GUEST POST: SERÁ QUE É TÃO DIFÍCIL?
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GUEST POST: SERÁ QUE É TÃO DIFÍCIL?


Infelizmente, eu não falo muito de ecologia aqui no blog, embora considere o assunto importantíssimo. Separar o lixo para coleta e reciclagem é uma forma bem pouco trabalhosa de ajudar o meio ambiente. A Shirley ensina como podemos fazer a nossa parte.

Esse guest post é um pedido de ajuda.
As pessoas falam muito em sustentabilidade, mas fazem pouco. Isso não é acusação, é fato. Eu mesma, falo muito e faço pouco. Acho que isso acontece porque falta informação sobre o papel de cada um nas questões da sustentabilidade.
Um exemplo claro é a destinação do lixo. Todo mundo fica chateado ao ler uma matéria sobre famílias que vivem nos lixões ou quando se depara com uma criança catando o lixo deixado na frente de prédios suntuosos, né? Mas, alguém já se perguntou o que pode fazer para evitar que essas cenas aconteçam?
Uma amiga minha fez isso e começou um movimento aqui na Região da Grande Vitória para mobilizar recicladores, poder público e a população para a questão do lixo.
Primeiro ela se uniu a outras pessoas e começou a pesquisar. Descobriu como os catadores trabalhavam e do que eles precisavam para desenvolver melhor o trabalho maravilhoso que já vinham fazendo. Sim, maravilhoso, porque ao dar destinação aos materiais recicláveis, os catadores ajudam a reduzir o volume de lixo direcionado aos aterros sanitários e, ainda, geram valor para suas comunidades.
A principal demanda dos catadores era bem simples: eles queriam que a população separasse o lixo seco (reciclável) do lixo úmido (não reciclável). A partir dessa constatação, esse grupo de pessoas desenvolveu um projeto para atrair a participação das prefeituras e dos moradores das cidades da Grande Vitória.
No site Separe seu lixo eles explicam a metodologia de separação em apenas dois grupos: lixo seco e lixo úmido. Trata-se de uma simplificação das primeiras propostas de separação de lixo que previam a segregação em cinco grupos (plásticos, vidros, papeis, metais e orgânicos), o que dificultava a adesão das pessoas e também a coleta seletiva.
Bom, lá no site tem bastante informação sobre isso. A estratégia já deu frutos, mas ainda são poucos.
De um lado, o poder público não dá prioridade ao assunto, como deveria.
Nem mesmo a aprovação da Lei 12.305, que formaliza a Política Nacional de Resíduos Sólidos, gerou mudança significativa.
Essa lei estabelece, entre outros itens, o prazo até agosto de 2012 para que as cidades brasileiras criem um Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos como condição para terem acesso a recursos da União. Ou seja, os prefeitos atuais e aqueles nos quais votaremos em outubro precisam agir e rápido. Ou correm o risco de ficar sem verbas federais.
Uma das ações principais é implantar coleta seletiva e promover a reciclagem dos materiais. Mas, estou convencida disso, eles só vão se mexer se nós, cidadãos, estivermos conscientes e tivermos força para cobrar.
Daí vem o outro lado: as pessoas têm preguiça até de falar em separação de lixo. A maioria alega que “não adianta separar, se depois tudo será misturado pelos lixeiros”. Bom, mais ou menos.
Na maioria das cidades brasileiras existem catadores de recicláveis que podem passar na sua casa e recolher o lixo seco. Nas cidades médias e grandes existe ao menos uma cooperativa de recicladores que pode recolher o lixo de um condomínio ou de uma rua se os moradores prometerem separar. É só ter um pouco de vontade que o seu lixo reciclável vai parar no lugar certo.
Mas o que desmonta esse raciocínio do “não adianta, blábláblá” é a constatação de que nas prefeituras que implantaram a coleta seletiva -– como Vitória (vejam aqui neste site), tem havido, primeiro, dificuldade de engajar a população na separação do lixo, e, segundo, quem se engaja não sabe separar direito e acaba contaminando os materiais.
Em média, 30% do material que chega aos recicladores da Grande Vitória vem contaminado com lixo úmido e não pode ser reciclado.
Ou seja, como disse lá no começo do texto, falta informação!
Então, eu decidi contribuir não só separando o meu lixo (o que faço há cerca de cinco anos), mas também ajudando esse grupo a alavancar o assunto na imprensa e entre os cidadãos. Minha tarefa é escrever sobre a separação do lixo para que eles possam publicar no site, no facebook, e no twitter.
Finalmente, o meu pedido, direcionado aos comentaristas do blog da Lola que moram ou moraram em países que já fazem, rotineiramente, a separação do lixo. Gostaria que vocês contassem para mim como se adaptaram, quais as dificuldades que sentiram, o que aprenderam, etc. Com esse material, eu vou redigir alguns textos contando essas histórias. A ideia é ajudar os brasileiros a enxergarem que não é tão difícil como parece.
Por favor, enviem as histórias para o e-mail [email protected]. Se preferirem ficar anônimos, é só falar que eu não coloco o nome de vocês.
A todos os outros comentaristas, peço que leiam o material nos sites que indiquei e mandem-me perguntas ou sugestões.




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