Como gato e rato, os "governos" do Piauí - o que sai e o que entra - travam uma batalha velada nos bastidores, apesar da aparente cordialidade quando se fala em transição. Zé Filho e Wellington Dias "mergulharam". Só quem fala mal de um e de outro, quem ataca são os aliados dos dois lados. A guerra muda virou comédia pastelão, com convocação de coletivas, notas e desmentidos.
O desencontro de informação é geral nas duas bandas, tamanha a tentativa de desconstruir o discurso do adversário. Vale até tentar advinhar qual será a próxima jogada do oponente nesse enorme tabuleiro político em que foi transformada a transição governamental. O que parece ter sido esquecido nas duas trincheiras é a tal "governabilidade". Dela não se ouve falar, ninguém se manifesta. Imagine se essa passagem de comando não fosse estabelecida por lei?
A assessoria de imprensa do governador Wellington Dias negou que tivesse convocado entrevista para a sexta-feira (21), como foi dito em nota pelo Palácio de Karnak.
Vamos a elas. Primeiro a nota do PT:
"A assessoria de imprensa do senador Wellington Dias esclarece que não há nenhuma entrevista coletiva agendada para esta sexta-feira (21) como vêm divulgando alguns veículos de comunicação de Teresina. Lembramos que a equipe de transição do governador eleito tem se reunido sistematicamente, contudo, os relatórios dos órgãos de controle externo e interno estão em etapa conclusiva de formatação. Com base nessas informações colhidas e certificadas, Wellington Dias levará a público, em devido tempo, todos os detalhes da situação financeira e administrativa do Governo do Estado do Piauí, ocasião em que os jornalistas serão informados de pronunciamento coletivo do senador", desavisou o PT.
A assessoria do govenador Zé Filho não perdeu tempo e também deu a sua versão sobre os fatos. "O Governo do Piauí não vê desmentido algum em nota de assessoria de Wellington Dias sobre a entrevista coletivo que este daria na próxima sexta-feira (21). O adiamento da coletiva do governador Zé Filho (previamente marcada para esta quarta, 19) traduziu-se num gesto de gentileza ao senador, já que o mesmo é quem terá a missão de dirigir os destinos do Piauí a partir de janeiro e tem, por sua vez, recebido toda a atenção do atual governo no processo de levantamento de dados, através da equipe de transição".
Prossegue a nota palaciana: "O Governador Zé Filho pretende, portanto, dar maior robustez à sua fala, já que será oportuna para dirimir dúvidas eventualmente levantadas pelo governador eleito ou membro de sua equipe. Zé Filho refuta qualquer tentativa de confronto entre ele e o senador Wellington Dias e reitera que não tem medido esforços para facilitar o processo de transição, não obstante a tentativa de alguns em tentar se aproveitar do momento para fazer terrorismo ou se projetar politicamente. A coletiva do governador Zé Filho acontecerá na próxima semana, de forma inadiável, e será esclarecedora e tranquilizadora ao povo do Piauí, mesmo diante, como já disse ele, das dificuldades históricas enfrentadas pelo Estado", conclui a nota da Coordenadoria de Comunicação Social do Governo do Estado.
E o pagamento do mês de dezembro, do 13º do Estado? Quem souber, não esconda: convoque uma coletiva.