Por Altamiro BorgesDuas notinhas no site da ‘Época’, da insuspeita famiglia Marinho, mostram que a situação do governador Beto Richa (PSDB-PR) é periclitante. Após o massacre dos professores na semana passada – que a mídia chapa-branca batizou cinicamente de “confronto” –, o grão-tucano caiu no isolamento e as bicadas ficaram mais sangrentas, com o aumento das intrigas e das punhaladas no ninho. As duas notas do jornalista Murilo Ramos revelam a gravidade da situação:
“Um texto publicado no Facebook pela mulher do secretário de Segurança do Paraná, Fernando Francischini, complicou a situação do marido. Flávia Resende, que é servidora comissionada da companhia de saneamento do Paraná, afirmou que ‘um bom político trabalha e age por si só, não depende de homens sujos, covardes, que não honram as calças que vestem e precisam agir sempre em grupo, ou melhor, quadrilha’. Assessores de Richa disseram que, apesar de ela não ter citados nomes, criticava o grupo do governador... O post de Flávia, que foi apagado da rede social, é ruim para Francischini especialmente depois do encontro que ele manteve com o governador pela manhã e, no qual, teria garantido sua permanência à frente do cargo mesmo em meio à crise. Depois do post, a situação de Francischini volta a ficar instável. Richa comentou com assessores não ter gostado do comentário da mulher do secretário de Segurança”.
A segunda nota afirma que a “situação de Beto Richa preocupa tucanos de outros estados”. Isto explicaria o silêncio dos caciques do PSDB, que evitam tratar da gravíssima crise política no Paraná. “Tucanos estão preocupados com a falta de apoio do PSDB, em especial do senador Aécio Neves (MG), ao governador do Paraná, Beto Richa. Richa está sendo duramente criticado porque a Polícia Militar, na última semana, lançou bombas e agiu de forma truculenta com professores e servidores que protestavam contra mudanças na previdência social do Estado... Os tucanos temem que uma onda de protestos se espraie para estados governados pelo PSDB perante o silêncio dos principais nomes do partido em relação ao caso paranaense”.
Para tentar amenizar a crise, Beto Richa demitiu nesta quarta-feira (6) o secretário de Educação, Fernando Xavier Ferreira, e o comandante da Polícia Militar, o coronel Cesar Vinicius Kogut. A medida demagógica não convenceu os professores, que decidiram manter a greve, e ainda gerou atritos no governo. Segundo relato da Folha tucana, o militar exonerado atirou para matar no oportunista Fernando Francischini, responsabilizando-o pela violência da semana passada. Em carta, Cesar Kogut rebateu as críticas do secretário de Segurança, que tentou livrar sua cara e culpou exclusivamente a PM pelo massacre: “Não se pode admitir que seja atribuída a tão nobre corporação a pecha de irresponsável ou leviana”, escreveu. A carta foi endossada por outros oficiais da Polícia Militar.
Há fortes boatos de que Fernando Francischini – que é delegado da Polícia Federal e deputado federal da sigla “Solidariedade” – será defenestrado em breve. Metido a valentão, ele gosta de se comparar ao Batman e no seu perfil no Facebook aparece com uma camisa preta e os braços cruzados, com a frase “Lei & Ordem”, nome de uma série policial da televisão. Os professores em greve exigem a sua demissão e o tratam como “criminoso” nas assembleias e passeatas. A queda do Batman da Secretaria de Segurança servirá para desmoralizar ainda mais o governador Beto Richa. Será que o Paulinho da Força, que também adora posar de valentão, prestará solidariedade ao correligionário da sua legenda de aluguel?
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