursos, quanto de perigos...





Henrique Guilherme
Escritor e estudioso.
Curioso a cerca dos grandes mistérios das antigas civilizações
http://www.facebook.com/henrique.aborigine




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