Por Renato Rovai, em seu blog:O empresário e apresentador João Doria Jr. vai realizar no dia 13 de maio, em Nova Iorque, um “business meeting” cujas estrelas são o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso.
O evento é realizado pelo Grupo Doria, sendo iniciativa do Lide – Grupo de Líderes Empresariais, entidade fundada e presidida pelo empresário e que conta, segundo informações de seu site, “com mais de 1.600 empresas filiadas, que representam 52% do PIB privado nacional”. São os mesmos organizadores do Fórum de Comandatuba, realizado no último fim de semana prolongado na cidade baiana.
Na ocasião, Doria Jr. se mostrou indignado com a ausência de representantes do Partido dos Trabalhadores (PT) no evento, realizado há 15 anos. “Fazia sentido o PT estar aqui defendendo o indefensável. Convidei 13 senadores e 15 deputados do PT e ninguém apareceu, o PT fugiu do debate. Nossa repulsa a eles”, esbravejou.
Ao que parece, a paciência dos petistas com o ímpeto golpista de alguns acabou. Em entrevista a blogueiros, a presidenta Dilma afirmou não dar entrevista à revista Veja, à semelhança do que Barack Obama faz nos EUA com a Fox News. Agora, a rejeição explícita a um evento que contava com figuras como o líder do grupo antipetista Vem Pra Rua, Rogério Cherquer, que recebeu um destaque incompreensível em um evento que seria “”empresarial”.
No emblemático dia 31 de março, Doria Jr. defendeu o impeachment de Dilma, ou uma “cirurgia rápida”, como se referiu. “A presidente da República se isolou da esfera política, administrando o país sem ouvir a sociedade. A Petrobras, rebaixada no grau de investimento no mês passado, deixou de ser símbolo de orgulho. A corrupção, como metástase, propaga-se e a sociedade clama por uma cirurgia rápida. Antes que seja tarde”, disse em artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo.
Embora Doria tenha tentado dar um caráter de “debate amplo”, como o evento era anunciado, as estrelas do painel “O Papel dos Líderes no Desenvolvimento Econômico e Social na América Latina” eram quatro ex-presidentes latino-americanos: Fernando Henrique Cardoso (Brasil), Vicente Fox (México), Luis Alberto Lacalle (Uruguai) e Jorge Quiroga (Bolívia). Todos no espectro da direita e centro-direita.
Agora, o evento realizado na terra do Tio Sam ao menos não busca dar um aspecto plural que, na prática, também não existia em Comandatuba. Doria estará em casa.
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