GUEST POST: JOVEM, MULHER, TRANS, FEMINISTA. E CANDIDATA!
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GUEST POST: JOVEM, MULHER, TRANS, FEMINISTA. E CANDIDATA!


Eu com minha candidata à deputada estadual

Faz muito, muito tempo que peço um guest post pra Silvia, uma linda e querida estudante da UFC que foi presidente do Centro Acadêmico. Eu adorava ir às universidades de SP e dizer, toda orgulhosa, que nossa presidente era uma mulher trans. O pessoal geralmente respondia dizendo que falta superar muitos preconceitos para que eles possam chegar lá.
Nunca fui professora da Silvia (porque ela é de Letras Português), mas já tive o prazer de vê-la interromper minhas aulas várias vezes para se comunicar com as turmas. E como ela é comunicativa! Também já dividi uma mesa-redonda sobre feminismo com ela. Quando fui palestrar no congresso da União da Juventude Socialista, em dezembro do ano passado, em Brasília, ela não foi. Mas era impressionante como todo mundo a conhecia e gostava dela.
Apresento, portanto, minha candidata à deputada estadual no Ceará. Meu voto é dela. Vejam o que ela tem a dizer:

Olá, queridxs leitorxs do Escreva Lola Escreva! Sou Sílvia Cavalleire: jovem, mulher, transexual, feminista, estudante universitária e professora particular. Desde a minha infância, eu sentia que era muito mais feminina, mas não entrava em conflito com meu corpo masculino. Esse conflito surgiu na adolescência, quando eu queria ser entendida como menina e os outros achavam que eu era um menino querendo ser menina.
Fui educada em escola religiosa, o Colégio da Imaculada Conceição, no centro de Fortaleza. Lá eu aprendi valores que são muito importantes para as minhas lutas, dos quais destaco: respeito e amor a si e também ao próximo, compreender o outro para depois compreender a si próprio. Foi então que entendendo as limitações das pessoas, pude descobrir que eu era capaz de superar certos (pre)conceitos. No entanto, aos 16 anos, minha mãe conversou comigo já sabendo que eu queria ser “menina”. E determinou que enquanto eu fosse menor de idade e dependente dos meus pais, continuaria sendo “menino”.
Eu demorei bastante para me reconhecer como transexual. Eu sabia que queria crescer e ser mulher. Só não sabia que não era gay e sim, trans. Só depois de entrar na Universidade Federal do Ceará e conhecer um grupo chamado MOVELOS -– Movimento pela Livre Orientação Sexual, que aprendi sobre minha condição. Fiquei apaixonada pela luta pelos direitos humanos e por lutas de juventude, após me filiar à UJS -– União da Juventude Socialista.
Então, na virada de ano de 2010 para 2011, coloquei um vestido branco, salto, maquiagem, e nunca mais pus uma roupa de homem novamente. De certa forma, obriguei às pessoas a me reconhecerem como Sílvia. Enfrentei o preconceito da comunidade acadêmica que rejeitou o meu uso do banheiro feminino e não registrava o meu nome social nos documentos. Como liderança estudantil, fui eleita e reeleita presidente do Centro Acadêmico Patativa do Assaré dos cursos de Letras e Secretária de Direitos Humanos e Combate às Opressões do DCE da UFC. E neste ano, fui eleita presidente da UJS em Fortaleza.
Agora, estou candidata a deputada estadual para representar a juventude, as mulheres, o movimento LGBT, os negros, as pessoas com deficiência.
Quero defender na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, projetos de lei que fortaleçam a visibilidade dos movimentos sociais, principalmente daqueles em defesa dos direitos humanos. Acredito que, mesmo a PLC 122/2006 ainda não tendo sido aprovada, o estado do Ceará pode ser o primeiro do Brasil a ter delegacias especializadas para os crimes de homofobia, com curso preparatório e qualificatório fornecido pelo estado para os profissionais que trabalharem nessas delegacias. Também, podemos ter uma lei que garanta o uso de banheiros por travestis e transexuais de acordo com suas identidades de gênero, em ambientes públicos e privados.
E para que a sociedade avance no debate contra o machismo e a lgbtfobia, é urgente uma lei que inclua discussões de gênero e orientação sexual nos currículos disciplinares das escolas estaduais. Mas é claro que os professores estejam bem formados para não aproveitarem essas discussões para disseminar mais machismo e mais lgbtfobia.
É isso, gente! Espero que por todo o Brasil surjam diversas Sílvias; todas com muita coragem pra batalhar por uma sociedade que respeite os seus indivíduos e suas liberdades; com ousadia pra vencer cada debate, cada luta diária contra o machismo, o racismo e a homofobia; e com firmeza mas sem jamais perder a ternura! Peço o seu apoio e o seu voto para o 65651! Um beijo da Sílvia. VRÁÁÁ!




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