Indústria menos inovadora - EDITORIAL O ESTADÃO
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Indústria menos inovadora - EDITORIAL O ESTADÃO


O ESTADO DE S. PAULO - 25/12
Contrariando freqüentes conselhos de consultores especializados em estimular atitudes positivas dos dirigentes empresariais em momentos de dificuldades, a indústria brasileira não fez da crise mundial uma oportunidade para disputar e conquistar novas fatias de mercado nem para assumir riscos. Ao contrário, a crise a levou a adotar atitudes mais defensivas, de preservação do espaço conquistado e de reorganização interna em busca de redução de custos, até mesmo com o corte de vagas. Por isso, ela ficou menos inovadora.
Entre 2009 e 2011, o período em que a economia brasileira registrou os impactos mais intensos da crise surgida em 2008 -com forte oscilação do ritmo de cresci mento do PI B nos dois primeiros anos e um avanço muito lento a partir de 2011 -, a proporção das empresas industriais que adotaram novos processos produtivos ou colocaram no mercado produtos novos ou significativamente aprimorados foi de 35,6%, menos do que a fatia registrada no período anterior à crise, de 2006 a 2008, quando alcançou 38,3%.

Este é um dos dados mais interessantes da Pesquisa de Inovação (Pintec) 2011 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que neste ano chega à sua quinta edição. Ao trazer informações e dados que permitem melhor compreensão da atitude das empresas brasileiras com relação à inovação, a Pintec oferece ao governo elementos para a elaboração de políticas públicas e ao setor privado, dados para a elaboração de estratégias nesse campo.

Neste ano, além de empresas industriais e de serviços que já vinham sendo estudadas, a pesquisa incluiu o setor de eletricidade e gás e, na área de serviços, empresas de engenharia e arquitetura, entre outras. Das 128.699 empresas desses setores com 10 ou mais pessoas ocupadas, 45.950 adotaram alguma forma de inovação em 2011. Ou seja, 35,7% das empresas - índice praticamente igual a todas empresas industriais tomadas isoladamente e que representam mais de um terço do total - são inovadoras.

É um índice comparável ao de países como a Espanha. Mas o exame das ações de inovação das empresas brasileiras mostra que, mesmo tendo investido mais nesse campo - em valores reais, os investimentos aumentaram 164% em relação a 2008 elas foram muito afetadas pela crise financeira, o que as levou a direcionar os investimentos para a redução dos riscos. "Em contexto de crise, elas adotam comportamento mais defensivo e postergam planos de lançar produtos", como observou o gerente da pesquisa, Alessandro Pinheiro.

De fato, os processos, e não os produtos, foram a prioridade dos programas de inovação das indústrias brasileiras em 2011. A aquisição de máquinas e equipamentos continuou absorvendo a maior fatia dos investimentos em inovação. Os resultados dessa escolha são, obviamente, positivos para a empresa, com ganhos de produtividade e com redução de custos. Mas, como observou o gerente do IBGE, "isso prejudica principalmente a inovação de produtos".

A inovação de produtos exige maiores esforços da empresa e, muitas vezes, inovações de processos, mas também implica riscos, o que parece ter inibido as indústrias brasileiras. A pesquisa mostra que a fatiadas empresas industriais inovadoras em produtos caiu 5,6 pontos porcentuais entre 2008 e 2011, de 22,9% do total para 17,3%.

Além da redução proporcional das indústrias inovadoras, a Pintec 2011 traz outra novidade. Problemas antigos, como o risco dos investimentos, oscus-tos elevados, a escassez de fontes de financiamento e a rigidez da estrutura organizacional das empresas, continuam sendo obstáculos à inovação. Entre os mais graves, no entanto, agora está a falta de pessoal qualificado, problema que já vinha sendo apontado em outros estudos como fator de limitação da melhorada produtividade e da qualidade em diferentes segmentos industriais. Em outras edições, a Pintec já o havia identificado como inibidor dos programas de inovação das empresas, mas na pesquisa mais recente do IBG E ele surge como a segunda principal dificuldade para a adoção de programas de inovação, atrás apenas dos elevados custos e à frente dos riscos.




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