Haddad repudia ação na Cracolândia
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Haddad repudia ação na Cracolândia


Por Altamiro Borges

Na tarde desta quinta-feira (23), a polícia do governador tucano Geraldo Alckmin promoveu mais uma ação truculenta na Cracolândia, no centro da capital paulista. Agentes do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) usaram balas de borracha e bombas de gás contra os usuários do crack da região. A investida arbitrária e desproporcional parece que teve como único objetivo sabotar a iniciativa da prefeitura de São Paulo para humanizar o tratamento dos dependentes da droga, na chamada Operação Braços Abertos. De imediato, o prefeito Fernando Haddad divulgou uma nota dura condenando a ação da polícia:


“A prefeitura repudia esse tipo de intervenção, que fez uso de balas de borracha e bombas de efeito moral contra uma multidão formada por trabalhadores, agentes públicos de saúde e assistência e pessoas em situação de rua, miséria, exclusão social e grave dependência química”, afirma a nota. Ela também destaca que a Operação Braços Abertos, iniciada na semana passada, tem como fundamento a não violência e afirma que "a prisão de traficantes deve ser feita sem uso desproporcional de força". A prefeitura informou ainda que expressou sua crítica diretamente ao governador Geraldo Alckmin, a qual a Polícia Civil está subordinada.

Em outro trecho da nota, a prefeitura "reafirma seu empenho na solução deste problema da cidade e manifesta a sua preocupação com este tipo de incidente, que pode comprometer a continuidade do programa". A Operação Braços Abertos acolhe os dependentes químicos em hotéis da região central e oferece uma bolsa para que eles trabalhem no serviço de limpeza de ruas, calçadas e praças no centro da cidade. Cada usuário recebe R$ 15 por dia de trabalho, mais alimentação e hospedagem. Os dependentes foram retirados da favela instalada na Alameda Dino Bueno, na região da Cracolândia.

O programa de Fernando Haddad já foi elogiado por diversos especialistas no assunto. Mas o tucano Geraldo Alckmin prefere mesmo a ação truculenta da polícia diante deste grave problema social. Em 2012, em pleno ano de eleições municipais, uma operação da PM retirou a força os dependentes das ruas do centro paulistano. A ação foi um total fiasco e foi criticada por especialistas em segurança pública e defensores dos direitos humanos. O Ministério Público chegou a ingressar com uma ação contra o governo tucano devido ao uso excessivo da repressão. A Justiça acatou o pedido do órgão para que a PM fosse proibida de empregar ações “vexatórias, degradantes ou desrespeitosas” contra os dependentes.

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