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GUEST POST: MASSAGEM TÂNTRICA PARA SAIR DA BANALIDADE
Acho que nunca publiquei aqui um guest post sobre massagem tântrica. Confesso que ainda tenho um pouco de preconceito em relação à parte espiritual da coisa, mas tento manter a mente aberta. No que envolve buscar novas formas de prazer sexual, sou totalmente a favor. A Luara, autora de um blog sobre massagem tântrica, me enviou um guest post muito esclarecedor sobre o assunto. Não concordo com tudo (como é habitual; é impossível pensar igualzinho a outra pessoa), mas tem muito pano pra manga neste relato inspirado. Obrigada, Luara! Eu trabalho com um tema bem polêmico: sexualidade. E não só aconselho as pessoas em relação à prática sexual na visão tântrica, mas faço massagem tântrica lingam e yoni. Sabe o que é isso? É um ritual de adoração ao corpo sagrado de Shiva (masculino) e Shakti (feminino). Trabalho diretamente com a energia sexual (kundalini) e com manobras na área genital inclusive. O trabalho com as mulheres ajuda bastante na cura de disfunções como anorgasmia e vaginismo, por exemplo, além de despertar na mulher a consciência de ser ela uma encarnação da Deusa ou energia feminina universal (Shakti).Existem alguns estabelecimentos em SP (a maioria é sacanagem disfarçada de Tantra) que vendem esse trabalho, em minha busca por desenvolvimento pessoal eu era cliente de um desses espaços, depois fiz os cursos e comecei a trabalhar com as técnicas. Já faço terapia há bastante tempo e tive facilidade, acho que é vocação mesmo, trabalhei lá por um ano e meio.Sempre achei meio estranho prestar contas a um homem. O Tantra valoriza os princípios da feminilidade e a livre expressão da sexualidade e do poder da energia feminina. O Tantra nasce nas pré-históricas sociedades matriarcais. Nesse espaço que eu trabalhei o "patrão" é um homem e bem autoritário, ele embolsa 50% dos valores, se considera um mestre e quando uma mulher ousa desafiá-lo e começa um trabalho sozinha (como eu), ele diz que ela é (palavras dele) "uma p*tinha barata". Se está lá, aguentando as constantes humilhações verbais e dando a grana pra ele é terapeuta, mas se quer ser livre é p*ta, sacou?Não tenho problema nenhum em ser p*ta se isso significa ser livre. Vejo os frutos do meu trabalho: mulheres tendo seu primeiro orgasmo já na maturidade, mulheres se curando de vaginismo e resgatando o trauma do abuso sofrido na infância e adolescência (isso é muito comum), homens se curando de ejaculação precoce e disfunção erétil, resgatando sua libido e voltando a se relacionar sexualmente com a esposa, homens mudando a forma de ver o feminino e se sensibilizando, abrindo o quarto chakra ou chakra do amor. Se para ver tudo isso acontecer e participar disso eu sou tachada de p*ta, ótimo!Nossa sociedade segue um sistema patriarcal já faz muito tempo. Antes de existir o Ratinho e o teste de DNA, como se fazia para garantir a linhagem do macho? Quando a prole diz "minha mãe" é certeza, mas dizer "meu pai" é fé. Portanto para que exista linhagem patriarcal, a única solução é reprimir a sexualidade da mulher e assim garantir que ela não se relacione com nenhum outro macho da espécie. Isso foi feito de forma bem eficiente pelo estado e depois corroborado pela igreja, que vende um "cristianismo" onde a fêmea é o símbolo do pecado, aquela que traz a carne ao mundo, carne que é antagônica ao espirito, certo? Para o Tantra não! Para o Tantra o corpo nada mais é que uma extensão do espírito, são o mesmo em vibrações diferentes, sendo o espírito de vibração sutil e a matéria de vibração mais densa. O universo espiritual pode ser vivenciado por uma via que nos é bem acessível: a matéria, e principalmente o corpo; desta forma todas as expressões do corpo são, para o Tantra, sagradas. Entre todas as expressões do corpo a mais significativa e forte é a sexualidade, que é aquela que é responsável pelo ato da criação. Reproduzimos simbolicamente a criação do universo através do ato sexual.Tantra significa trama, teia. "Tudo o que está aqui está lá, e o que não está aqui não está em lugar nenhum". Se deus existe ele está aqui agora, se ele não está aqui e agora ele não existe. Segundo André Van Lysebeth, a doutrina tântrica vem das sociedades matriarcais da pré-história. Das comunidades sedentárias que viviam da