Por Altamiro BorgesOs próximos dias serão agitados na Europa. A luta de classes ficará ainda mais explícita. Nesta quinta-feira (22), os trabalhadores de Portugal cruzam os braços para protestar contra os novos ataques do governo direitista de Pedro Passos Coelho. Já na semana seguinte, no dia 29, os espanhóis deflagram uma greve geral contra o desemprego e os retrocessos nos direitos trabalhistas.
Os dois protestos têm como alvo principal a famigerada troika, a máfia de rentistas do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Central Europa (BCE) e da Comissão Europeia. Desde a deflagração da mais recente crise capitalista, em 2008, estas instituições do capital têm impostos “planos de austeridade” que demitem, arrocham salários, golpeiam a previdência social e causam miséria.
Recessão e desemprego em PortugalOs governos europeus abdicaram da sua soberania e se submentem às chantagens da ditadura do capital financeiro. Em Portugal, o governo anunciou uma “reforma trabalhista” para facilitar as demissões e um vasto programa de privatizações. A previsão é de que o país enfrente neste ano uma grave recessão, com queda de 3,3% na taxa de crescimento econômico.
Atualmente, mais de um milhão de trabalhadores portugueses estão desempregados (taxa recorde de 14,5%). Na juventude, a situação é ainda mais grave, com 35% dos jovens sem emprego. A crise capitalista agravou a miséria em Portugal. Mais de 25% da população encontra-se abaixo da linha pobreza. Insensível à dramática situação, a troika impõe novos sacrifícios aos portugueses.
Pacote de maldades na EspanhaJá na Espanha, o governo de direita de Mariano Rajoy pretende dar total liberdade às empresas para demitir, alterar os horários de trabalho e reduzir salários. Multas e indenizações serão suspensas. Esta é a terceira “reforma trabalhista” imposta nos últimos anos. Outras duas foram impostas pelo social-democrata Luis Zapatero, o que ajuda a explicar a derrota eleitoral do seu partido.
A Espanha é a recordista em desemprego na combalida Europa. O índice já atinge 22,85% da população econômica ativa e é ainda mais grave na juventude – cerca de 40%. No ano passado, esse quadro deplorável levou centenas de milhares de jovens a ocupar várias praças públicas no país. Agora, são os trabalhadores que decidem paralisar suas atividades para protestar.
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