agricultura em uma região que vai da Europa até a Índia antes da invasão dos arianos nômades. A mulher era reverenciada como encarnação da Deusa Mãe e acreditava-se que é do feminino que vem a vida e a prosperidade.As coisas mudaram bem e isso já faz muito tempo. Hoje o sistema é patriarcal e por isso os machos de nossa espécie têm mais contato com a energia sexual deles. São instruídos a tomar posse de sua energia e vivenciam sua sexualidade sem culpa, embora com mediocridade, na maioria dos casos. Com as mulheres a coisa é bem diferente, salvo raras exceções que, alias, ainda são condenadas pela sociedade: p*ta, vadia, vagabunda, mulher fácil, ninfomaníaca, sem vergonha, ordinária, safada, etc. Desde que eu tenho oito anos ouço esses adjetivos dirigidos a minha pessoa. Sempre tive muita sensualidade, nasci assim, já com a energia desperta, acho que venho dessa era em que a mulher era deusa e encarnei aqui nesse mundo onde o deus macho perdeu o poder verdadeiro e está desesperado, cheio de cólera. O masculino precisa de cura tanto quanto o feminino. Isso só pode acontecer através do amor.Nunca entendi porque eu não podia ser livre. A condenação foi tão violenta desde a infância que eu, além de sofrer bastante, passei a me ver como uma pessoa estranha, culpada, inferior às meninas normais. Foi só depois dos 25 anos, depois de um trabalho consistente com um terapeuta muito bom, que eu passei a me olhar e me aceitar como sou. Esse trabalho continua, a violência contra o feminino é tão profunda e antiga que é preciso um constante e corajoso olhar para sair desse padrão e manter a autoestima elevada.Depois de perceber que não sou "a mais baixa e suja das mulheres" pude constatar um fato: a estrutura do patriarcado tem medo da força da energia feminina. É uma questão de sobrevivência. O poder da Shakti (energia feminina) causa no masculino, ferido pela falta de amor, medo de morrer. A solução então é a união através do amor. E o amor é um dos valores do princípio feminino.Para o Tantra, o universo se sustenta através do coito eterno entre Shiva (aspecto masculino) e Shakti (aspecto feminino). Todo desequilíbrio vem do ruído nessa comunicação cósmica.Os dois princípios estão presentes tanto em homens como em mulheres. Os valores da feminilidade são: amorosidade, sensualidade, delicadeza, beleza, criatividade, nutrição e intuição. Os valores da masculinidade são: força, objetividade, foco, competitividade, pró-atividade, conquista e agressividade. A doença das nossas sociedades é a supervalorização dos princípios do masculino em detrimento aos do feminino. Felicidade só existe na harmonia. Não existe superioridade nem inferioridade, esses conceitos são armadilhas do ego, o pequeno eu identificado com a ilusão da forma e da separação. No fundo, no íntimo, tod@s nós queremos a dissolução da dualidade, a união, com noss@s amig@s, pais, mães, amantes, quem quer viver em guerra? Só quem está profundamente ferido e tem medo de se curar. Lavar a ferida dói, mas só assim ela pode sarar.Depois de tantos séculos de repressão está na hora de se valorizar o feminino. O portal da vida, a genital feminina, ainda é um mistério temido. Faz pouco tempo que esse nem seria um assunto a ser discutido. Hoje tanto se fala em liberdade sexual, temos até educação sexual nas escolas. Para mim isso parece uma piada do Rafinha Bastos. Educação sexual... piada de mau gosto. Nessas aulas só se fala em como o sexo pode ser perigoso. Você pode pegar uma doença ou ficar grávida. Use camisinha ou lembre do que sua avó dizia quando você tinha cinco anos e sentava usando saia: "fecha essas pernas, menina, é feio".Por que ninguém ensina como a sexualidade pode ser linda, como funcionam as genitais, o que é prazer, orgasmo, como tocar um corpo humano para despertar a libido, como fazer amor? Será que é porque a ideia de que "essas coisas o corpo faz sozinho" permanece? O corpo é programado para a reprodução, isso ele sabe fazer sozinho; mas será que é só para garantir a sobrevivência da espécie que nós fazemos sexo? Claro que não! Queremos a relação sexual para sair da banalidade do cotidiano e dissolver a dualidade. É um momento de união com o universo através do contato íntimo com o outro. Um ritual sagrado, essa é a sexualidade humana. Ou deveria ser...
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